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Astros do pop filipino, membros do SB19 avaliam sucesso: ‘É só o começo’

Astros do pop filipino, membros do SB19 avaliam sucesso: ‘É só o começo’

Quinteto é um dos representantes das Filipinas no mainstream

SB19

O pop filipino tem ganhado cada vez mais espaço no cenário global musical. Entre os artistas em ascensão no mainstream está o grupo SB19. As estrelas, já consolidadas no mercado filipino, debutaram em outubro de 2018. Em 2021, eles foram o primeiro ato filipino indicado ao Billboard Music Award.

Nos anos seguintes, conquistaram mais entradas nos charts e redes sociais. Em março, o SB19 lançou um novo EP, “Simula At Wakas”, com sete faixas. O single principal “DAM” já tem mais de 30 milhões de reproduções no Spotify.

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“Esse EP reflete nossa jornada, não só como grupo, mas como indivíduos. Tentamos incorporar experiências pessoais e coletivas. Mesmo com a pressão que sentimos, valeu a pena. Temos orgulho do que criamos e, para nós, é uma obra-prima”, diz Pablo em entrevista para a Billboard Brasil.

O cantor descreve o EP como um diário, abordando desde a busca por sonhos e a importância de manter a própria identidade até temas como paixão, propósito e superação. “Há muitas mensagens que queríamos transmitir neste projeto, mas, no fim das contas, a principal é seguir em frente. Não importa o que você esteja passando, a vida é linda. O crescimento pode ser doloroso, mas sempre traz experiências maravilhosas.”

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O quinteto é formado por, além de Pablo, Josh, Stell, Ken e Justin. Com uma sonoridade versátil, o SB19 mistura influências que vão de Bruno Mars e Michael Jackson ao hip-hop e baladas românticas. “Cada um de nós tem um gosto musical diferente”, explica Justin. “Por isso nossa música é tão diversa.”

Ken, aliás, é fã de MC Menor. “Ele remixou ‘Menina de Vermelho’ e tem uma música, ‘Maf’, que ouço quase todos os dias. Gosto muito da música dele, é muito crua e autêntica.”

Essa versatilidade é vista em “Simula At Wakas”: “DAM” é uma mistura de afrobeat e hip-hop. “Time” é uma balada com letra sofrida. Em “Quit”, há solos de guitarras com uma pegada pop rock com uma pitada de emocore.

Para os artistas, a diferença linguística não é um impedimento para a conexão dos fãs com as canções (que misturam filipino e inglês). “Mesmo que nem todos entendam o idioma, esperamos que, ao ouvir nossa música, possam sentir a alma da cultura filipina através dela. É algo que realmente nos esforçamos para fazer”, diz Pablo. “Acreditamos que nosso país tem uma beleza única e queremos que o mundo veja a nossa cultura”, acrescenta Josh.

A originalidade, no entanto, não vem sem desafios. Segundo Josh, as diferenças de personalidade e origem dos integrantes já geraram conflitos internos.

“Às vezes nem sempre concordamos sobre a direção a seguir em nossos projetos. Mas, com o tempo, superamos isso e aprendemos a nos entender melhor”, diz o cantor. “Nos tornamos mais humildes e dispostos a trabalhar em equipe. A química sempre existiu e estamos constantemente trabalhando para fortalecê-la”.

Para Pablo, o maior desafio é interno. “Fazer parte de um grupo de cinco pessoas, administrar nossa própria empresa e trabalhar com uma equipe completa todos os dias, é tanta coisa em que pensar”, explica.

“Nos preocupamos com o futuro, como manter as coisas funcionando, como equilibrar tudo e ainda assim manter o desempenho como SB19. Às vezes, essas batalhas internas, quando você se sente sobrecarregado e não consegue se dar o tempo necessário, dificultam a sinergia. Acho que todos nós já sentimos isso em algum momento. Mas seguimos em frente, esperando que as coisas melhorem.”

SB19
SB19 (Louis Anthony Duran)

Veja o que o SB19 conversou sobre com a Billboard Brasil

Crescimento profissional e pessoal

Pablo: “Aprendi a administrar minhas emoções melhor do que antes. Quando você trabalha em estreita colaboração com outras pessoas, especialmente em um grupo de cinco pessoas, precisa controlar suas emoções e expectativas para realizar as coisas. Se você deixar as emoções tomarem conta, é difícil funcionar. Também tento não me comparar com os outros membros. Então, em vez disso, me concentro em dar o meu melhor com o que posso contribuir.”

Justin: “Acho que uma das maiores coisas que aprendi foi como desapegar. Antes, eu sentia que precisava garantir que tudo estivesse perfeito ou sob controle. Mas agora, passei a reconhecer que erros e contratempos fazem parte do processo. Eles acrescentam profundidade ao que estamos tentando alcançar. Também aprendi a confiar mais nas pessoas com quem trabalhamos. Eu costumava microgerenciar, especialmente no lado criativo, mas hoje em dia, recuei um pouco. Então, sim, aprender a desapegar foi uma grande mudança para mim.”

Josh: “Para mim, assim como Pablo, aprendi a controlar minhas emoções. É muito importante, especialmente quando você está crescendo em um grupo. Eu costumava ser muito teimoso, honestamente. Enfrentávamos muitas dificuldades e eu frequentemente me culpava, mesmo por coisas que não eram da minha conta. Com o tempo, trabalhei para administrar essas tendências e me tornar um melhor membro da equipe. Estar em um grupo com cinco personalidades fortes era algo que eu nunca tinha experimentado antes, mas me ajudou a crescer e amadurecer de muitas maneiras.”

Stell: “Bem, para mim, cada dia é um processo de aprendizado e continuo aprendendo. Mas definitivamente cresci como artista por meio de todas as nossas experiências passadas. Também comecei a me concentrar mais em mim mesmo, a aprender a amar quem eu sou e a ver o potencial no que está por vir. Fiquei mais animado com o que o futuro reserva, e acho que isso tem sido uma grande parte do meu crescimento.”

Ken: “Para mim, pessoalmente, aprendemos tudo da maneira mais difícil. Ninguém realmente nos ensinou como chegar onde estamos agora — tivemos que descobrir juntos. Essa jornada me ensinou a ser mais paciente e compreensivo. Tento sempre olhar para o panorama, porque às vezes os pensamentos ficam nublados por emoções sombrias. Quando isso acontece, lembro a mim mesma que é apenas um muro que preciso transpor. Essa mentalidade realmente me mudou. Sinto-me muito mais feliz agora do que antes.”

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Objetivos futuros e receita do sucesso

Pablo: O próximo objetivo é criar mais músicas, ter mais colaborações e fazer turnês pelo mundo. Quero poder mostrar nossa música aos nossos fãs e, quem sabe, me apresentar e participar de grandes festivais e shows.

Josh: Acho que não existe uma receita para os nossos desejos. Estamos todos nessa, e acho que essa é a única receita que podemos compartilhar.

Humildade

Pablo: É uma pergunta difícil de responder, porque não sei o que faço para me manter com os pés no chão. Não sei se tenho certos atos para mostrar que sou humilde. É assim que eu sou desde criança. Fui criado pelos meus pais de uma maneira ótima.

Josh: E nós?

Todos: [risos]

Justin: O que naturalmente acontece conosco é que todos nós achamos que ainda não chegamos lá. Assim como o conceito do nosso EP, “Simula At Wakas”, estamos sempre buscando algo mais. Mesmo quando conquistamos algo, nossa mentalidade é: “Ainda não chegamos lá”. Então, mantemos os pés no chão, sempre olhando para o próximo objetivo. E quando finalmente chegamos onde pensávamos que queríamos estar, ainda parece apenas o começo. Essa mentalidade, eu acho, é o que nos ajuda a manter a humildade.

Pablo: Pensei nisso e percebi que tudo o que conquistamos ao longo dos anos não é só por nossa causa. Não somos apenas nós cinco, não somos apenas eu ou qualquer membro, é um esforço coletivo. É pelas pessoas que acreditam em nós e em nossos sonhos: nossa equipe, nossa equipe, até mesmo aqueles que estavam conosco por um tempo e seguiram em frente. É também por isso que nosso fandom se chama A’TIN, porque “atin”*.

*Nota: “Atin” significa “nosso” em tagalo.

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