Atração do Rock in Rio, Victor Xamã mescla soul e hip hop com raiz manauara
Cantor se apresenta no dia 13 de setembro no Global Village

Victor Xamã vai levar o melhor de sua mistura de soul music com o hip hop para o Rock in Rio. O cantor manauara de 28 anos, dono do disco “GARCIA”, é uma das atrações do dia 13 de setembro no Global Village. Veja todas as atrações do festival aqui.
“É um marco gigantesco na minha trajetória. Ainda nem caiu a ficha [risos]. Tem algumas coisas que a gente só sente o impacto no momento exato. Fico ansioso, mas parece um devaneio. Tudo é tão difícil que quando acontecem essas oportunidades eu só assimilo quando estiver no momento”, explica Victor para a Billboard Brasil.
“Vou tentar transitar por todos os meus discos. É um show de 60 minutos. Vou estar com a minha rapaziada com uma entrega intensa e visceral”, antecipa.
Influenciado pela família, com tios e primos que cantavam em competições profissionais, Victor teve contato com a música desde jovem.
Na escola, com 10 anos, escreveu as primeiras rimas. Entre suas influências estavam “Babylon by Gus, Volume I: O ano do macaco”, do Black Alien, e os discos dos Racionais MCs.
“O que também me despertou para isso foi minha disfluência da fala. Sempre quis expor minhas visões sobre o mundo. Quando eu escrevia e cantava, eu percebi que conseguia organizar isso de uma forma melhor”, afirma.
Anos depois, em 2015, quando passou uma temporada em Salvador, na Bahia, transformou a solidão e a distância dos amigos de Manaus em música. O resultado foi o primeiro disco solo, “Janela”.
Quando voltou para a cidade natal, Victor Xamã decidiu mudar para São Paulo. “Eu consegui o dinheiro cantando Tim Maia. Anunciamos esse show nos jornais. Modéstia a parte, nossos timbres têm similaridades e as pessoas sempre comentam isso”, conta.
“Deu mais de 800 pessoas no show! E eu não ensaiei tanto assim. Eu emendava as músicas dele com minhas rimas. Tinham vários senhores e senhoras levantando a mão, foi muito legal. Isso fez com que eu viesse para São Paulo e tivesse dinheiro por um tempo até eu arrumar outra coisa.”

“GARCIA”, lançado em março do ano passado, traz parcerias com Karen Francis, Duda Raupp, Gabi Farias, entre outros.
“Também faço composições para outros artistas, mas quando é algo meu, a autocobrança triplica. Estou tentando levar isso de maneira mais leve. Depois de ‘GARCIA’, estou conseguindo me estabelecer com a música e entender meu posicionamento, linguagem. Cada disco é um desafio e um experimento. Estou escrevendo a segunda parte do álbum e pretendo lançar alguns singles.”
O álbum leva o sobrenome materno no título. “Era como eu era chamado quando criança. Quis mudar, porque eu achava pouco artístico. Queria um nome que comunicasse com a minha região e com uma sensação. O significado da palavra xamã é aquele que enxerga no escuro. E sinto que é o que faço quando componho. Enxergo algo ainda não existente, mas consigo materializar isso.”
