Fernando e Sorocaba buscam conexão entre sertanejo e o country norte-americano
A dupla faz essa mescla com o projeto 'Nash', gravado nos Estados Unidos
Aos 17 anos de carreira, os sertanejos Fernando e Sorocaba dão um passo ousado, mas, ao mesmo tempo, realizam um sonho com o lançamento de “Nash”. Com projeto gravado na cidade de Nashville, nos Estados Unidos, eles querem quebrar as barreiras e criar um “portal” entre o country e o sertanejo.
Os dois ritmos que dão identidade ao disco partilham semelhanças, mas também diferenças. Criar a conexão entre eles é a missão dos brasileiros, segundo a dupla.
“O principal desafio foi fazer com que esses dois mundos se conectassem. A música country no Brasil, às vezes, pode ser confundida com o gospel por causa da sonoridade country-rock, que está muito em alta. Nós resolvemos não esconder isso. A ideia é realmente soar diferente. O sertanejo é um gênero que abraça várias vertentes. Por que não o country também? Decidimos assumir isso”, contou Sorocaba durante a estreia para a imprensa do minidocumentário “Nash”, na ultima quarta-feira (7).
O curta-metragem mostra os bastidores dos cantores durante a gravação do álbum em terras norte-americanas. “Nash”, como um todo, chama a atenção por sua identidade audiovisual, com imagens gravadas em bares e cenários típicos do berço da música country. Outro ponto de destaque é a sonoridade marcante das canções.
Ao todo foram gravadas 13 faixas que serão lançadas em duas etapas. A primeira parte do projeto chegas às plataformas digitais no dia 22 de agosto. Uma amostra dessa mescla entre Brasil e Estados Unidos já foi liberada ao público na música “Cold blooded”, parceria com um dos destaques do country, Chase Matthew. Também participam do álbum Dustin Lynch, LOCASH e Chris Weaver Band.
Fernando e Sorocaba se preocuparam também em unir a novidade e a nostalgia no novo trabalho, cantado em português e em inglês. A ideia, segundo eles, é mostrar a realidade atual do gênero norte-americano e não aquela conhecida pelo público brasileiro por meio das telenovelas.
“Esse projeto foi a abertura de um portal. Queremos restabelecer essa conexão para transitarmos lá, e também que mais artistas venham para o Brasil”, diz Sorocaba.
E, para dar continuidade ao intercâmbio cultural, a dupla vai receber Dustin Lynch, uma das participações especiais do álbum, em uma apresentação no Jaguariúna Rodeo Festival, em setembro.
Tendência mundial
No mercado fonográfico há um movimento em que grandes nomes estão de olho na música country. Assim, a dupla acredita que está fazendo uma aposta no momento certo.
“É uma tendência mundial: temos artistas como Beyoncé e Post Malone gravando; a moda também está girando em torno do country.”
Com o álbum bilíngue, a dupla não descarta a possibilidade de uma carreira internacional, mas os dois sabem dos caminhos que vão precisar trilhar. “Todo artista brasileiro quando tenta fazer carreira internacional tem justamente a questão da barreira da língua. Não só falar, mas viver [as experiências desse] mundo”, pontua Fernando.
Segundo ele, Anitta foi a que mais se destacou nesse quesito. “Uma das artistas que foram mais longe foi a Anitta, mas ela teve de viver e entender esse mundo lá fora para tentar fazer uma carreira. O inglês é o idioma que conversa com o mundo inteiro, então gravamos algumas músicas e acreditamos que elas vão tocar bastante”, conclui.
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