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Sobrevivente do rock, o baixista e vocalista Glenn Hughes inicia turnê brasileira

Sobrevivente do rock, o baixista e vocalista Glenn Hughes inicia turnê brasileira

O inglês homenageia "Burn", clássico de 1973 do grupo Deep Purple

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Quando se fala em sobreviventes da tríade sexo, drogas e rock`n`roll, Keith Richards e Ozzy Osbourne são os nomes mais citados. Afinal, os dois são conhecidos pelo consumo de drogas e bebidas em quantidades pantagruélicas e atitudes que desafiaram o bom senso. Mas o cantor e baixista Glenn Hughes, que neste sábado inicia uma turnê por sete cidades brasileiras (Florianópolis, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo), não fica atrás em excessos: consumiu tantos aditivos etílicos e químicos quanto seus pares.  Mas hoje não traz sequelas do excesso de farra.

Hughes, de 72 anos, atuou em bandas seminais como Deep Purple e Black Sabbath. Este último, aliás, foi importante para que mudasse seu estilo de vida. Durante uma discussão com um dos diretores de turnê do grupo, Hughes levou um soco no rosto –o sangue desceu para as suas cordas vocais, impedindo-o de cantar. “Foi naquele momento que percebi que daquela maneira eu não iria sobreviver, relatou, via email, para a Billboard Brasil. Ele parou com tudo a fim de preservar a carreira e a sanidade.

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Os anos de consumo desenfreado, contudo, nunca tiraram suas habilidades vocais, em especial a maestria com a qual chega aos tons mais agudos. O que muita gente no meio da música considera um milagre. “Bem, eu teria de perguntar a Deus como mantive a minha voz intacta”, diz. “Talvez eu seja um sujeito abençoado mesmo.”

Nascido na cidade inglesa de Cannock, Glenn Hughes se destacou pelo vocal de nítida influência de soul music. “Meus prediletos são Sam Cooke, Ray Charles, Aretha Franklin, James Brown e Stevie Wonder“, enumera. De 1970 a 1972, ele se destacou na posição de vocalista e baixista do grupo de funk rock Trapeze. Em 1973, foi convidado para integrar o Deep Purple, um dos principais nomes do rock pesado dos anos 1970.

A entrada de Hughes e do vocalista David Coverdale gerou uma mudança na estrutura sonora do Deep Purple, que trocou o rock pesado, com farta presença da música erudita, pela soul music. Ritchie Blackmore (guitarra), Jon Lord (teclados), Ian Paice e os dois novatos gravaram os ótimos “Burn” (1973) e “Stormbringer” (1974). A turnê do músico, aliás, é justamente centrada no repertório desse primeiro álbum –que traz, entre outros sucessos, a faixa-título e a balada soul “Mistreated”. “Sou abençoado por fazer parte de um momento tão importante da história do Deep Purple e do rock`n`roll. A gente estava num momento inspirado.”

Blackmore deixou a banda em 1975. Seu substituto foi o americano Tommy Bolin, cujo estilo combinava funk e jazz. O Deep Purple lançou então Come Taste Band, um de seus melhores álbuns (o repertório das apresentações brasileiras traz “You Keep on Moving” e “Gettin’ Tighter”, saídas do disco). Bolin, contudo, morreu de overdose de heroína no ano seguinte, o que contribuiu para o esfacelamento do Deep Purple. “É um grande trabalho e Bolin era uma lenda”, resume o músico.

A carreira solo de Glenn Hughes, irregular em seus momentos de adição, é pontuada por trabalhos muito bons como “Play me Out”, de 1977 (lançado recentemente por aqui em CD duplo) e “Soulfully Live in the City of Angels”, ao vivo de 2004, no qual conta com a participação do baterista Chad Smith, dos Red Hot Chili Peppers. Há sete anos sem lançar nada de novo, Hughes comenta que um próximo álbum está sendo planejado para 2024. “Estou pensando em algumas coisinhas”, diz o sobrevivente do rock`n`roll

Published by Mynd8 under license from Billboard Media, LLC, a subsidiary of Penske Media Corporation.
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