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As vozes do Carnaval: relembre os maiores intérpretes da Sapucaí

As vozes do Carnaval: relembre os maiores intérpretes da Sapucaí

Do grave de Jamelão à energia de Quinho

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Neguinho da Beija-Flor

“Alô povão, agora é sério!” Se a bateria é o coração de uma escola de samba, os puxadores são seus pulmões. Os intérpretes, cujas vozes dão fôlego aos passistas na Marquês de Sapucaí, são fundamentais para uma agremiação levar o título de campeã do Carnaval carioca. Ao longo da história, alguns cantores se destacaram por suas contribuições inestimáveis ao ofício – que vão muito além de seus bordões famosos. 

 

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Com vozes potentes, esses artistas ajudaram a moldar a identidade musical do Carnaval do Rio de Janeiro. Cada um, à sua maneira, deixou um legado que continua a inspirar novas gerações de sambistas e amantes da folia. A seguir, a Billboard Brasil relembra seis intérpretes que marcaram época e cujas vozes ecoam na memória afetiva dos foliões e apreciadores do samba.

 

Jamelão (1913-2008)

 

Jamelão foi a voz principal da Mangueira por mais de cinco décadas. Sua carreira como intérprete oficial (ele detestava a expressão “puxador de samba”) da escola começou em 1949. Sua presença tornou-se sinônimo dos desfiles inesquecíveis da Mangueira, como “Yes, nós temos Braguinha” (1984) e “Doces Bárbaros na Mangueira” (1994) . Além de sua atuação no Carnaval, Jamelão destacou-se como cantor de samba-canção e bolero, gravando diversos discos ao longo de sua carreira. Sua voz grave e marcante eternizou sambas-enredo que ainda hoje são lembrados com carinho pelos amantes do samba.

 

Aroldo Melodia (1930-2008)

 

Aroldo Melodia foi um dos mais emblemáticos intérpretes da União da Ilha do Governador. Sua estreia como cantor principal da escola ocorreu em 1974, e sua voz rapidamente conquistou o público. Aroldo era conhecido por sua capacidade de transmitir emoção e alegria, características que se tornaram marcas registradas dos desfiles da União da Ilha durante as décadas de 1970 e 1980. Sua interpretação no samba “É Hoje” é lembrada como um dos momentos mais icônicos do Carnaval carioca. Seu filho Ito Melodia, atualmente na Unidos da Tijuca, seguiu o legado do pai e é um dos principais cantores da Sapucaí. 

 

Neguinho da Beija-Flor (1949)

 

Neguinho da Beija-Flor iniciou sua trajetória no samba ainda jovem e, em 1976, tornou-se o intérprete oficial da Beija-Flor de Nilópolis. Com uma voz potente e carisma inigualável, Neguinho tornou-se um dos mais reconhecidos intérpretes do Carnaval carioca, permanecendo à frente dos microfones da escola por quase cinco décadas. Anunciou que irá se aposentar após o desfile de 2025, em que completará 50 anos de samba.

 

Dominguinhos do Estácio (1941-2021)

 

Dominguinhos do Estácio começou na década de 1960, na Unidos de São Carlos, que posteriormente se tornou a Estácio de Sá. Com uma voz poderosa e interpretação marcante, Dominguinhos foi campeão do Carnaval em diversas ocasiões, destacando-se pelos sambas “Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós” (Imperatriz Leopoldinense, 1989) e “Paulicéia Desvairada” (Estácio de Sá, 1992). 

 

Paulinho Mocidade (1960)

 

Paulo Costa Alves, conhecido como Paulinho Mocidade, iniciou sua trajetória na Mocidade Independente de Padre Miguel no final da década de 1970. Assumiu o posto de intérprete oficial em 1990, após a morte de Ney Vianna, e logo em seu primeiro ano conduziu a escola ao campeonato com o enredo “Vira Virou, a Mocidade Chegou”. Com uma voz marcante e presença de palco cativante, Paulinho teve passagens por outras agremiações, incluindo a Imperatriz Leopoldinense, onde conquistou títulos em 2000 e 2001. 

 

Quinho (1957-2024)

 

Cria da União da Ilha no fim dos anos 1970, Quinho destacou-se por sua energia contagiante e capacidade de levantar o público durante os desfiles. Em 1991, transferiu-se para o Salgueiro, onde alcançou grande identificação e conduziu a escola ao título de campeã em 1993 com o inesquecível samba “Peguei um Ita no Norte”. Quinho teve passagens por diversas agremiações, incluindo a Grande Rio e a Rosas de Ouro em São Paulo.

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