Flerte de MC Tati Zaqui com gospel é comum no funk: os MCs que louvam no passinho
Que isso, varão! Vigia!
A MC Tati Zaqui declarou estar com um pé no gospel após um relacionamento, rotulado pela cantora como “abusivo”, com seu ex-namorado Thomaz Costa. Em entrevista à revista Quem, a cantora declarou ter “chegado ao fundo do poço” e, por conta dos louvores que ouviu nesse período, ter vontade de “levar essa mensagem” em sua música. Apesar de serem visto como antagonistas, o funk e o gospel duelam mais no imaginário coletivo. No mundo artístico, comungar dos preceitos evangélicos e, ao mesmo tempo, rabiscar passinhos nunca foi um delírio.
Tonzão Chagas, d’Os Hawaianos
Uma das figuras mais carismáticas e meméticas do funk é Ewerton Chagas, o Tonzão. Dançarino de um dos grupos mais famosos do funk, Os Hawaianos, Tonzão converteu-se e, momentaneamente, isolou-se do grupo para embalar louvores com pancadão. Mas foi justamente sua chegada com o álbum “No Passinho do Abençoado”, de 2012, que o dançarino virou MC junto ao grupo Os Adudianos e, mais do que isso, virou um dos memes mais queridos da internet futebolística por ser exaustivamente postado no perfil Se Ficar Puto É Pior. Se vale dizer, Tonzão voltou aos Hawaianos para a formação que gravaria o sucesso “Ai, Preto” junto a L7NNON e, após críticas por ter sido visto em um baile, disse ter abandonado a carreira gospel.
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MC Lele JP
Um dos nomes do funk consciente de São Paulo, MC Lele JP tem 50 milhões de views no vídeo de “Imbatível” cujos versos “se você tem um sonho, vai buscar que vem / pode pá que a bênção vai ser merecida /seja especialista, meta é pra quem tem /pra véinha guerreira: uma goma na vila” poderiam tranquilamente se encaixar em um pancadão gospel. O subgênero compartilha semelhanças com o discurso gospel. Não à toa, Lele JP frequentou a Igreja Evangélica Vales das Bênçãos, do Jardim Peri, Zona Norte de São Paulo.
MC Marcinho
Ícone do gênero, MC Marcinho deixou os fãs do gênero órfãos com sua morte, aos 45 anos. Em 2014, o “príncipe” declarou que tinha um sonho: virar pastor evangélico. Três anos antes, o cantor lançou “Deus É Fiel”.
MC Guimê
Em 2019, tempos mais simples, MC Guimê anunciava sua conversão após a confusão que tornou-o vilão de milhares de crianças que sonhavam em ir à Disney. Na verdade, o cantor foi confundido com MC Gui que, por sua vez, havia se filmado rindo de uma menina, fantasiada como Boo, da animação “Monstros S.A”, enquanto estavam no trem rumo ao parque de diversão americano. A criança, que percebeu estar sendo filmada, tinha câncer. Parte da repercussão negativa do fato chegou a MC Guimê já que internautas o confudiram com o então autor do vídeo. No Instagram da Assembléia de Deus Alphaville, templo liderado pela cantora Cassiane e seu marido, Jairo Manhães, o músico foi retratado como um novo convertido. Três anos após, o MC enfrentaria turbulências em sua imagem após participação no “BBB 23” no qual assediou uma participante.
MC Buchecha
Um dos MCs mais famosos do funk, Buchecha canetou “Guerreiro de Fé”, em 2022. “Quando a pessoa tá limpa flutua na paz de Deus / Nenhuma arma forjada impede os sonhos teus /Sabe que toda maldade vai cair por terra, eu sei / E o que X9ar paga pra vacilar sem lei”, diz a letra. Em sua página no Facebook, certa feita, o cantor disse: “nada me apraz quanto a assistir ao um culto evangélico,onde a palavra de DEUS nos aponta JESUS CRISTO amando e perdoando a todos que,humildemente se arrepende dos seus erros”.