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Geração Z ajuda a impulsionar o crescimento da música eletrônica no Brasil

Geração Z ajuda a impulsionar o crescimento da música eletrônica no Brasil

Renovação do público ultra conectado alimenta desejo de eventos no estilo

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Público jovem está mais atraído pela música eletrônica

Com crescimento de 17% e avaliada em R$ 60,3 bilhões, em estudo apontado pela IMS Business Report 2024, um dos fatores que tem impulsionado a música eletrônica no Brasil é o engajamento da geração Z.

Os jovens ultra conectados com as redes sociais ajudam a alimentar o desejo de consumo do ritmo e a vontade de estar presente nas festas dedicadas à cena, cada vez mais disputadas no calendário do entretenimento brasileiro.

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A Dj e produtora Curol afirma ter sentido a dimensão dessa força da nova geração ao tocar em um evento com Keinemusik para 18 mil pessoas, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, em 2024.

“Foi lá que percebi a quantidade significativa de jovens atraídos pelo fenômeno do coletivo, que viralizou por meio de vídeos em plataformas como TikTok e Instagram, amplamente compartilhados”, acredita.

Curol é um dos grandes nomes da nova geração do afro house – Crédito: Divulgação/Diego
Curol é um dos grandes nomes da nova geração do afro house – Crédito: Divulgação/Diego

Curol fala de como as produções têm se adaptado para essa renovação do público. “Ela é impulsionada pelo desejo de fazer parte dessa criação de conteúdo para as mídias sociais. Esse fenômeno também é visível com projetos como o Afterlife (festa criada pelo duo Tale of Us), que também conquistou essa geração conectada”, complementa.

Crescimento

Como o produtor musical Rick Bonadio já afirmou a Billboard, este é o melhor momento da música eletrônica. A passos largos, o som das carrapetas tem furado a bolha, criando a necessidade de palcos destinados ao ritmo nos principais festivais.

No Rock in Rio, existe um público que vai somente para o Palco New Dance Order. No Lollapalooza 2025, nomes como Charlotte de Witte, San Holo, Zedd, DJ GBR, Zerb e Ashibah estão confirmados.

Eleito cinco vezes o melhor club do mundo pela publicação britânica DJ Mag, Greenvalley, localizado em Camboriú (SC), é uma prova dessa boa fase.

Ana Castela e Gabriel Medina curtindo o Greenvalley com Eduardo Philipps. Crédito:Divulgação/ Diego Jarschel
Ana Castela e Gabriel Medina curtindo o Greenvalley com Eduardo Philipps. Crédito:Divulgação/ Diego Jarschel

“Na atual temporada, estamos vindo de uma sequência de sucessos muito grande, como há muito tempo eu não via nesses 17 anos de Greenvalley. Você ter sold out em uma casa noturna com lotação de 10 mil pessoas, fora do eixo Rio x São Paulo, não é uma tarefa simples. Temos que estar antenados ao que essa nova geracão quer, como por exemplo fazer eventos diurnos, que terminam mais cedo”, atenta Eduardo Philipps, sócio-diretor e fundador do club.

Diversidade

O DJ Dropack aposta na diversidade dos artistas brasileiros como uma das fórmulas de sucesso.

“Um dos grandes desafios da música eletrônica é a desmitificar para quem não a consome. Nós temos uma gama de artistas muito talentosos e diferentes no Brasil e esse é o nosso grande diferencial. Tenho viajado o mundo inteiro e fico muito feliz com esse reconhecimento”, comemora o DJ, que também é A&R e Brand Curator.

Luiz Gabriel, CMO do Greenvalley, reforça o coro e acrescenta: “Estamos vendo uma grande exportação de artistas brasileiros, que fazem muito sucesso fora do país. Tem o Liu, que pega muito o mercado asiático; já o Mochakk cresceu muito com a ascencão das redes sociais; também temos a Curol com toda sua originalidade do Afro House. Além disso, observamos também o interesse maior dos gringos de virem tocar no Brasil”.

Curol enxerga uma série de mudanças na cena. “Estou há 15 anos consumindo música eletrônica e passei por diversas fases e papéis. Comecei como consumidora, fui promoter, fotógrafa e hoje sou DJ e produtora musical. Antes da pandemia, as festas costumavam começar mais tarde e terminavam ao amanhecer. Atualmente, vemos mais eventos no formato sunset, que terminam mais cedo. Também houve uma evolução nos artistas de ponta e nos subgêneros”, destaca.

Festas eletrônicas diurnas estão sendo produzidas para atender a demanda da geração Z. Crédito: divulgação/Diego Jarschel
Festas eletrônicas diurnas estão sendo produzidas para atender a demanda da geração Z. Crédito: divulgação/Diego Jarschel

A DJ ressalta a importância do surgimento de novos nomes. “Antes, Alok e Vintage Culture dominavam como os principais nomes do Brasil. Hoje, eles continuam em destaque, mas novos talentos estão emergindo não apenas no mercado nacional, mas também no cenário mundial, ocupando espaços em festas temáticas, como as voltadas para Afro House, Melodic Techno, entre outras”, justifica.

Curol acaba de ser indicada para a disputada lista “20 of 2025”, do Tomorrowland.

“Ser considerada pelo Tomorrowland como um dos 20 artistas mais promissores do mundo é um marco importantíssimo na minha carreira internacional. Essa conquista representa um grande passo para ampliar meu alcance e reforça o desejo que tenho de ocupar espaços cada vez mais relevantes no cenário global. Sem dúvida essa indicação também confirma que estou no caminho certo e me motiva a continuar expandindo minha presença e minha música ao redor do mundo”, celebra.

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