Fat Family teve dificuldades para compor figurino no início do grupo
Grupo retorna aos palcos em comemoração aos 25 anos de carreira
A Fat Family está comemorando 25 anos de formação. Para celebrar o momento, as irmãs Suzete, Katia e Simone tiraram da gaveta os planos de voltar para os palcos, que começaram ainda em 2017, antes da morte da outra irmã, Deise. Ela morreu em 2019, aos 39 anos, vítima de um câncer no fígado.
A estreia da nova formação aconteceu durante o Festival Sarará, em agosto desse ano, e além de trazer o “Jeito Sexy” da Fat Family de volta para os palcos, elas relembraram a época em que roupa plus size era quase como história para criança dormir.
“Sempre foi uma luta muito grande em relação à roupa. Desde que a gente surgiu, a gente não encontrava em lojas de shopping roupas do nosso tamanho”, contou Suzete em entrevista para a Billboard Brasil.
As irmãs sempre se interessaram por moda, e gostavam de figurinos modernos, mas encontrar algo que lhes servisse era um desafio.
“A gente costumava mandar alguém confeccionar aquilo que fazia a gente se sentir bem, mas sempre rolou essa dificuldade”, complementou Simone.
Elas acreditam, inclusive, que foi depois da Fat Family que o mercado da moda no Brasil passou a olhar com mais carinho para corpos gordos.
“Hoje tem um nome: plus size. Antes, naturalmente a gente incluiu no nosso vestuário roupas para gordos. Sempre tivemos essa preocupação”, contou Kátia.
Além do desafio para achar roupas que lhes cabiam, elas também relembram que eram alvo constante de ataques gordofóbicos — em uma época em que o termo sequer era usado.
“Batia uma bad”, disse Suzete. Ela relembrou que Kátia costumava chorar com os comentários e a ausência de peças de roupas para ela, como sapatos.
Como a mudança do cenário e o assunto sendo mais debatido, a Fat Family acredita que faz parte desse processo:
“Hoje em dia o assunto é mais sutil. Tem outras mulheres gordas aparecendo, crescendo. Para a gente, é um orgulho fazer parte disso”.