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Nudez e pecados: as maiores polêmicas da Sapucaí

Nudez e pecados: as maiores polêmicas da Sapucaí

Lista reúne as maiores intrigas que agitaram o Carnaval carioca

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O 'Cristo mendixgo' da Beija-Flor em 1989 (Wikimedia Commons)

Nem sempre a alegria e o brilho das escolas de samba são os únicos protagonistas da Marquês de Sapucaí. Ao longo dos anos, a avenida foi palco de polêmicas que ultrapassaram os limites do desfile e se transformaram em casos famosos, repercutindo em todo o país. Das disputas acirradas entre escolas à intervenção de forças externas, alguns episódios entraram para a história não apenas pela qualidade artística, mas pelos conflitos que geraram.

A competição entre as agremiações, marcada por rivalidades históricas, muitas vezes deu lugar a acusações de manipulação de notas e suspeitas de sabotagem. Em algumas edições, alegações de que carros alegóricos teriam sido danificados intencionalmente ou que jurados teriam favorecido determinadas escolas causaram controvérsias. 

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Outro fator que marcou a trajetória do desfile das escolas de samba foram as tentativas de censura oficial a enredos considerados ousados ou politicamente sensíveis. Diversas escolas enfrentaram resistência ao abordarem temas como racismo, desigualdade social e críticas ao poder público. Temas religiosos e sociais também geraram pressões, demonstrando que a Sapucaí é um espaço onde a arte e a política frequentemente se cruzam.

 

Nudez na avenida

Em 1989, a modelo Enoli Lara protagonizou um dos momentos mais marcantes da história da Sapucaí ao desfilar completamente nua pela União da Ilha. No enredo “Festa Profana”, a escola apresentou Enoli como destaque do carro Roma Pagã, coberta apenas por um véu. A cena gerou grande repercussão e levou a Liga das Escolas de Samba a estabelecer, no ano seguinte, a proibição da chamada “genitália desnuda” nos desfiles, dando origem aos proverbiais “tapa-sexo” usados nos dias de hoje.

Censura no desfile da Viradouro

Em 2008, a Viradouro enfrentou uma grande polêmica ao tentar levar para a avenida um carro alegórico representando o Holocausto. A Justiça proibiu a exibição da alegoria, gerando um intenso debate sobre os limites da arte e da liberdade de expressão no Carnaval. Figuras públicas e especialistas se dividiram entre apoiar a decisão judicial e defender a abordagem histórica proposta pela escola.

O “demônio” do Salgueiro

No Carnaval de 2023, o Salgueiro causou furor ao apresentar um carro alegórico com um demônio gigante, representando o conceito de pecado e exclusão social. A alegoria provocou reações inflamadas de setores religiosos, que acusaram a escola de desrespeito à fé cristã. A polêmica se intensificou nas redes sociais, com protestos e pedidos para que a escola fosse penalizada.

Cristo proibido na Beija-Flor

Em 1989, Joãozinho Trinta, um dos maiores carnavalescos da história, teve um de seus momentos mais icônicos quando a Igreja Católica proibiu que a Beija-Flor desfilasse com uma réplica do Cristo Redentor em um carro alegórico. Como resposta, o artista cobriu a imagem com um plástico preto e colocou a frase: “Mesmo proibido, olhai por nós”. O gesto se tornou um marco da irreverência e da resistência cultural no Carnaval.

Beth Carvalho barrada na Mangueira

Nem as maiores personalidades do samba escapam das polêmicas. Em 2007, a cantora Beth Carvalho, que desfilava há 37 anos pela Mangueira, foi impedida de subir no carro de baluartes da escola por decisão de sua diretoria. O veto causou indignação no meio carnavalesco, e a cantora acusou o então presidente da agremiação de tê-la desrespeitado, transformando o episódio em um dos grandes escândalos da época.

Itamar Franco e a modelo

A maior polêmica da história da Sapucaí não envolve escolas nem sambistas, mas um chefe de estado. O Carnaval de 1994 foi marcado por um escândalo envolvendo o então presidente Itamar Franco. Durante os desfiles, o político foi fotografado ao lado da modelo Lilian Ramos, que usava um vestido curto e sem roupa íntima. A imagem viralizou, gerando debates acalorados sobre a postura do presidente e os limites entre vida pública e privada. O episódio se tornou um dos momentos mais icônicos da relação entre política e Carnaval.

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