Produtora conta os bastidores de produzir camarins de shows e festivais
Ela coordena equipes de bastidores no Brasil inteiro
Quantas vezes você esteve na plateia de um show e se impressionou com o figurino que o cantor ou a cantora usava no palco?
Além de músicas explosivas, performances afiadas e uma banda talentosa, apresentações ao vivo são, muitas vezes, marcadas pelo look que o performer veste Elton John e seu macacão prateado; Freddie Mercury e a dupla jeans e regata branca; Adele e seu vestido de gala que arrasta no chão.
Todos ficaram marcados no imaginário do público. Para que essas peças se mantenham intactas, show após show, existem profissionais a postos para qualquer imprevisto. Foi assim que Carol Carvalho, 39 anos, começou sua trajetória nos bastidores do mundo da música.
Nascida em São Paulo, ela entrou no mercado musical como uma espécie de costureira. Formada em moda, sonhava em trabalhar na área, mas acabou sendo convidada para cuidar das roupas de cantores que vinham se apresentar no Brasil.
“Se algo saía do lugar, precisava de algum reparo ou qualquer coisa do tipo, eu estava lá. Tanto para a roupa do cantor quanto para as roupas da banda e dos bailarinos”, conta ela em entrevista à Billboard Brasil.
Com o passar do tempo, Carol ganhou mais funções nos camarins espalhados pelo país e se tornou coordenadora de backstage. Quando um artista pede mil toalhas brancas, comidas exóticas ou qualquer item de abastecimento, normalmente, ela é quem precisa dar um jeito –coordenando equipes no país inteiro.
“Já precisei montar uma banheira específica em um camarim minúsculo. Enchi de água, coloquei um monte de gelo e depois esvaziei, ali mesmo, dentro do camarim. O cantor precisava tomar um banho de gelo antes de entrar no show”, relembra, sem revelar o santo.
Quando o assunto é camarim de artistas gringos em eventos por aqui, sempre surgem boatos de que fulano pediu uma quantidade absurda de alguma coisa; recusou-se a comer a comida local; exigiu algo ilícito. Carol garante que essas extravagâncias têm sido cada vez menos frequentes.
“Os cantores estão mais acostumados a vir para o Brasil e já planejam suas passagens por aqui. Agora, eles entendem que existem algumas coisas que não temos mesmo, como certas marcas de bebidas e comidas”, destaca ela.
Apesar disso, Carol revela que já precisou comprar itens para alimentação e cuidados de um cachorro e, quando o artista chegou, tratava-se, na verdade, de um animal de pelúcia.
No início de setembro, ela esteve envolvida com o show único de The Weeknd em São Paulo, uma apresentação histórica para anunciar a nova fase de sua carreira.
“Ali, tudo era segredo, tanto para a equipe nacional quanto a internacional. Foi muito
diferente do que já fiz, porque foi ele quem roteirizou tudo. Muitas demandas de figurino foram organizadas ali, na hora mesmo.”
Hoje, Carol também administra a própria empresa, a Entretê, ao lado do sócio, Gabriel Coutinho, e atua em outras funções nos
bastidores de shows internacionais e de festivais. “É difícil dizer qual é o maior desafio, porque no final das contas tudo se torna desafiador”, brinca.
“Normalmente, a gente precisa transformar um lugar que não é feito para receber um show em um espaço propício para isso.” Nessa onda, Carol tem que pensar em criar camarins, cozinhas e adaptar tudo conforme a necessidade do evento.