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Rock in Rio 40: O garoto que virou empresário de música depois de ir ao festival

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Rock in Rio 40: O garoto que virou empresário de música depois de ir ao festival

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1985 Brasil rir

Ainda aos 18 anos, Júnior Valadão se encantou com a ideia de um festival de rock que durasse dez dias num terreno da zona oeste do Rio de Janeiro, com bandas brasileiras e gringas unidas pelo propósito de reverenciar o ritmo, reunindo fãs de todas as idades. O ano era 1985, e se tratava da primeira edição do Rock in Rio.

“Na época, tinha um lance de passaporte. Tipo ‘passaporte da alegria’, de parque de diversão. Eu lembro que era um carnêzinho, que dava direito aos dez dias de festival”, conta.

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Rebecca esteve no camarote da Billboard Brasil (Fabio Cunha/Billboard Brasil)

Se hoje o Rock in Rio é um “perrengue chique” –com espaço enorme e muitas atrações para conhecer–, naquela época, foi marcado por chuva, lama e menos estrutura. O ritmo de dez dias ininterruptos de festa – hoje são sete, divididos em duas semanas– cansou até o rapaz de 18 anos, que conta ter tirado um dos dias para descansar.

Quarenta anos depois, aqueles nove dias que encantaram um adolescente ganharam o mundo, e aquele adolescente se encantou ainda mais com o rock, a ponto de fazer carreira na indústria musical.

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Júnior Valadão foi um menino apaixonado por música (Arquivo Pessoal)

Valadão define a si mesmo como um bom roqueiro desde sempre, que já conhecia e curtia as bandas que estavam no line-up: AC/DC, Iron Maiden, Ozzy, e nomes do rock nacional, como Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho.

“O que mais me marcou foi AC/DC e Iron Maiden. Queen também! Foi uma experiência única [viver] o início de um formato. Mas, infelizmente, demorou muito para voltar”, lamenta, já que a segunda edição aconteceu apenas seis anos depois, em 1991. “Mas conto sempre para a minha filha e vou contar para os meus netos que estava lá. É muito legal ter tido essa experiência.”

Bancário aos 18 anos, Valadão não levou muito tempo para mudar de carreira: em dois anos, começou a trabalhar com gravadoras, principalmente com merch (camiseta, bottons e adesivos). Logo depois, passou a administrar a carreira da banda Ira!.

No currículo, além do Ira!, teve vários grandes nomes da música. Ele estima que tenha trabalhado com de 20 a 30 artistas, entre eles: Jorge Ben Jor, Fafá de Belém, Camisa de Vênus, Ultraje a Rigor, Guilherme Arantes e Chico César.

Dezesseis anos depois de pisar no Rock in Rio pela primeira vez, Júnior Valadão voltou ao festival como empresário: em 2001, o Ira! se apresentou no Palco Mundo.

“Um show que, para mim, foi histórico. Naquela edição, também estive com o Los Hermanos, com quem fiquei entre 1999 e 2002; além de Arnaldo Antunes e vários outros artistas. Gosto muito do Rock in Rio, todos sempre me trataram bem, com respeito. Às vezes, a gente fica de fora [do line-up], mas faz parte, isso não me melindra, não.”

Mas em 40 anos de festival, o que Júnior Valadão observa de diferente?

“O Rock in Rio já começa com essa diversidade. Tinha bandas de todos os tipos, expoentes da Jovem Guarda. Hoje, a diversidade está mais acentuada, e o rock está com menos representação. Acho que, se eu tivesse que sugerir algo, seria realmente uma presença maior de rock and roll e de bandas novas, porque o Rock in Rio tem o poder de ajudar o mercado. O caminho é esse.”

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A lama marcou a primeira edição do Rock in Rio, em 1985 (Divulgação)

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