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Nem tudo são flores: os desafios da vida de idol do kpop segundo o TWICE

Nem tudo são flores: os desafios da vida de idol do kpop segundo o TWICE

Cantoras estrelaram capa da sexta edição da Billboard Brasil

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Ao longo da história da música, fenômenos surgem e moldam o que o público ouve, como dança e como se conecta às melodias e ao mundo em seu redor. Com o fenômeno TWICE, grupo pop sul-coreano formado por nove ídolos, não é diferente. As meninas –capa da Billboard Brasil de março, compre sua edição aqui – cantam sobre amor, empoderamento feminino e esperança, movem milhões de fãs apaixonados de diversas gerações e influenciam indústrias musicais extremamente populares e lucrativas.

O kpop é um mercado bilionário e competitivo, com dezenas de grupos e solistas debutando todos os anos em busca de um lugar no topo. Os aspirantes a ídolos passam anos em treinamento, com aulas de dança, canto e idioma, até terem a chance de serem aprovados e escolhidos para a tão aguardada e desejada estreia.

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Aqueles que não conseguem seduzir os holofotes tão rapidamente são logo dispensados. E o esforço de sobrevivência continua mesmo depois do debute: o lucro do grupo vai pagar o investimento inicial feito pela empresa nos artistas. Somam-se alguns anos no árduo trabalho até receberem o primeiro salário.

O TWICE foi criado pela JYP Entertainment a partir de um programa de TV chamado “Sixteen” em 2015. As mais talentosas sobreviveram ao reality show —considerado “cruel” pela própria imprensa coreana na época.

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TWICE (JYP Entertainment)

Nayeon, Jeongyeon, Momo, Sana, Jihyo, Mina, Dahyun, Chaeyoung e Tzuyu (atualmente com idades entre 24 e 28 anos) foram escolhidas e estrearam depois de enfrentar as dinâmicas do concurso —uma prévia do que a agenda do grupo reservaria ao noneto.

“Quando debutei [aos 17], em vez de pensar: ‘Preciso crescer rápido’, fiz o que pude para entrar no momento e trazer o melhor de mim. [E consegui] graças ao incentivo das integrantes mais velhas ao meu redor”, conta Dahyun em entrevista para a Billboard Brasil. “Os primeiros dias da nossa estreia foram difíceis pelas agendas lotadas, mas contamos umas com as outras e trocamos influências positivas. Acho que essa experiência moldou quem somos hoje”, acrescenta.

Parte da terceira geração do kpop —geralmente divididas por décadas —, o noneto se destacou pela forte identidade musical, baseada no dance e eletropop. A notoriedade não veio do dia para a noite, mas o sucesso da estreia das cantoras com o EP “The Story Begins”, presente nos charts da Billboard norte-americana na época, dava o tom do que aconteceria nos anos seguintes: turnês mundiais, recordes de streaming, dezenas de prêmios e muitos, muitos hits.

“Às vezes, me sinto fisicamente exausta. A diferença de fuso horário quando vamos para o exterior torna um pouco desafiadora a adaptação completa antes de subir ao palco. Mas sentir a felicidade dos ONCEs (nome dos fãs do grupo) e ganhar energia com isso tornam esses desafios suportáveis”, avalia Tzuyu. “Mesmo que não possamos fazer tantas coisas [consideradas ‘normais’], não tenho muitos arrependimentos, porque recebemos muito amor. [Mas] sinto um pouco de falta da liberdade”, diz Momo.

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TWICE (JYP Entertainment)

A maturidade das adolescentes que se transformaram em adultas aos olhos do público também se refletiu nas músicas. Na extensa e diversa discografia, elas exploram o drum n’ bass, como em “Heart Shaker”, o pop-punk em “Queen of Hearts”, o R&B contemporâneo, o miami bass, o synth pop, o disco e até a bossa-nova em “Alcohol Free”. Hit atrás de hit, o TWICE alcançou o Hot 100 em 2021 com “The Feels”. O álbum seguinte, “Between 1&2”, ajudou o grupo a liderar o Billboard Artist 100 pela primeira vez.

Questionada sobre um conselho que daria para aqueles que desejam se tornar ídolos, Mina diz ser importante saber pedir ajuda. “Em vez de tentar resolver tudo sozinho, é uma boa ideia buscar ajuda e trabalhar juntos para alcançar bons resultados.”

Outro fator para o êxito do grupo foi a amizade estabelecida entre as cantoras ao longo dos anos. Grupos de kpop que duram mais do que sete anos, ainda mais com uma união tão firme quanto a do TWICE, são exceções na indústria. Em 2022, todas as integrantes renovaram seus contratos com a JYP.

Desde o debut, venderam mais de 15 milhões de álbuns ao redor do mundo e ganharam quase 20 Daesangs —o maior prêmio que um artista pode receber na Coreia do Sul. Em 2023, foram o primeiro grupo de kpop homenageado no Billboard Women in Music Awards e tiveram a terceira turnê mais lucrativa do gênero (com arrecadação de cerca de R$ 270 milhões). O fenômeno conquistou o xenófobo mercado norte-americano e foi abraçado com carinho no Brasil.

Por aqui, o TWICE foi o primeiro grupo feminino a esgotar um show no Allianz Parque, em São Paulo, no início de fevereiro, e o segundo mais ouvido em 2023 no Spotify –atrás apenas do BLACKPINK. Todos esses números são ótimos, é claro. O sonho de qualquer cantor. Mas para o noneto, os recordes ficam em segundo lugar. A amizade delas é prioriedade.

“Meu objetivo não é ter uma conquista específica, mas manter forte o vínculo com as integrantes. Espero promover um relacionamento próximo e natural tanto com elas quanto com os fãs, para formar uma conexão de amizade”, explica Jihyo. “Sou muito grata pelo amor que recebemos em tantos lugares. Sempre fico pensando em como retribuir isso enquanto me apresento com o TWICE”, completa Nayeon.

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