Carnaval: “Viemos para levar o título”, diz Neguinho da Beija-Flor
Intérprete falou com a Billboard Brasil antes do desfile
“Alô Brasil, alô mundo, olha a Beija-Flor aí gente”, foi assim que Neguinho da Beija-flor começou o desfile, como faz há 48 anos na escola. Com o tema “Um Delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”, a azul e branco entra na avenida para contar a história de Rás Gonguila, um engraxate e porteiro que viveu em Maceió no início do século XX.
Antes de dar início ao desfile, Neguinho conversou com a Billboard Brasil e disse que a Beija-Flor de Nilópolis, que foi campeã 14 vezes do Carnaval carioca, veio para buscar o título.
“Queremos passar uma mensagem de simplicidade de um personagem que veio do nada, que é o dono do carnaval de Maceió. A Beija-Flor vai disputar esse carnaval. Viemos para levar o título”, disse Neguinho à reportagem.
Intérprete da escola, Neguinho chegou por volta das 21h. Enquanto esperava o horário de entrar na avenida, ele conversava com sua equipe, relaxava e comia batata frita. Para o desfile, ele conta que faz uma preparação simples, mas que é essencial para levar o samba-enredo na avenida.
“Evito bebidas geladas, ar condicionado, tenho cuidado também para não ficar perto de poeira e obra, para proteger a voz. Além disso, claro, evito ao máximo pegar um resfriado nessa época”, disse o intérprete à Billboard Brasil.
Como abre-alas, a escola traz um carro representado por um beija-flor gigante, que se movimenta e vira em direção aos jurados, em forma de saudação.
Já o carro “À beira-mar, nasce um rei”, com temática de fundo do mar, pela primeira vez entra na Sapucaí soltando bolhas de nitrogênio.
Como tema deste ano, o carnavalesco João Vitor Araújo trouxe para a avenida um personagem apaixonado pelo Carnaval, que fundou o Cavaleiro de Montes, um dos principais blocos da capital alagoana.
Ras Gonguila se autoproclama membro da monarquia da Etiópia e se torna o Príncipe Etíope das Alagoas. A partir daí ele vira uma pessoa influente na cidade de Maceió, sendo um conselheiro da cidade a ponto de ser consultado por políticos e intelectuais influentes da capital alagoana.