Antes de fazer sucesso como cantora, Joelma sonhava em ser advogada
Durante a infância, a música era apenas um hobby para ela
Joelma da Silva Mendes nasceu “nos fundos” do Pará. A cidade de Almeirim, com pouco mais de 34 mil habitantes, era onde ela acordava, olhava para o rio Amazonas e desejava, do fundo do coração, fincar suas raízes naquele solo. Nunca quis sair dali, exceto para se formar advogada.
Na infância, sentia-se um pássaro sem gaiola, livre para correr e brincar. Estudou, estudou e estudou para tentar chegar à tão sonhada faculdade e ser a primeira da família a ter um diploma. Mas, enquanto fazia tudo isso também cantava. Soltava a voz sentada na carteira do colégio e arriscava, ali e acolá, um solo ao lado de Marvin, seu colega de classe. “A música me acompanhava 24 horas por dia, mas eu não queria isso como profissão”, disse em entrevista para a capa da Billboard Brasil.
Tecladista, Marvin foi o primeiro brasileiro a notar que ali, na voz que ecoava dentro da sala de aula de um pequeno colégio de Almeirim, havia algo especial. Insistiu em chamá-la para cantar com ele nos bares da cidade, mas ela resistia. Ele seguiu convidando-a todos os dias, sem pular um, até receber o sim. Foi quando a voz de Joelma ganhou vida própria. Sua fama se espalhou no boca a boca, enquanto ela desejava que todos se calassem. “Quero ser advogada”, dizia aos céus (e aos insistentes). Mas o sonho ficava cada vez mais distante.
Aos 19 anos, chegou a Belém a convite da banda Fazendo Arte, que queria Joelma como vocalista. Era a primeira vez da cantora-aspirante-a-advogada na capital paraense, a 596 km de onde nasceu e cresceu. “Fui de barco. Encontrei um cantor da minha cidade, e ele me disse que as meninas da banda estavam doidas atrás de mim.”
Esse era um dos muitos sinais de que os palcos a chamavam. Depois de tanta insistência, ela aceitou. Não só convite para entrar na banda, como o recado do Universo de que o sonho de ser advogada teria que ficar para depois. “Decidi não brigar com os planos de Deus.”