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Ex-Miss A, MIN se joga na carreira solo e foge da pressão estética do kpop

Ex-Miss A, MIN se joga na carreira solo e foge da pressão estética do kpop

Cantora de 33 anos conversou com a Billboard Brasil sobre a carreira

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MIN

MIN, solista e ex-integrante do grupo Miss A, usa a experiência de mais de 15 anos de carreira no kpop para uma nova fase de sua vida. A cantora, que voltou a morar em Nova York, nos Estados Unidos, lançou recentemente o EP “PRIME TIME”. É com ele que MIN manda um recado para a indústria da música: é ela quem agora toma as decisões.

A jornada musical de MIN começou na infância, influenciada por Michael Jackson, Prince e Destiny’s Child. Sua admiração pela pioneira do kpop, a cantora BoA, alimentou os sonhos de se tornar uma artista.

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Anos depois, MIN estreariacomo membro do grupo feminino Miss A, da JYP Entertainment, em 2010, ao lado de Fei, Jia e Suzy. O quarteto teve hits como “Bad Girl, Good Girl”, “Hush”, “Good-bye Baby”, “Only You” e “I Don’t Need a Man”.

“Eu fiz o ensino médio em Nova York e sempre tive esse desejo de voltar, porque tinha ótimas memórias. Até visitei a cidade depois, mas não tive a chance de morar quando adulta”, começa MIN em entrevista à Billboard Brasil.

“Até que um dia eu recebi uma mensagem no Instagram de uma diretora musical. Eu pensei que era um golpe, mas começamos a conversar. Queriam que eu fizesse um teste para um musical na Broadway. Fiquei muito animada com a chance e disse ‘sim’ na hora. Vim para Nova York para fazer o workshop e estou aqui desde então.”

Leia a entrevista com MIN, ex-Miss A:

Billboard Brasil: Como morar em Nova York te ajudou no processo de criação do EP?

MIN: Aqui há tantas pessoas diferentes, culturas diferentes… Ninguém se importa com quem você é. Eles estão muito ocupados fazendo suas próprias coisas, sabe? Eu realmente gosto disso em Nova York. Acho que tenho mais autoconfiança sobre minha vida e até mesmo minha aparência. O que quer que digam, penso: ‘Quem é você para me dizer quando é meu melhor momento?’. [Essa confiança] ajudou minha música e me deu uma direção.

Você falou sobre se sentir reprimida quando trabalhava na indústria do kpop e como ficou ansiosa depois de deixar a JYP. Você chegou a comentar que ficou mal… Como superou isso?

É um pouco clichê, mas a música me ajudou. Um dos meus melhores amigos é dançarino e eu fui visitá-lo. A gente saía para dançar. Foi quando percebi que era isso que eu deveria estar fazendo, sabe? Eu sou boa nisso. Eu deveria compartilhar [meu talento] com as pessoas. Essa sensação me atingiu com força e me tirou dos meus dias sombrios.

Você diria que a indústria do kpop deveria melhorar nesse quesito, permitir que seus artistas sejam mais autênticos e eles mesmos e falem o que pensam?

Eu não sei… É uma grande indústria com grandes empresas operando em um grupo. Esses artistas precisam ser cuidados. Se um deles, sei lá, bater em uma pessoa, eles não vão ter sucesso. É um tema para se pensar muito. Mas também cada pessoa deve saber cuidar de si mesma.

Algum artista novato já te pediu conselhos?

Não, mas muitos dos meus fãs me pedem. Muitas pessoas querem ser um ídolo de kpop. Muitos praticam para estar em grupos, fazem testes e me pedem dicas.

MIN
MIN (Divulgação)

Nesta jornada de autodescoberta, você aprendeu algo novo sobre si?

Eu me lembrei por que comecei na música. Às vezes é fácil esquecer isso porque eu amo dançar, cantar, me apresentar, mas isso virou meu trabalho. É automático para mim. Mas quando eu subo no palco, tento me lembrar de como comecei e não tomar nada como certeza. Minha avó me apoia em tudo o que faço, me ama incondicionalmente. Sou muito grata pela minha família.

O que foi mais difícil para você? O período de trainee, depois do début com o Miss A ou após sair da JYP?

Definitivamente tive altos e baixos. Como trainee foi uma espera sem fim para saber se eu realmente iria estrear ou não. Essa foi a parte mais assustadora para mim. No Miss A, tivemos um primeiro álbum de muito sucesso. Então toda vez que lançávamos músicas novas, nosso padrão [de cobrança e pressão] era muito alto. A gente queria superar o primeiro álbum. E não só nós, mas o público, a empresa, todos tinham expectativas. Isso foi um pouco difícil para nós e para mim também. E eu adoro comer, mas tive que usar looks que mostravam minha barriga ou minhas coxas. Lutei com isso quase toda a minha vida [pressões estéticas]. Eu amo comer. Não quero ficar falando ‘não’ [para o que gosto].

E a pressão para seguir os padrões de beleza é realmente difícil…

Sim, foi difícil. E também ser comparada [com outros artistas], porque estamos sob os olhos do público. Haverá coisas boas e coisas ruins. Recebi muito amor, mas ainda recebo muito ódio e críticas de pessoas que não conheço.

Você se cobra muito?

Sempre sinto que não sou o suficiente. Às vezes não quero ser perfeita, mas sei que não sou e ninguém é perfeito. Mas eu simplesmente tenho essa perfeição dentro da minha cabeça. Sempre que faço uma ótima performance, ainda penso: “Ah, talvez eu pudesse ter feito isso melhor. Ou poderia ter feito aquilo”. Mas todo mundo comete erros, está tudo bem.

O que você aprendeu durante o tempo com Miss A e que agora usa na sua carreira solo?

Acho que não importa quão grande e popular você seja, é sempre bom lembrar o motivo pelo qual começou. Continuo fazendo música e espero poder fazer para sempre. Mas, você sabe, é difícil. Eu só quero ser melhor no meu trabalho. E acho que a experiência que tive com Miss A me ajudou a ser muito profissional no que faço. Não dá para comprar experiência com dinheiro.

Você disse antes sobre “PRIME TIME”, que ninguém mais pode escolher por você. Que tipo de mensagens gostaria de difundir com o EP?

Quero empoderar as pessoas. Como mulher, eu me senti velha por muito tempo. Tenho 33 anos, não sou velha. Sou uma jovem com uma carreira de sucesso e vou fazer mais coisas que amo. Quero inspirar as pessoas com meu talento.

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MIN (Divulgação)

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