Por Claudia Assef, Guilherme Lúcio da Rocha, Alexandre de Melo, Bruna Calazans, Yuri da BS, Ludmilla Correia e Lígia Hipólito
Fotos: Sidinei Lopes
Com os tênis ainda incrustados de barro, a redação da Billboard Brasil reuniu seu exército de (quase) incansáveis repórteres para vasculhar cada centímetro do Autódromo de Interlagos em busca dos melhores ângulos para trazer tudo sobre os shows, histórias, ativações, personagens, looks e, claro, as melhores músicas do Lollapalooza 2025, que se encerrou neste domingo (30), com um público total de 240 mil pessoas nos três dias.
Comparado com outros anos, o festival teve menos público – em média 20 mil pessoas a menos por dia. Mas isso não significa insucesso. Após a bolha formada com a demanda explosiva por eventos pós-pandemia, talvez seja esse o tamanho do Lolla. Fica a reflexão.

Fato é que entre sexta (28) e domingo (30), passaram pelos palcos Budweiser, Samsung Galaxy, Mike’s Ice e Perry’s by Fiat mais de 70 atrações tendo como headliners nomes como Olivia Rodrigo, Shawn Mendes, Alanis Morissette, Justin Timberlake, Benson Boone, além de um time pesado de brasileiros, como Marina Lima e Pabllo, Sepultura, Jão, Drik Barbosa, Jovem Dionísio, Terno Rei e Bruno Martini.
ENTRE O POP E O UNDERGROUND: MIDSTREAM
Mas nem só de headliners vive um festival e esta edição foi certamente uma das que mais olharam para as bandas de “recheio”, nomes que não são gigantes (ainda), mas que entregam diversidade e qualidade, como Girl In Red, Parcels, Paco Amoroso e Catriel, Kasablanca, Rufus do Sol, The Marías, Barry Can’t Swim, Tool, Foster The People, entre outros.
A tônica musical foi portanto uma aposta no midstream, ou seja, atrações que não são nem underground nem pop demais (salvo alguns nomões que funcionam como mel para atrair abelha). Musicalmente, deu muito certo e, na vibe geral, trouxe um público mais jovem (muitas famílias com crianças na sexta por exemplo) e mais LGBT friendly.

Se, em anos passados, o Lolla mirou no pop escancarado, no metal ou ainda no revival de bandas dos anos 1990, este ano o termômetro apontou majoritariamente para artistas mais novos, e isso se refletiu no público, visivelmente mais tranquilo – vide os postos médicos que passaram boa parte do tempo às moscas, no lugar de lotados com atendimentos de gente que passou da conta da bebida ou se meteu em briga.
As marcas, sempre de olho em conectar suas plataformas com o público consumidor de música, estiveram em peso no Lollapalooza 2025: no total, foram 25 ativações, das mais diversas, desde a clássica roda gigante até verdadeiros palcos dentro das ativações.
Como sempre no Lolla, o público é um show à parte. Vimos gente fantasiada, de biquini, muito brilho no corpo e modinhas copiadas dos artistas da vez.

A redação da Billboard Brasil esteve em peso no front e, com os cabelos ainda duros de lama, relatou tudo o que viu.
MELHORES SHOWS – OS PREFERIDOS DA REDAÇÃO
Tema difícil de chegar num consenso. Para nos livrarmos dessa saia justa, resolvemos abrir as anotações de cada repórter que esteve no Lollapalooza 2025.
Claudia Assef
Alanis Morissette
A mãe de todas as garotas indies entregou tudo num show visceral, com momentos introspectivos e explosões roqueiras com um desfile de hits da carreira e mensagens feministas no telão.
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Kasablanca
Usando equipamentos analógicos, a dupoa Kasablanca encontrou seu caminho numa rota que usa o passado para encontrar o caminho do futuro. Tocou de ítalo-disco a acid techno e agradou em cheio ao público do palco Perry.
Paco Amoroso e Catriel
Os argentinos tiraram onda. Arrastaram muito gente para o palco Mike’s ainda no começo da tarde. Mostram que beberam de Funkadelic (funk clássico) a Lincoln Olivetti (clássico produtor musical brasileiro que moldou o pop dos anos 70 e 80 no país). Fizeram o público cantar junto em espanhol. Ano que vem, não vão caber mais em palco pequeno.
Olívia Rodrigo
Pop roqueira que tem uma importância estratégica que vai além da música. Seu show foi potente, com cenário com boas sacadas, criado para colocá-la como uma rockstar. O efeito disso, certamente, é um grande incremento na auto-estima das garotas. Maravilhoso de ver.
Caribou
Com um setup que poderia render um show de rock, o Caribou, nome do projeto de Dan Snaith, retornou ao Lollapalooza com a missão de entregar um belíssimo live de música eletrônica para a geração X. Missão cumprida com louvor.
Guilherme Lúcio da Rocha
Dead Fish
Mesmo com o trabalho inglório de abrir o palco principal de um festival tão eclético, os capixabas mais famosos do hardcore brasileiro entregaram um show que uniu tantos públicos que daria inveja no Nirvana.
Bruna Calazans
Justin Timberlake
Talvez o público tiktoker do Lollapalooza mal saiba o que era a MIX TV, canal que bombou no início dos anos 2000 passando clipes e mais clipes. Muito do meu gosto musical foi formado ali, com aquelas influências. E, é claro que “My Love”, “What Goes Around Comes Around” e tantas outras pedradas de Justin Timberlake bombaram na programação. Por isso, o show dele no Lollapalooza, cheio de gingado e com uma banda afiadíssima, foi um dos melhores momentos do festival.
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Girl In Red
Girl in Red subiu no palco do Lollapalooza meio adoentada. Estava gripada, sofrendo com o clima meio chuvoso da capital paulista. Mas isso não impediu que ela entregasse um cheio belíssimo no Autódromo de Interlagos, com direito a um arco-íris surgindo nos fundos do palco, quase como uma pintura. “São Paulo é gay”, gritou a cantora, para o delírio e aprovação da galera.
Olivia Rodrigo
Assim como os colegas, também me encantei com o show de Olivia Rodrigo. Esta foi a primeira passagem da cantora no país desde que ela ganhou as redes sociais e as dominou ao seu bel prazer. Olivia provou ao mundo que não é uma artista de um hit só, e conseguiu construir um repertório forte, com letras que fazem qualquer adolescente querer gritar a plenos pulmões (e até quem não é mais adolescente, como é o meu caso). Baita show!
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Alexandre de Melo
Benson Boone
Além das famosas piruetas, Boone mostrou muita técnica vocal entre falsetes quase líricos e rasgados de rock de garagem. Há quem ache o moço de 22 anos um pouco cafona. Eu tenho certeza que ele será um dos maiores em pouco tempo.
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Alanis Morissette
“Sarcerdotista roqueira”, Alanis Morissette aqueceu o coração deste jovem adulto cheio de histórias ligadas aos ensinamentos da canadense. Afinal, é com a “pilulazinha difícil de engolir” e com a reflexão sobre as ironias da vida que a gente aprende.
Teddy Swims
O cantor e compositor estadunidense desfilou um setlist elegante com o melhor do seu r&b e soul.
Sepultura
A banda de Andreas Kisser fez um show histórico. O Sepultura é patrimônio brasileiro e trouxe catarse para quem entrou na maior roda de rock do festival e uma das últimas da banda que está se despedindo. Além disso, o show do Sepultura contou com as participações especiais de Junior Lima e Perry Farrell, vocalista da Jane’s Adiction e criador do Lollapalooza.
Em clima de despedida, o @sepultura convoca o público para uma das maiores rodas de rock da história do Lollapalooza e emociona os fãs. A banda finaliza o show histórico ao som de “Ratamahata” e “Roots” pic.twitter.com/lIHCsYaJPM
— Alexandre de Melo (@aledemelo_) March 31, 2025
Tool
Já o Tool foi uma grande viagem conduzida por virtuosismo instrumental em músicas que chegam a 10 minutos.Para quem já era fã foi uma grande presente receber a banda pela primeira vez no Brasil. Para quem conheceu, foi uma grata surpresa desvendar uma banda enigmática em suas letras e mistérios sonoros competentes
Bush
Shows nostálgico de pós-grunge que teve problemas no som no começo, mas entregou os grandes hits dos 30 anos da banda e carisma ímpar do vocalista Gavin Rossdale.
No Lollapalooza 2025, o vocalista Gavin Rossdale se jogou na galera pic.twitter.com/lqgyklAnGx
— Alexandre de Melo (@aledemelo_) April 1, 2025
Yuri da BS
Marina Lima
A diva de “Fullgás” e “À Francesa” não poupou críticas ao som do show que fez no segundo dia de festival. Depois de um sonoro “aumenta essa porra que isso é festival!”, ela bradou contra os técnicos de som de forma que, se não sou deselegante, soou rock and roll. O show causou espanto na gen-z e coroou Marina como dona de um dos melhores momentos musicais do Lollapalooza. Teve, ainda, Billie Eillish e participação de Pabllo Vittar cantando “Mesmo Que Seja Eu” e “K.O.”
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Terno Rei e Sophia Chablau e uma Enorme Perda de Tempo
Com programação “enxuta” no horário nobre, o Lollapalooza foi um festival de descobertas —mesmo que algumas não fossem tão novidades assim. Mas quem chegou cedo ao festival viu bandas como Terno Rei e Sophia Chablau e uma Enorme Perda de Tempo se confirmando em novas fases da carreira.
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Paco Amoroso & Ca7triel
O duo argentino Paco Amoroso & Ca7triel fizeram um dos grandes shows dos internacionais do festival. Entre trap, rebajadas e electro, a dupla proporcionou um “abre” da América Latina de 2025 para muitos que, ali, tinham tido pouco contato com a forma como o continente gosta de perrear em clubes espalhados da Colômbia à Argentina. Golazo.
Ludmilla Correia
Olivia Rodrigo
A rebelde do momento mostrou por que é a queridinha da nova geração, mas também foi adotada pelos fãs de música pop em geral. Cantando seus maiores sucessos, a MC Detran — apelido que ganhou por conta do hit Drivers License — conseguiu segurar o posto de headliner, apesar do pouco tempo de carreira. Quem não se lembra? Ela explodiu ainda durante a pandemia e tem apenas dois álbuns de estúdio.
The Marías
A voz doce da vocalista María Zardoya, aliada à sua banda certeira, fazia um convite intimista para quem estava no Lollapalooza 2025. Com uma sonoridade que mescla um pouco de indie, pop e rock, eles chamaram a atenção daqueles que passavam despretensiosamente entre um palco e outro.
Com sua música de “climinha”, eles foram a trilha sonora de um perfeito entardecer. Inclusive, o auge para esta repórter, que é uma das maiores fãs de Bad Bunny, foi quando os norte-americanos com ascendência latina tocaram “Otro Atardecer”, parceria deles com o porto-riquenho. Essa ocasião foi o mais próximo que ela chegou, até agora, de um show do astro do reggaeton.
CA7RIEL & Paco Amoroso
Como disse Yuri Da BS: “Gracias a Dios nací en Latinoamérica”. Mas, infelizmente, a potência da música latina não brasileira ainda passa despercebida pelos grandes festivais no Brasil. O duo argentino CA7RIEL & Paco Amoroso fez, facilmente, um dos melhores shows do Lollapalooza 2025.
A dupla ganhou destaque para além dos países hispânicos após o sucesso de sua participação no especial Tiny Desk da NPR. Além do seu visual icônico, que vai desde as projeções no telão até seus looks, eles encantam com a fusão de pop, rock, reggaeton e trap, aliados ao seu carisma. Sem dúvidas, merecem um horário melhor na grade dos próximos festivais.
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NÃO DEU BOM
Viral demais
Não é segredo para ninguém que as últimas edições do Lollapalooza têm sido pautadas pelo o que bomba nas redes sociais. Em 2022, Doja Cat e seu “Say So” tocaram em um dos palcos principais do festival, para uma multidão. Naquele mesmo ano, nomes como Ashnikko e Black Pumas, cada um com seus virais do Tiktok, também estiveram na programação. Mas a diferença entre todos esses citados e os nomes da edição deste –Tate McRae e Benson Boone, por exemplo– deixaram um tanto a desejar.
Shawn Mendes é o headliner ideal para o Brasil?

Pouco mais de seis meses separam as duas últimas passagens de Shawn Mendes pelo Brasil. Em setembro, foi o headliner do Rock in Rio e, neste fim de semana, do Lollapalooza. O show teve uma tentativa de ser intimista, mas para uma plateia gigante que parecia mais interessada em dançar, pular e cantar as letras mais famosas do cantor. Apesar de seu amor declarado ao Brasil e homenagens ao país, com músicos naturais daqui em cima do palco em uma performance de “Mas Que Nada”, o repertório meio soft demais parece ser inadequado para encerrar dois festivais desse porte.
O QUE A GENTE NÃO VIU
Os cancelamentos são normais em festivais, e este ano foi chato não ter visto o Fontaines D.C. A banda precisou cancelar sua participação devido a problemas de saúde do vocalista Grian Chatten. Coube ao White Denim substituir os irlandeses.
TRENDS DO PÚBLICO
Chapéus de cowboy

Os fãs clubes de Jão e Olivia Rodrigo usaram e abusaram dos chapéus de cowboy —que tem sido uma tendência nos shows de divas pop. Do lado do brasileiro, eles eram vermelhos e do time da norte-americana, roxos. As cores fazem referência aos respectivos artistas, e deram um toque divertido aos looks.
Saias “Olivia”
Na sexta-feira, animadas com a estreia de ídola-mor no Brasil, as meninas – e alguns meninos – investiram nas saias prateadas, com ou sem paetês, fazendo referência a uma das peças de roupa popularizadas por Olivia Rodrigo.
Camisas de banda

Todo ano, o desfile de camisetas de bandas é um termômetro que indica o maior peso das atrações por dia de festival. No domingo (30), por exemplo, o Lollapalooza 2025 foi inundado por camisetas pretas, majoritariamente com estampas de bandas de rock e metal, graças aos shows de Tool e Sepultura.
LINE-UP… DAS ATIVAÇÕES
Todo ano é a mesma coisa. As ativações brilham no Lollapalooza. Este ano, os estandes de marcas somaram 25. As corporações sabem que nos festivais o público está mais aberto e receptivo às abordagens delas e por isso investem literalmente milhões de reais para rechear suas casinhas com atividades gamificadas, distribuição de brindes, shows e o que mais der na telha dos publicitários responsáveis por recheá-las.
Para boa parte do público, as ativações têm peso igual ou maior do que os shows. Isso pode ser comprovado pelo tempo de permanência nas filas, que pode ultrapassar três valiosas horas para, por exemplo, dar uma volta numa roda gigante.
Listamos abaixo algumas das ativações que mais fizeram sucesso no Lollapalooza 2025.
Smirnoff

Com um estande que lembrava um carrossel de parque de diversões, a marca distribuiu o drink que foi a sensação do Lollapalooza, Moscow Mule, em canecas de bronze. Também houve distribuição de polaróides e pochetes.
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Bradesco
O banco foi responsável pelos pontos de água potável e distribuiu squeezes para que a galera pudesse se hidratar livremente em vários pontos do festival. Além disso, entregou chapéus, pins e pochetes.
Budweiser

Ofereceu copos personalizados e tirantes para celular ou copos. Para ganhar, era só seguir o instagram oficial e mostrar ao promotor.
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Cielo
Para quem finalizasse o game de memória proposto pela marca, o brinde era um protetor de sapato. Nas rodadas especiais, o prêmio foi um óculos de sol
Club Social
Quem gravou um jingle da marca levou uma shoulder bag ou capa de tênis, além de amostras do produto.
Coca-Cola
Um dos estandes mais lotados, a Coca apostou na música para atrair visitantes. A curadoria dos shows que rolaram dentro da ativação foi feita pela Billboard Brasil e teve um line-up pesadão, que incluiu da banda Fresno (responsável por estrumbar o local) até a rapper sensação ajuliacosta. Além dos shows, a marca de refri também distribuiu cordões, copos e sorteou câmeras instantâneas para alguns sortudos.
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Hellmann’s
No Lolla Lounge, distribuíram jaquetas corta-vento que viravam pochete. Era só chegar e pegar!
McDonald’s
Como recompensa para os fãs mais fiéis, o Mc levou sanduíches de graça para quem estava colado na grade. A ação rolou em alguns dos shows mais concorridos do Lolla. Na praça de alimentação da marca, rolaram quizzes valendo um holder de batata frita.
Vivo
Quem topou participar de um quiz sobre sustentabilidade levou para casa chaveiros e shoulder bags.
Riachuelo
A marca assinou o jeans oficial do Lollapalloza e criou oportunidade de customização da peçtta, além de ter montado um estúdio fotográfico profissional para a galera renovar as fotos dos perfis.
LAMA: O RETORNO

Depois do inferno vivido pelos frequentadores do Lolla no ano passado, quando o festival ganhou o apelidinho de “Lamapalooza”, a sexta-feira do festival foi novamente agraciada por uma tempestade, que chegou a paralisar o andamento do evento por mais de uma hora, causando atrasos na programação e enormes filas na entrada.
A chuva de sexta causou um imenso impacto no dia seguinte, transformando alguns espaços, como a “pista” do palco Samsung em um enorme lamaçal. Sabemos que condições climáticas são impossíveis de serem controladas, mas Tom e Elis já nos ensinaram que as águas de março não perdoam. As capas de chuva, que são cada vez mais transformadas em concorridos brindes das ativações, até ajudam, mas fica a pergunta: não haveria alguma maneira de diminuir o estrago e minimizar o desconforto e riscos que vêm com a lama?
MELHORES LOOKS
Entre as atrações, houve estrelas com looks estilosos e excêntricos que, como apontado pela equipe da Billboard Brasil, facilmente seriam um estouro no Sahara, no Rio de Janeiro, ou na 25 de março, em São Paulo.
Benson Boone

O reizinho do mortal escolheu um conjunto de calça e colete brilhantes, verde com detalhes amarelos, bem na tendência Brasil core. Ah, e pasmem: ele ficou boa parte da apresentação com o colete fechado, apesar da fama de Benson Boone de desfilar sem camisa pelo palco.
CA7RIEL & Paco Amoroso

Além do espetáculo no palco, eles deram um show nos looks. CA7RIEL usava uma calça branca com letras em azul, regata branca e um colete na pegada animal print. Com o cabelo para trás e óculos escuros prateados, muitos o batizaram de “Lady Gaga da América Latina”.
Seu parceiro, Paco Amoroso, estava mais básico, mas sem perder o estilo. Ele arrancou sorrisos dos brasileiros ao usar uma camiseta preta com a frase “Adoro DJs”, acompanhada de uma calça jeans estilizada, em uma vibe meio country. O colar de correntes e os óculos pretos com spikes trouxeram o tom rock star que exala hermano para além das canções.
RAP, TRAP E FUNK BR
Parte já muito integrante dos festivais multigêneros brasileiros, o rap, o trap e o funk estiveram presentes no Lollapalooza 2025. Nomes como Drik Barbosa, uma das principais expoentes do rap feminino no país, a dupla Tropikillaz, com sua mistura de mistura rap, trap e funk em sets cheios de energia, o hitmaker e produtor DJ GBR, que fez uma das melhores apresentações no palco Perry representando o gênero funk rave e MC Kako, conhecido por suas letras irônicas e seu estilo único, que mistura elementos de funk, trap e hip hop. Outros dois nomes grandes que são expoentes desse movimento e se apresentaram no Lolla 2025 foram Kamau e Zudzilla.
Menção honrosa para o duo argentino Paco Amoroso & Ca7triel que, no meio de tudo o que fazem (bem), também cospem barras em forma de um trap quase sempre envolto a reggaeton
MAIORES FANDOMS

O que não falta no Lollapalooza são os fandoms, grupos de fãs dedicados que costumam ser apelidados pelos seus ídolos. No Lolla 2025 tivemos os Lives (fãs da Olivia Rodrigo), Lobos (fãs do Jão), Mendes Army (Shawn Mendes), os TN Kids (Justin Timberlake), os Swimmers (Teddy Swims), os Earthers (Wave to Earth) e os Redders (Girl in Red), Tatás (Tate McRae), só pra citar alguns. Os fãs de artistas dos anos 1990 e 2000, como Sepultura, Tool e Alanis Morissette, são chamados de fãs mesmo.
K-POP, NÃO: K-INDIE
Não foi em 2025 que o Lollapalooza Brasil se redeu ao K-pop, mas passou perto. A banda Wave to Earth é uma expoente do K-indie que se apresentou sábado (29) no palco Mike’s Ice, entregando uma mistura de rock, jazz e elementos lo-fi. O Wave to Earth se destaca no cenário do K-Indie, gênero que combina melodias acessíveis com letras em inglês. Próxima parada K-pop, Lolla?
ELETRÔNICO MENOS COMERCIAL
O palco Perry foi um dos que mais se voltaram para longe do som comercial de anos passados. Entre as apresentações que passaram pelo palco, este ano patrocinado pela Fiat, estiveram ótimas DJs brasileiras como Nana Kohat, Due, Any Mello, Ashibah, Paula Chalup, Cashu, Blancah, a belga Charlotte de Witte, os brasileiros Agazero, L_cio, DJGBR, além dos gringos headliners do palco, a belga Charlotte de Witte, o escocês Barry Can’t Swim e o duo americano Kasablanca. Alto nível.
INFRA

As filas foram bem pequenas e pontuais, tanto para comprar comida quanto para usar os banheiros dos festivais, que na maioria das vezes estava organizado e com papel higiênico – quem frequenta festivais sabe o quanto isso é valioso!
Os banheiros de cabine vieram para ficar e têm maior aceitação que os banheiros químicos por diminuir filas e pelo padrão de limpeza.
O pagamento foi facilitado sem as pulseiras. Assim, foi possível usar, crédito, pix e débito.
O QUE ELES FALARAM
Bando de homem lerdo – Marina Lima, sobre a demora para arrumar seu som.
A vida presta – Shawn Mendes, em referência à Fernanda Torres.
Meu primeiro fã-clube está presente aqui hoje e se chama Tate McRae Brasil – Tate McRae agradecendo ao seus fãs brasileiros.
“Estou menstruada, então vou ficar emocionada” – Olivia Rodrigo, ao ser ovacionada pelos fãs.
Meu nome não é Olivia, mas sou Rodrigo. Por favor me aplaudam – Rodrigo Lima, do Dead Fish, durante seu show no Lollapalooza.
“Hoje eu tô gostoso” – Jão, antes de cantar “Linger”, do Cranberries
“Os deuses gays mandaram esse arco-íris pra nós, São Paulo” – Girl In Red, celebrando a chegada do fenômeno atmosférico