Falta pouco para o show histórico de Madonna na Praia de Copacabana, no Rio, acontecer. No dia 4 de maio, milhares (ou milhões!) de fãs brasileiros e do exterior desembarcarão na cidade para assistir à última apresentação da “The Celebration Tour”. Entre eles, estarão no público Victor Oliveira, de 25 anos, e a mãe, Angelita Oliveira. De Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, a professora de 50 anos viajará pela primeira vez de avião.
“Eu falei que seria o primeiro milagre da Madonna, porque eu nunca saí da minha cidade de avião. Meu sonho era conhecer o Rio de Janeiro. Quando divulgaram o show, nós decidimos ir! Era uma combinação nossa, de vida, irmos juntos juntos. A gente sempre teve uma ligação musical”, conta Angelita para a Billboard Brasil.
“Fui de uma família bem humilde. O que dava para ter era um rádio! Depois de muito tempo, eu consegui comprar um CD. Eu acompanhava o que dava, sempre fui muito fã”, diz a professora. Victor conheceu Madonna pela mãe, mas não diretamente.
“Pedi para ela comprar um DVD do ‘High School Musical’. Ela pegou uma coletânea da Madonna também, colocou no carrinho e eu fiquei olhando. Os dias passaram, e comecei a pegar o CD escondido para ouvir as músicas. ‘La Isla Bonita’ ficou gravada na minha cabeça, era a única que tinha palavras que eu entendia”, conta o gaúcho.
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Inspiração na arte
Victor faz shows como a drag queen Myah e garante: ela é 100% inspirada em Madonna. Em 2020, o jovem colocou a mãe em cima do palco para homenagear a diva do pop com uma apresentação de “La Isla Bonita” –assista abaixo. “Sou muito grato à Madonna por dar esse sentido a minha vida, costumo dizer que a minha drag é uma carta de amor a várias mulheres, mas especialmente a Madonna”
“Sou apaixonado pela forma como Madonna se expressa artisticamente. Ela coloca os pontos de vista pela música, cria uma narrativa e um contexto. É toda uma teatralidade que sempre me inspirou muito. Ouvir Madonna é lembrar da minha mãe. São minhas duas mães!”, brinca.
Angelita interrompe o filho: “Uma vez fui desbloquear o celular dele e a senha era um M. Eu fingi que era um M de ‘mãe’, mas era de Madonna. Às vezes tenho ciúmes da Madonna, mas não posso fazer nada. Então assim, não vem com essa de duas mães, porque quem pariu e amamentou fui eu! Um bebê grande! [risos]”.
Apesar dos ciúmes, a professora não economiza nos elogios à arte de Victor. “O que ele faz é totalmente diferenciado. Sou uma mãe humilde [risos]. A preocupação continua… Ele sai montado de casa, com carro de aplicativo. Sempre dou uma encarada nos motoristas, dou boa noite. Fica aquela coisa [de nervoso] até ouvir o barulho da porta abrindo, como qualquer outra mãe.”
Os dois estão na contagem regressiva para a viagem até o Rio e esperam a oportunidade de assistir ao show de forma mais confortável, já que Angelita tem um problema na bexiga. “Preciso usar uma sonda e, por isso, não vou conseguir ficar com ele o tempo inteiro como a gente planejava. Mas vamos estar lá!”, promete.
“É muito importante estar lá com a minha mãe. É uma forma de retribuir tudo o que ela já fez por mim durante todos esses anos. Não só depois que me assumi, mas desde pequeno, foram muitos anos de sacrifício”, finaliza Victor.
