Bonnie McKee, compositora de hits de Katy Perry, lança álbum gravado há dez anos
Cantora conversou com a Billboard Brasil sobre 'Hot City' e a carreira


Ser compositora nunca foi o plano de Bonnie McKee, mas como ela mesma diz, a profissão foi seu meio de sobrevivência na competitiva indústria da música nos Estados Unidos. Nesta sexta-feira (31), a norte-americana de 40 anos dá um passo na trajetória como cantora e lança “Hot City” –álbum idealizado há uma década, mas só agora disponibilizado nas plataformas de streaming.
“Eu sempre quis ser artista e meio que caí de paraquedas na composição. Eu não tinha dinheiro e foi uma oportunidade grande… Precisava pegar as migalhas que o universo estava me dando e acabou sendo extremamente gratificante”, conta Bonnie em entrevista para a Billboard Brasil.
Aos 16 anos, a cantora conseguiu um contrato com gravadora e até lançou um disco, mas não foi bem sucedida. “Comecei a escrever por necessidade. Eu acabei ficando amiga de Katy Perry. Nos conhecemos virtualmente, porque vendíamos roupas vintage. Éramos duas artistas duríssimas e nos demos muito bem.”
Juntas, elas escreveram hits como:
- “California Gurls”
- “Teenage Dream”
- “Last Friday Night (T.G.I.F.)”
- “Part of Me”
- “Wide Awake”
- “Roar”
Além de Katy, Bonnie colaborou com outros artistas e se tornou uma das compositoras mais requisitadas do pop.

Agora, a cantora explora o melhor do gênero em “Hot City”. “Estava muito animada e inspirada quando fiz o álbum da primeira vez, porque eu tive a permissão para ser artista. Pude estar em um estúdio e trabalhar com colaboradores. Foi muito importante e intenso naquela época. Trabalhar nelas agora, dez anos depois, foi como encerrar um ciclo. Foi muito emocionante”, explica.
Seu método de composição busca traduzir os sentimentos da canção mesmo para aqueles que não falam sua língua. “Quando eu era apenas uma aprendiz, achava que a melodia era importante, mas nem tanto. Não percebi que tem a ver diretamente com escrever para as massas. Nem todo mundo fala inglês. Então é importante que a melodia transmita o tipo de emoção que você deseja.”
Resistência do mercado
Mesmo com vários sucessos na carreira e querida na indústria da música, Bonnie enfrentou o machismo dos executivos de grandes gravadoras.
“Nem dá para contar o número de vezes que eu fazia reuniões com pessoas com quem trabalhei, para quem escrevi músicas. Eles me conhecem e me respeitam, mas falavam: ‘Você continua tentando ser uma artista?’. Com licença! Eu não tenho escolha”, desabafa.
“O etarismo melhorou nos últimos anos, principalmente com ferramentas como o TikTok. Lá, você vê todos os tipos de personalidades e pessoas que conseguem ser estrelas. Ninguém liga para quantos anos você tem.”
Bonnie superou a resistência do mercado com muita persistência. “A maior lição da minha jornada é não fazer o sucesso ser seu maior poder. É um lugar perigoso. Seu valor não deve depender se tem um hit ou não. […] Faço isso pelos meus fãs e pelas pessoas que querem me ver vencer.”
