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DAY LIMNS exorciza dores de término e conservadorismo em novo disco

DAY LIMNS exorciza dores de término e conservadorismo em novo disco

'VÊNUS≠netuno' será lançado no dia 14 de novembro com parcerias

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DAY LIMNS está na contagem regressiva para o lançamento de seu segundo disco,“VÊNUS≠netuno” e não reprime o entusiasmo ao conversar com a Billboard Brasil sobre o projeto. Aos 28 anos, a cantora é referência do pop rock nacional, além de ser uma das melhores compositoras da geração atual —com hits escritos para Anitta e Luísa Sonza, entre muitos outros. O álbum, com 12 faixas, chega às plataformas de streaming no dia 14 de novembro.

“VÊNUS≠netuno” é um mergulho nas emoções de DAY. Recheado de referências religiosas e antíteses, ela coloca uma lupa na idealização de um relacionamento, nos sentimentos nascidos da desilusão e de um término doloroso. É um desabafo terapêutico em forma de disco com muita (muita!) sofrência.

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“Tive a ideia de falar sobre o relacionamento da perspectiva de alguém que viveu na igreja por muito tempo. Tratando essa pessoa como se fosse uma deusa mesmo, uma coisa romântica e idealista. O resultado de colocar alguém no pedestal é que você se sente inferior. É uma expectativa irreal e injusta que você coloca na pessoa e que ela nunca vai atingir porque é tão humana quanto você”, diz DAY.

O nome do disco ilustra o contraponto de Netuno (com simbolismos em torno da água, do azul, de Poseidon e do transcendental) com Vênus (o amor, a sensualidade, o quente, o vermelho, a paixão e Afrodite).

“O álbum é um exorcismo de vários sentimentos. Sendo brutalmente honesta, tudo é baseado no que sinto.”

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Kimberly Koeche

DAY trouxe parcerias com Hyperanhas e Froid, explorando diversas texturas no projeto. Não existe fronteiras de gêneros no vocabulário da cantora.

“Estou mirando em pessoas que às vezes nunca tiveram contato com o rock. Busco dialogar. Já sei que tipo de som que eu faço, então não teria problema nenhum em fazer parceria com um ritmo completamente diferente”, conta.

“Botei minha carreira em risco, porque quando você coloca guitarra na música você perde todos os espaços que tinha antes. Não toca na rádio, não toca na TV. Não deixo de ser a rockstar que sonhei quando era criança. O disco vai do pop ao new metal, brinca com trap, com drill, até com jersey”.

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Influência religiosa

DAY conseguiu externalizar ainda mais após o fim do relacionamento. “Estava tudo muito à flor da pele e a culpa foi desencadeada. Não me fizeram me sentir assim, mas reagi baseada na minha vivência. Pensava: ‘Eu era muito ruim, eu sou um lixo, uma cruz para aquela pessoa’. Percebi que a minha necessidade de endeusar alguém vinha muito desse lugar, de crescer precisando de salvação.”

A partir disso, surgiu também a necessidade de cantar sobre o conservadorismo, como DAY fez em “MINHA RELIGIÃO”, single já lançado. Na época, a cantora, que cresceu na igreja em Goiânia, enfrentou críticas de líderes religiosos nas redes sociais –algo que só deu mais motivação para seguir com o projeto.

“Eu sabia que isso ia acontecer. Conheci a Lady Gaga na igreja, porque ela era o ‘anti cristo’. Fui impedida de ver qualquer coisa sobre a Xuxa. Eles que nos demonizam. Estou pegando o que estão me dando e usando ao meu favor na arte”, afirma.

“Não estou queimando igreja igual muitos deles queimam terreiro. Estou fazendo música para me curar. Vejo discursos que matam. Eu quero alcançar essas pessoas com a minha arte e tirá-las dessa prisão, dessas correntes, que por muito tempo eu estava.”

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DAY LIMNS (Foto: Kimberly Koeche)

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