Em meio a críticas de gravadores indie, Universal pode comprar Downtown Music
Reguladores da União Européia decidem esta semana sobre acordo
Os reguladores antitruste da União Europeia decidirão, até 22 de julho, se aprovam a aquisição da Downtown Music pelo Universal Music Group por US$ 775 milhões, de acordo com um documento da Comissão Europeia divulgado nesta terça (17).
A Virgin Music Group, unidade global de música independente da Universal, anunciou o acordo em dezembro do ano passado. A UMG é a gravadora número um do mundo e representa estrelas globais como Taylor Swift e Billie Eilish.
A Downtown Music atende coletivamente mais de 5.000 clientes empresariais e mais de quatro milhões de criadores em 145 países. Sua unidade de publicação musical conta com John Lennon e Yoko Ono, George Gershwin, Miles Davis, Wu-Tang Clan e John Prine entre seus clientes.
O executivo da UE, que atua como fiscalizador da concorrência no bloco de 27 países, pode aprovar o acordo com ou sem medidas em sua revisão preliminar ou pode abrir uma investigação de quatro meses se tiver sérias preocupações.
Analistas disseram que uma investigação completa parece ser a opção mais provável, tendo em vista o poder de mercado das grandes gravadoras.
O acordo gerou críticas do grupo europeu de gravadoras independentes Impala, que disse que a aquisição fortaleceria ainda mais a posição da Universal nos mercados musicais europeus e daria a ela mais controle sobre os serviços de streaming.
A Impala, que quer que o acordo seja bloqueado, disse que a aquisição também reduziria as oportunidades para gravadoras independentes.
A Universal disse que espera continuar a cooperar com a Comissão Europeia nas próximas semanas.
“Estamos confiantes de que concluiremos esta aquisição no segundo semestre do ano, conforme o cronograma original”, disse a empresa em um e-mail.
Um ex-economista-chefe da autoridade de concorrência do Reino Unido, em carta de 12 de junho à chefe antitruste da UE, Teresa Ribera, expressou preocupações sobre o acordo.
A aquisição “representa outro passo na estratégia mais ampla da UMG de minar a vitalidade e a viabilidade do setor de música independente — tanto na UE quanto globalmente — com o objetivo de fortalecer sua própria posição e, potencialmente, também a das outras duas grandes empresas (Warners e Sony)”, disse Amelia Fletcher em sua carta vista pela Reuters.
Fletcher foi cofundador de uma pequena gravadora e editora independente que usa os serviços do Downtown.