Você está lendo
Marina Lima recebe Pabllo Vittar no Lollapalooza: porque tem tudo pra dar bom

Marina Lima recebe Pabllo Vittar no Lollapalooza: porque tem tudo pra dar bom

'Tristes com Tesão', cantoras podem fazer grande momento do festival

Avatar de Yuri da BS
marina lima pabllo

A cantora Marina Lima anunciou Pabllo Vittar como convidada em duas músicas na apresentação que fará em um dos palcos do Lollapalooza Brasil 2025, no sábado (29).

Às 15h45, tanto o fã da cantora de “Uma Noite e 1/2” (do álbum “Virgem”, de 1987) quanto o da responsável por “AMEIANOITE” (do álbum “Noitada”, de 2023) verão obras que se complementam por caminhos menos óbvios que a similaridade estética. E, em um festival, isso pode significar algo que transforma aquele show em um grande momento.

VEJA TAMBÉM
Shawn Mendes

Saiba porque ambas “tristes com tesão”, podem fazer grande momento do festival.

Músicas diferentes, quase sempre os mesmos desejos

Em 2025, escutar Marina Lima é um prazer porque sua obra parece viva. Seu primeiro álbum, “Simples Como Fogo”, de 1979, é lindo ao falar de amor pela via do desejo de uma forma muito mais aberta do que a narrativa da música pop tem costume de fazer. Da capa à “Muito” —a última do álbum, a estreia já exibia uma artista que estava escrevendo contos contemporâneos mas atemporais com parceiros como o poeta (e parceiro de vida) Antônio Cícero.

Pabllo não se difere muito na busca por esse desejo. A drag gosta de cantar as relações e passeia por um repertório que vai desde um forró safado como “Vira Lata” ou um hit como “Amor de Que”. Em ambas, é falar de amor e morrer de dançar. Marina também fez isso muitas vezes na carreira.

E, sem dúvidas, qualquer fã de Marina Lima aprovaria “Triste Com Tesão”, nome de um dos hits de Pabllo, como uma forma de classificar a cantora dona de coisas como “Mas paixão e gozo / Isso vicia / Aí garota, eu gosto assim / Difícil // Mas eu disse: não / Ela não ouvia / Mandei um sim / Logo serviu // Ela é bela / Por que não comê-la? / Sexo é bom! // Mas eu disse: não / Ela não ouvia” (“Difícil”, de 1985″, mas regravada pela própria em 2006).

Não é qualquer artista que tem essa honra

Além de ser um encontro inédito, pesa o fato de Marina, uma artista de discografia absurda, ter presença incrível no palco. Para Pabllo, estar ao lado de Marina, é não só algum tipo de chancela, mas também de prazer. Dentre as qualidades da dona de “Fullgás”, está o fato de se identificar com mulheres que, na maioria das vezes, estão na vanguarda da composição da música pop.

Artistas que querem muito —mas tiveram que entender algumas limitações

Marina e Pabllo são ambiciosas. Mas, cada uma a sua maneira, tempo e jeito, tiveram que enfrentar intempéries —e acomodá-las na trajetória. Em 2012, Marina revelou ter sofrido com um erro médico que lesionou suas cordas vocais após um procedimento na garganta. De voz marcante, a cantora teve que readaptar sua forma de cantar e se reinventar após ver a carreira chegar aos anos 2000. Não demorou para que, depois, ela revelasse ter passado por uma grande depressão.

Por sua vez, Pabllo parece ser muito maior do momento em que vive na carreira. Apesar de nome consolidado até no mercado internacional, a cantora ainda busca uma forma de adaptar toda sua força em suas apresentações ao vivo —a decisão de contar com uma banda ainda é recente e, muitas vezes, ainda, seus shows são em formato playback (já que a estrutura completa encarece a contratação).

À Billboard Brasil, ela revelou que tem tomado medidas para não tentar abraçar o mundo e acabar prejudicando a saúde mental.

Duas artistas que usam o palco como expansão

As duas obras gostam muito do palco. Ao vivo, Marina tem estado cada vez mais interessante: por vezes, desfila uma série de hits e, em outros momentos, sua música tem uma tensão de rock, passeia por algo como uma mistura de Pixies e Nirvana, suja —e pop. Aos 69 anos, Marina lê bem o país e a música sem necessariamente deixar de criar algo único.

E o que falar de Pabllo? Sua vontade de condensar um pop do norte e nordeste que seja nostálgico-futurístico faz com que sua presença alargue o pop brasileiro.

Aliás, aos 69 anos, Marina Lima tem um showzaço na mão —com estrutura rock, quase punk, que ensaia desde o álbum “Lá Nos Primórdios”, de 2006. Abaixo, a apresentação de 2024 no João Rock pode ser um ilustrativo exemplo:

Qual será o setlist e que músicas Pabllo cantará

As duas artistas ainda não divulgaram detalhes da apresentação. No entanto, sabemos que serão duas músicas que Marina cantará com Pabllo no Palco Samsung Galaxy. E, mais do que isso, temos algumas pistas: “Fullgás”, de 1984, é um dos maiores sucessos de Marina e alcançou a 9ª posição nas paradas na época, atravessando gerações. De quebra, apostamos também em “Criança”, de 1991, que é um dos melhores momentos de Marina cantando com bateria eletrônica na carreira.

Imagem

Mynd8

Published by Mynd8 under license from Billboard Media, LLC, a subsidiary of Penske Media Corporation.
Publicado pela Mynd8 sob licença da Billboard Media, LLC, uma subsidiária da Penske Media Corporation.
Todos os direitos reservados. By Zwei Arts.