Lixo ou não, RBD promove catarse coletiva em show em São Paulo
Grupo mexicano se apresentou em São Paulo neste domingo (12)
O RBD fez a primeira de seis apresentações em São Paulo na noite deste domingo (12). O grupo mexicano retornou ao país depois de 15 anos, e a volta foi celebrada tanto pelo público, que lotou o Morumbi como pelos integrantes. “Isso é a realização do sonho das crianças interiores de vocês”, disse Anahi. E ela não poderia estar mais certa. Uma geração de crianças e adolescentes cresceram com a influência do RBD, muito causada pela novela “Rebelde”, exibida no SBT entre os anos 2004 e 2006.
Muitas foram as opiniões da crítica especializada sobre o retorno do grupo após mais de uma década longe dos palcos. Eles foram acusados de falta de originalidade, e até chamados de lixo. A afirmação, apesar de pesada, pode ter seu fundo de verdade. O repertório da banda, composto por seis álbuns de estúdio, é composto por músicas parecidas, com temas semelhantes entre si —amor, superação e esperança.
Para o público que vem lotando os shows do grupo no Brasil, nada disso importa. Para mim, que era uma dessas fãs adolescentes que acompanhou o fenômeno de perto, isso também não importou. O repertório sem profundidade me tocou em um lugar muito… profundo, com o perdão da construção da frase.
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Quando Anahí, Dulce Maria, Christopher Uckermann, Christian Chávez e Maite Perroni desceram da plataforma que dá início ao show, ao som de “Trás de Mi”, não contive as lágrimas e não consegui ver uma pessoa parada. Meu choro só foi parar ali para o meio do show, quando a banda que acompanha o grupo tem seu momento de protagonismo.
O show é repleto de hits que o brasileiro tem na ponta da língua, gravado no fundo da memória, guardado a sete chaves no coração e com muito carinho. A relação da banda com o país é intensa, e a alegria deles de se reencontrarem com o país é visível em seus discursos emocionados e nas lágrimas que eles mesmos derramaram enquanto se apresentavam.
O lixo pode ficar, talvez, para aqueles que ficaram do lado de fora do estádio. Para os trintões (e os mais novos ou mais velhos) que tiraram suas gravatas do armário para rever —ou ver pela primeira vez— seus ídolos, um show do RBD é um verdadeiro tesouro.