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Entrevista de capa: ATEEZ, a potência em ascensão do kpop

Entrevista de capa: ATEEZ, a potência em ascensão do kpop

Grupo conquistou legião de fãs com facilidade em transitar por gêneros musicais

Avatar de Isabela Pacilio
ATEEZ

A mudança de sede da KQ Entertainment transformou o destino da empresa musical sul-coreana, fundada em 2016, da noite para o dia. Entre caixas e pilhas de documentos, funcionários encontraram uma carta esquecida, enviada um ano antes por um jovem de 17 anos aspirante a produtor. Ele escreveu que compunha e pedia um trabalho.

Junto ao papel, enviou uma mixtape com suas criações. Talvez conseguisse um estágio na firma responsável por um de seus artistas favoritos, o Block B. Mas o resultado foi melhor do que se poderia imaginar. A carta de Hongjoong foi o ponto de virada para a companhia, que o contratou imediatamente e garantiu o estrelato do grupo de kpop ATEEZ – capa da 12ª edição da Billboard Brasil.

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Formado em 2018 – por Hongjoong, SeonghwaYunhoYeosangSanMingiWooyoung e Jongho –, o octeto se transformou em um dos mais talentosos do gênero. Em agosto do ano passado, eles fizeram seu primeiro show em um estádio, em São Paulo, para 30 mil pessoas.

As baixas temperaturas e a chuva daquele dia não desanimaram o público, que gritou e dançou durante as duas horas de performance. Simpáticos, os artistas usaram camisas do Palmeiras, se enrolaram na bandeira do Brasil e ficaram hipnotizados com a energia dos fãs. E garantiram, em entrevista para a Billboard Brasil, que esta não será a única apresentação deles por aqui.

“Vamos nos encontrar novamente em uma grande oportunidade. Por favor, esperem só mais um pouquinho [risos]. Muito obrigado por nos apoiarem! Mal podemos esperar para ver todos vocês novamente”, agradece Wooyoung.

Para surpresa dos fãs brasileiros, neste ano Hongjoong conheceu Anitta em um evento na Semana de Moda de Paris e aproveitou para declarar toda a sua admiração pela cantora. “Contei que gosto muito das músicas dela e falamos sobre as apresentações mais recentes que ela tinha feito. Eu disse também que seria divertido fazer uma colaboração um dia, se tivermos a chance. Foi ótimo me conectar com uma artista que eu admiro.”

Hongjoong, integrante do ATEEZ
Hongjoong, integrante do ATEEZ (KQ Entertainment)

Bem no alvo

A aposta da KQ no ATEEZ rendeu para a empresa (até o fechamento desta edição) mais de 1 bilhão de visualizações no YouTube, entradas nos charts da Billboard com cinco EPs, dezenas de indicações e vitórias em premiações ao redor do mundo (como MAMA Awards, MTV EMA e Golden Disc Awards) e mais de 6 milhões de álbuns vendidos.

Em abril, o ATEEZ foi uma das atrações do Coachella –um dos maiores festivais de música e arte dos Estados Unidos, que recebe cerca de 125 mil pessoas por dia. “Fiquei feliz de verdade por fazer parte de um evento tão grande e reúne tantas pessoas. Nos últimos anos, muitos artistas de kpop fizeram apresentações incríveis em vários festivais. Acho que isso provou que o kpop, com mensagens universais e versatilidade, se encaixa bem nesses lugares”, avalia Hongjoong.

A KQ também cresceu. De 2018 a 2023, a quantidade de funcionários triplicou, segundo dados do jornal sul-coreano “아시아경제” (“Economia da Ásia”, na tradução livre). No ano passado, as vendas de álbuns e outros conteúdos cresceram 78% em relação ao ano anterior, graças à retomada da turnê mundial do ATEEZ na época.

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Seonghwa e Wooyoung, integrantes do ATEEZ
Seonghwa e Wooyoung, integrantes do ATEEZ (KQ Entertainment/Divulgação)

As conquistas são consequência da dedicação contínua dos artistas para aperfeiçoar suas habilidades, coreografias e performances. “Não nos restringimos a um só estilo. Queremos mostrar que o próprio ATEEZ é um gênero, que somos capazes de nos expressar em vários cenários musicais”, define Jongho. A fluidez é comprovada ao longo da discografia de 15 EPs. Eles exploram rap misturado a EDM com destreza em “Fireworks” e “Cyberpunk”. Há as faixas mais lentas e tristinhas, como “Turbulence” e “Empty Box”. As mais pop, como “Eternal Sunshine” e “Feeling Like I Do”. Tocam reggae em “Shaboom”. E até ritmos latinos com rimas poderosas em “Arriba” e “Blind”.

Nas músicas, abordam temas como relacionamentos, amizade, saúde mental e as ambições da juventude. “Mais do que tudo, espero que os fãs possam ver que estamos em constante evolução, vencendo limites, e que a nossa identidade é definida por essa versatilidade”, acrescenta Jongho.

Em novembro, lançaram o projeto mais recente, “Golden Hour: Part. 2″. “Vejo [a popularidade do grupo] quando ouço nossas músicas tocando em restaurantes ou pontos turísticos. São momentos em que percebo o quão longe chegamos. É surreal entrar em um lugar e ouvi-las de repente”, conta San. “Às vezes, fico pensando nos primeiros dias da nossa carreira. Lembrar de onde viemos me ajuda a ficar com os pés no chão. E pensar nos fãs me faz ser ainda mais humilde”, completa Wooyoung.

Outro ponto forte do ATEEZ é a participação dos integrantes nas composições das faixas. “Trata-se de colocar elementos que só nós podemos entregar. Ao mesmo tempo, tentamos inovar. Sair da zona de conforto é necessário para crescer”, diz Mingi. “É essa combinação de permanecer fiel ao nosso estilo e explorar novas ideias o que nos diferencia. Sempre procuramos maneiras de fazer com que cada álbum seja único e traga algo inesperado para os fãs.”

San e Yeosang, integrantes do ATEEZ
San e Yeosang, integrantes do ATEEZ (KQ Entertainment/Divulgação)

Próximos passos

Ídolos de kpop costumam enfrentar meses ou anos de treinamento para ter a chance de estrear na indústria musical. Diferentemente da maioria dos grupos, que treinam nas gravadoras na Coreia do Sul, o ATEEZ passou uma temporada nos Estados Unidos –onde continuou as aulas de dança e canto. O período foi fundamental para a evolução de Seonghwa. “Ampliou minha perspectiva”, ele explica. “Ir para lá me expôs a um mundo muito maior e a tantas culturas diferentes… Aprendi que há mais além da dança. Essa experiência fez meus sonhos crescerem ainda mais. Abriu meus olhos para novas possibilidades e aprofundou minha paixão pelo que faço.”

Os integrantes se aventuram também em outras áreas do entretenimento. Yunho, Seonghwa, San e Jongho estrearam na TV no elenco da série sul-coreana “Imitação” (2021). “[Saber] transmitir emoções é essencial para estar no palco. Quero mostrar meus lados diferentes em vários campos, e a atuação é algo que quero explorar”, diz Yunho. Já San está cada vez mais apaixonado pelo mundo da moda. “É uma paixão crescente. Minha meta é desenvolver todos os meus interesses de uma forma que me respeite e também não impacte negativamente o time. Não pretendo apenas tentar algo de forma imediatista. Quero encontrar coisas que eu possa continuar fazendo mesmo depois dos 40 ou 50 anos. Achando caminhos que me permitam crescer a longo prazo”, explica.

Mesmo após um 2024 cheio de shows e lançamentos, o ATEEZ não vai descansar. Eles já iniciam o próximo ano com a turnê mundial “Towards the Light: Will to Power” na Europa –ainda sem datas anunciadas no Brasil. “Mantenho uma rotina de exercícios. Isso realmente ajuda minha saúde física e deixa minha energia lá em cima”, diz Yeosang. “Para [cuidar da] saúde mental, procuro não me inquietar com coisas que ainda não aconteceram. Em vez de deixar que essas preocupações futuras me oprimam, faço um esforço para ficar no presente e dar um passo de cada vez”, completa.

“Fazemos questão de ter uma reunião só nós, membros, uma vez por mês. Temos conversas honestas sobre nosso futuro, nossos sonhos e quaisquer pensamentos sobre para onde estamos indo. É um espaço no qual podemos falar abertamente o que pensamos e apoiar uns aos outros. Isso nos mantém conectados e alinhados”, finaliza Jongho.

Esta reportagem está na edição #12 da Billboard Brasil; veja aqui.

Mingi e Yunho, integrantes do ATEEZ
Mingi e Yunho, integrantes do ATEEZ (KQ Entertainment)
Ana Castela e ATEEZ estão na última capa de 2024
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