The Town: com Mariah Carey e Lionel Richie, pop dá o tom do sábado (13)

O quarto dia de shows na Cidade da Música foi inteiramente dedicado ao pop. Em noite de aplausos a Mariah Carey e Lionel Richie no The Town, o público também cantou junto com Ivete Sangalo e Péricles neste sábado (13). Na fria São Paulo, a penúltima data do festival em 2025 apresentou um line-up sólido, composto em sua maioria por artistas com sucessos radiofônicos que atravessaram gerações. Recentemente diagnosticada com câncer, Jessie J abriu os trabalhos do palco principal apresentando um show acústico com seus singles mais conhecidos do público. Criolo, Junior, Priscilla, Livinho, Natasha Bedingfield e Os Garotin também se apresentaram nos diferentes espaços do evento.

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O The Town termina neste domingo (14) com shows de Katy Perry, Camila Cabello, J Balvin, Iza e Ludmilla, com transmissão ao vivo pelo Multishow, Globoplay e pelo site do evento. Leia a seguir mais detalhes dos shows do The Town neste sábado.

Os principais shows de sábado no The Town 2025

1 – Mariah Carey

Mariah Carey carimbou seu nome no The Town, festival paulista primo do Rock in Rio, neste sábado (13). Ela cantou no palco principal, e apesar da movimentação contida, como de costume, mostrou como um repertório forte não precisa de muita firula. Vestida com body com as cores da bandeira brasileira —assim como no show do Rock in Rio— ela surgiu belíssima no meio do palco, ao som de “Type Dangerous”, música recém-lançada e que faz parte do próximo disco de Mariah, “Here For It All”, previsto para ser lançado em 26 de setembro.

2 – Lionel Ritchie

O setlist de Lionel Richie foi um verdadeiro passeio pela história da música pop e soul. Ele abriu a noite com “Hello”, um de seus maiores clássicos, e dali em diante foi costurando décadas de hits com a naturalidade de quem sabe que fez a trilha sonora de milhões de vidas. Canções como “Running With the Night”, “Easy” e “Three Times a Lady” trouxeram a atmosfera romântica que sempre marcou sua carreira, enquanto “Brick House/Fire”, acompanhada de labaredas no palco, mostrou a veia funk herdada dos tempos de Commodores. No encerramento, o clima festivo com “All Night Long (All Night)”, faixa que Richie compôs pensando em uma festa sem fronteiras, misturando influências caribenhas, africanas e latinas.

3 – Ivete Sangalo

No palco Skyline, Ivete Sangalo só precisou ser ela mesma, com algumas doses de esperteza e sucessos, muitos. Primeiro bloco teve “Acelera Ar” (2010), “Festa” (2001), “Abalou” (2005), “Tempo de Alegria” (2013) e “Sorte Grande” (2003), culminando em uma escolha duvidosa pelo hit “Ai Ai Ai (Banho de Chuva)”, de Vanessa da Mata. E, então, surgiu a artista que maceta hits também nesta década. Veio “Energia de Gostosa” (2025) e “Macetando” (2023), esta última um dos pontos altos do set —mesmo com a tática fria de deixar a voz de Ludmilla soando no playback. Sofrendo com uma suposta “falta de headliners”, o The Town acabou se rendendo a um show que, por anos, relegou aos horários inferiores do Rock In Rio.

4 – Criolo

Embaixador do Palco Quebrada do festival The Town, o cantor e compositor Criolo fez um show cheio de amigos MCs. Chamando a Batalha da Aldeia para participar, o rapper lotou o local para apresentar os hits “Não Existe Amor em SP”, “Duas de Cinco”, entre outras.

5 – Junior

Com show inspirado em uma viagem de aeronave, Junior assumiu a posição de piloto no palco Factory. Sua banda e dançarinos ganham ar de comissários de bordo. E o público, claro, a tripulação. Como parte da “Solo Tour”, a apresentação no The Town ressaltou suas composições atuais, mas também celebrou as conexões que Junior fez durante a carreira, com direito a nova versão de “Sinônimos “, de Chitãozinho & Xororó, e “Cai a Chuva”, do próprio duo Sandy & Junior.

6 – Péricles e Dexter

Péricles e Dexter dividiram palco no The Town 2025 e proporcionaram um encontro de mundos, manifesto de alma, ponte entre histórias que se conectam para além das barreiras físicas, entre samba e rap. E foi exatamente isso que houve no Palco Quebrada – algo que reafirma quem eles são para uma porção de gente que se formou ouvindo caras como eles. O repertório trouxe momentos de homenagem, como ao inesquecível Arlindo Cruz em “Favela”; emoções cadenciadas em “Até Que Durou”; sambas que aquecem o peito como “Melhor Eu Ir”; e pagodes que dão alma como “Jogo de Sedução”. Com a entrada de Dexter, a energia se transformou. O público cantava junto “Saudades Mil”, reafirmando que emoção também é resistência.

7 – Jessie J

Jessie J se apresentou no palco principal do The Town neste sábado (13), com um show adaptado para um formato acústico. O motivo é a recuperação da cantora, que recentemente foi diagnosticada com câncer. Vestida com um conjunto azul e brilhante, a britânica começou o show com seus singles mais conhecidos do público: “Do It Like I Do” e “Price Tag”, provando que apesar do formato acústico a energia seguiria lá em cima. Durante todo o show, a cantora falou sobre como esse formato adaptado era novo, e ela ainda estava se acostumando. Em alguns momentos pediu ajuda para saber qual era a próxima música no setlist e até guiou os câmeras, pedindo para focar em sua banda (que estava usando camisetas do Brasil, inclusive).

8 – Natasha Bedingfield

Em seu show no palco Skyline —o principal do The Town— Natasha Bedingfield fez um setlist no maior clima tiktoker, com covers de outros artistas, como Billie Eilish, e um foco especial aos singles que lhe alçou ao sucesso: “Pocketful of Sunshine” e “Unwritten”. A cantora britânica teve a importante missão de abrir os trabalhos do “dia pop” do festival.

9 – Priscilla

Priscilla subiu ao palco The One cantando “Swing Low, Sweet Chariot” da diva norte-americana Beyoncé. A cantora confirmou, de vez, sua guinada para o pop. Conhecida nacionalmente por sua carreira no gospel como Priscilla Alcantara, ela deixou não só o sobrenome, mas um rótulo que a limitava. Além de músicas inéditas, deu tempo de chamar Fat Family e Luccas Carlos de surpresa para participações especiais.

10 – Livinho

A audiência do palco Factory lotou o espaço dedicado a talentos promissores para receber o cantor Livinho neste penúltimo dia de The Town. No palco, o cantor tentava fazer “soul” e “funk”, mas protagonizou momentos ruins e outros bregas. Em certo momento, destrinchou a letra de “Na Ponta do Pé” enquanto uma bailarina rodopiava e notas avulsas de piano voavam a esmo. O show acabou existindo mesmo quando Livinho, tal como MC que é, conduziu a plateia a um baile com “Hoje Eu Vou Parar Na Gaiola”, hit seu e de Rennan da Penha, um dos maiores do funk dos últimos dez anos.

11 – Os Garotin

Mesmo tocando em um horário muito cedo, Os Garotin transformou o palco The One do festival The Town em um grande baile. O trio de São Gonçalo (RJ) entregou o melhor da nova música preta e R&B que eles representam. No setlist, músicas que já se tornaram hits como “Nossa Resenha”, trilha da novela “Vale Tudo” da TV Globo, “Zero a Cem”, “Garota” e até música do mais recete EP, o “Session 2”.

Estilo e resistência

Inspirados pelos line-up de alta qualidade que contou com nomes como Lionel Richie e Mariah Carey, famílias e diferentes gerações capricharam nos looks. “É uma camisa de Gana. É um look pensado exclusivamente para esse evento porque conta uma história”, diz Lucia Makena, 64, assessora de imprensa da MC Sofia e dona e uma microempresa de bonecas negras chamada Maquena. Lucia explica que ainda não se sente plenamente representada nos grandes festivais de música. “Dá para contar de uma mão quantas pessoas negras retintas aqui no festival. Eu achei muito pouco. Poderia ter muito mais.