Crítica: Jão, tesão, bonito e popzão!
O cantor paulista confirmou sua popularidade absoluta em seu show no The Town
“Jão, tesão, bonito e gostosão! Jão, tesão, bonito e gostosão!”
O coro começa no final de “Idiota” e estimula o cantor a se dirigir com carinho para a plateia de uma das apresentações mais esperadas da noite em que Bruno Mars é a estrela principal. O sucesso do popstar é avassalador, mas não é surpreendente. Poucos nomes da sua geração possuem o nível de entrega e qualidade dos filho mais pop de Américo Brasiliense, cidade que fica a mais de 300 quilômetros de distância de São Paulo.
Sejamos honestos? IZA, Pabllo Vittar e Gloria Groove fizeram apresentações marcantes, de encher os olhos. Mas coube a Jão (e Ludmilla, claro) a missão de trazer para o palco de The Town espetáculos mais bem estruturados e sem quebra de ritmo.
Existe um roteiro, uma visão mais bem cuidada do repertório e um cenário de encher os olhos – embora o dragão do palco fique entre o bicho de “Game of Thrones”e o carro de abre-alas da escola de samba Portela e um dos figurinos lembra muuuito (para usarmos um termo mais ameno) o utilizado recentemente pelo cantor inglês Harry Styles, em um show de 2022.
O JAO SENDO O MAIOR FA DO HARRY pic.twitter.com/zNIX32Uyzl
— jessie's august (@lwtlittefreak) September 11, 2023
Jão está se tornando cada vez mais senhor do palco. O menino que cantava com os olhos grudados no chão tempos atrás se tornou um popstar seguro, que não tem medo de correr riscos – que podem ser desde tomar chuva, como fez na turnê de “Pirata”, de 2022, a criar momentos intimistas ao piano.
Na parte musical, o que começou com um sertanejo universitário revestido de batidas eletrônicas e arranjos modernosos hoje foi acrescido de uma eloquência inspirada no Coldplay (aquele refrão que explode em “Essa Eu fiz pro Nosso Amor”) e a new wave da década de 1980. Jão é popzão gostoso.