Último dia de Tomorrowland Brasil: saiba o que assistir
Festival ocupou Itu para três dias de rave
Você já sabe que, pelo porte gigantesco que tem, o Tomorrowland Brasil oferece cenários muito parecidos a festivais menos dedicados à música eletrônica, como o Rock in Rio e o Lollapalooza. Rolando em Itu, o último dia do festival pode ser uma oportunidade para quem comprou ingresso encontrar joias escondidas no também gigantesco line up. Neste domingo (13), apresentam-se artistas como os brasileiros Curol, Mochakk e Vintage Culture, por exemplo.
No primeiro texto desta série, falamos das diversas possibilidades de sensação no palco Mainstage e de como, mesmo sendo o espaço mais pop do festival, ele oferece artistas, às vezes, de vibes diferentes.
Apesar dos versáteis Adriantique e Lost Frequencies, que se apresentaram no sábado (12), grande parte dos artistas do palco Mainstage apelam para um eletrônico que é muito frequentemente visto na música pop como um todo: vocais, refrão e auges —aquele momento em que disparam fogos de artifício, fumaça e tudo o mais. Então, neste domingo, alguns artistas se destacam —e não só nesse palco.
Curol, palco Core – das 14h30 às 16h
O horário é ingrato, mas a brasileira Curol é um dos destaques recentes da eletrônica nacional. De fato, ela não é considerada uma hitmaker (ainda), mas o set que geralmente entrega é muito propício para fãs ou não de eletrônico que queiram gastar onda para longe do EDM (o eletronic dance music, a MPB do bate-estaca). Ela incorpora muitos elementos percussivos em suas mixagens, o que traz um clima menos mecânico e mais convidativo à dança. Seu set feito este ano na Chapada dos Veadeiros é um grande índice disso tudo.
Don Diablo, palco Mainstage – das 18h40 às 19h40
O DJ holandês de cabelo oxigenado faz um house acelerado com referências a Chemical Brothers, Travis Scott e Michael Jackson. Às vezes, rolam ecos de indie rock em um gênero que normalmente é chamado de future bass por combinar rap e trap com gêneros da dance music. É pesado e, ao mesmo tempo, costuma atrair pessoas que geralmente dizem que não gostam de eletrônico. Quando ascendeu, em 2014, ele foi considerado um dos dez melhores DJs do mundo.
Novah, palco Tulip – das 16h30 às 18h
A belga é porradeira. Gosta de um sacode e toca um subgênero chamado hard techno porque, literalmente, é algo mais duro mesmo, sem muito groove e, tem nisso, um certo charme. Porque quando bem tocado acaba gerando um certo… Groove? Vale para expandir seu conhecimento do que é música eletrônica, entender o que se toca em BPMs mais acelerados e que faz bater mais forte o coração de quem se considera rato de noites techno.
Mochakk, palco Core – das 20h às 22h
Mochakk é uma das maiores revelações da música comercial eletrônica brasileira. No entanto, ele não segue o som (nem está no patamar comercial) de gigantes do mercado, como Alok. Mas ele chega ao Tomorrowland com muita moral, usando elementos de um subgênero popular que é o tech-house, unindo fãs de eletrônico de diferentes referências e gostos. Ele gosta de fazer um baile meio experimental se comparado ao que toca de eletrônico nas rádios do país. Vai do funk carioca ao jazz com facilidade e faz som de clube —quase nunca é um cara óbvio e, mesmo assim, agrada a um grande público.
Steve Aoki, palco Mainstage – das 19h40 às 20h40
Ele não é nenhuma joia escondida. Mas entra aqui porque é um dos DJs mais populares do mundo e, hoje em dia, faz perfomances que mais parecem um grande “Domingão do Faustão” –tome isso como um elogio. Ele entretém pela música, pelos bolos que arremessa na plateia e pela quantidade (até cansativa) de vezes que incursiona na música pop norte-americana. Se você não estiver fazendo nada, pode ser um bom momento para se distrair e rir ou, quem sabe, dançar muito. Vai depender de você.
Vintage Culture, palco Core – das 22h à 0h
Um dos DJs mais populares do Brasil, Vintage Culture é tido como um visionário, e sua presença no Tomorrowland faz com o que o festival ganhe lastro com uma audiência que talvez não seja muito fã da vibe do festival. Normalmente, a galera do Vintage, que é apaixonada por tech-house, é mais do preto, do combo de uísque e também de umas doideiras mais próximas da rave do que dos fogos de artifício e do colorido do Tomorrowland. Por isso, acompanhá-lo neste festival pode ser um grande acerto e a certeza de presenciar um DJ que precisa abraçar novos públicos em sua apresentação –ou que pode, simplesmente, tocar como se estivesse jogando em casa.
Charlotte de Witte, palco Mainstage – das 22h50 às 23h50
Ela também não é surpresa e será responsável pelo encerramento do festival. Mas vale frisar que a DJ belga tem mão pesada e fará um dos sets mais diferentes deste palco. Considerando o line up do festival como um todo, ela é uma das poucas que gostam de chapar um techno mais ácido e, por vezes, minimalista. É considerada a “rainha do techno”, e você pode fechar com chave de ouro esta edição do Tomorrowland Brasil.