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As novas divas são DJs: 25 nomes para você ficar ligado

As novas divas são DJs: 25 nomes para você ficar ligado

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Charlotte de Witte & Amelie Lens (redes sociais)

O que Madonna, Rita Lee, Tina Turner, Beyoncé, Celine Dion, Anitta, Adele, Lady Gaga, Whitney Houston, Iza, Taylor Swift e Charlie XCX têm em comum? Todas são divas. 

O termo derivado do latim faz parte da história das mulheres na música e vem sendo utilizado para cultuar suas qualidades excepcionais desde o século 19, quando se popularizou ao se referir às cantoras de ópera. De lá pra cá, a expressão adentrou no Disco, R&B, Rock, Pop e diversos estilos, chegando agora à música eletrônica

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Figura fundamental nesse gênero, o DJ tem seu dia celebrado em 9 de março, apenas um dia após o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Mas a relação entre ambos vai além de uma data no calendário: as mulheres DJs têm se tornado verdadeiras divas no mercado. 

Eli Iwasa e Valentina Luz (divulgação)
Eli Iwasa e Valentina Luz (divulgação)

Segundo o livro “Divas Pop: O corpo-som das cantoras na cultura midiática”, organizado por Thiago Soares, Mariana Lins e Alan Magabeira, a adoração às divindades femininas teve início pela valorização das habilidades vocais, passando, depois, a englobar o apreço pelas inovações e atitudes de cantoras que não se encaixavam em moldes, bem como seus multi-talentos, como composição e dança, por exemplo. Mas, acima de tudo, o que designa uma artista ao patamar de deusa é sua performance. 

É nesse contexto que as DJs se encaixam. Uma diva não se define somente pela sua voz, mas pela expressão facial, pelas mãos que gesticulam, pelos movimentos do corpo… E tudo isso acontece de sobra durante uma apresentação atrás dos decks. 

Diferente de um setlist de uma cantora, que por vezes pode ser previsível, a apresentação de uma DJ é um ato performático surpreendente: ninguém sabe qual será a próxima faixa. É uma história que pode ser contada por meio da curadoria musical e da mixagem, além da presença de palco, é claro. 

Elas criam verdadeiros espetáculos, independente de efeitos pirotécnicos ou audiovisual de cair o queixo. As coreografias não são treinadas. Os passos apenas acontecem com os pés marcando as batidas e as mãos sendo direcionadas pelas melodias no ar. Cada uma à sua maneira. 

ANNA, por exemplo, é a maior diva brasileira da música eletrônica. A DJ e produtora tem mais de 20 anos de carreira e é referência internacional quando falamos de techno. Escalada frequentemente para os maiores festivais do globo, como Tomorrowland, ela é respeitada pelos maiores nomes da indústria – com os quais já tocou junto por inúmeras vezes – e é reconhecida por construir sets primorosos e por remixes emocionantes.

Anna no Ame Laroc Festival (redes sociais)
Anna no Ame Laroc Festival (redes sociais)

O mesmo ocorre com Aline Rocha e Eli Iwasa, que também somam, cada uma, mais de duas décadas na música. Ambas artistas tem um olhar diferenciado para a seleção de faixas em suas apresentações. A primeira é nome frequente da renomada Defected, enquanto a segunda tem despontado em festivais como Rock in Rio e Lollapalooza.

O panteão brasileiro de DJs mulheres ainda é muito bem representado por Curol – uma das 20 apostas do Tomorrowland em 2025 -, Camila Jun, Carol Fávero, Carola – atração do Coachella 2025 -, Giu, Clementaum – vencedora do WME 2024 como melhor DJ -, Kenya20hz, Pricila Diaz – uma das 10 artistas para ficar de olho em 2025, segundo DJ Mag -, ETTA, Valentina Luz, e mais. 

Embora todas tenham sonoridades diferentes dentro da música eletrônica, uma grande característica em comum é a capacidade de criarem uma comunidade engajada, como um verdadeiro culto à sua imagem.

A figura do fã é realmente importante para as divas. São eles os responsáveis por disseminarem o trabalho da artista, e principalmente, por validarem seu nome. No caso das DJs, que essencialmente atuam em festas, o contato com o público é peça fundamental em sua performance. O apoio vem desde a presença no front, com camisetas e bandeiras, além da criação dos fãs clubes nas redes sociais, o que é comum no Pop, por exemplo.

Mas algo excepcional da música eletrônica e do universo das DJs são as colaborações. Mais do que produzir faixas juntas, as artistas tocam juntas – o chamado b2b ou back-to-back. Esqueça a rivalidade característica dos fandoms, como, por exemplo, a rixa entre os defensores de Sabrina Carpenter e de Olivia Rodrigo; o que mais pedem para as DJs é a união de seus talentos.

Charlotte de Witte e Amelie Lens sabem bem disso. Ambas poderiam reivindicar a posição de maior DJ de techno no planeta. Mas, ao invés disso, lançaram um EP juntas, “One Mind”, e finalmente tocaram juntas, o que era um dos maiores pedidos do público, reunindo quase 70 mil pessoas. As belgas são referência para DJs em todo o globo. De Witte, por exemplo, em 2022, foi a primeira mulher a encerrar uma edição do Tomorrowland no Mainstage. Lens fará o mesmo em 2025.

Charlotte de Witte & Amelie Lens (redes sociais)
Charlotte de Witte & Amelie Lens (redes sociais)

Falando em divas DJs internacionais, a maior delas, atualmente, é Peggy Gou. A sul-coreana viralizou com “(It Goes Like) Nanana”, que passa dos 585 milhões de plays somente no Spotify, plataforma na qual acumula mais de 6 milhões de ouvintes mensais. Ela também é a única mulher entre os Top 10 DJs eleitos por votação popular na DJ Mag. Já foi capa da Billboard, da Vogue Korea, Holanda e Alemanha, da Dazed Korea, da Hypebeast e da L’Officiel Ibiza e Italia, além de atração principal do “Squid Game 2: The Rave by Netflix” e da Coke Studio, bem como fez uma palestra em Harvard.

A italiana Deborah de Luca, a espanhola Indira Paganotto, as australianas Nervo e Alison Wonderland, a estadunidense Sara Landry, as ucranianas Korolova e Miss Monique, a russa Nina Kraviz, a canadense BLOND:ISH e tantas outras DJs também representam o status de divas da música eletrônica no globo. 

As DJs têm ganhado maior presença nas redes sociais, nos charts especializados, em cursos de formação e nos line-ups. Passando de três representantes no Top 100 DJs da revista britânica DJ Mag em 2004 para quatorze em 2024, elas mostram que não há desculpa para falta de mulheres no mercado. No Lollapalooza Brasil, por exemplo, saltaram de dois nomes em 2014 para onze em 2024. No Rock in Rio, subiram de duas artistas em 2013 para oito em 2024, ganhando um dia somente feminino. No Tomorrowland Brasil de 2015, festival especializado em música eletrônica, as mulheres eram 12. Em 2024, mais que dobraram: 26. 

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