Mariah Carey é uma diva pop de outros tempos. Dona de uma voz poderosíssima –cujo uso de agudos é até, por vezes, exagerado–, a cantora não é dada a presepadas. O negócio dela é estar linda e cantar. Soltar o gogó. Cantar muito. Aquilo que Akon não se preocupou em fazer neste domingo (22) em pleno Palco Mundo da edição de 40 anos de Rock in Rio. Encerrando os trabalhos do Palco Sunset, a cantora norte-americana apresentou um show digno de passar a régua no festival.
Atarraxada num vestido mais justo que Deus, com a bandeira do Brasil bordada em paetês, Mariah subiu ao palco perguntando “por que você é tão obcecado por mim?” em “Obsessed”, e a resposta foi ela mesma quem deu durante as 18 músicas de seu set certeiro e muitíssimo bem executado –por ela, pela banda, pelos dançarinos que a acompanham.
O setlist, aliás, foi completamente diferente do que ela apresentou em São Paulo na última sexta-feira (20). Desta vez, transpareceu mais a Mariah mais dançante –embora ela deixe para o competente corpo de baile a tarefa de dançar, e tudo bem, pois a missão dela no palco é outra. Sempre impecável, seja na aparência ou na voz que fez dela a diva que ela é, Mariah mal se mexe no palco. E a pergunta que fica é: para quê?
Ela não precisa. Músicas como a deliciosa “Heartbreaker” ou as power ballads “Hero”, “My All” e “We Belong Together” falam por si sós. Uma competente versão de “I Wanna Know What Love Is”, hit oitentista do Foreigner, coroou o encerramento da apresentação, que, sinceramente, merecia era encerrar o festival em grande estilo.