Reconectado com a música, Mumuzinho diz que pagode precisa ver além dos números
Cantor decidiu ficar 100% na carreira e gravará DVD em São Paulo
“Eu sou cantor, faço música”. Essa frase, saída da boca de Mumuzinho, pode soar uma obviedade. Nome de destaque no pagode, ele é uma figura bem conhecida no Brasil basicamente por cantar.
Porém, o próprio Mumzinho diz ter se distanciado da música para focar em outros projetos, principalmente na TV. Agora ele quer voltar para sua atividade principal e decidiu gravar o DVD “Conectado”, no dia 3 de julho, em São Paulo.
Em entrevista para Billboard Brasil, o músico explicou o porquê decidiu “voltar” para o que ama.
“Quando pensei nesse trabalho, pensei numa forma que pudesse me reconectar. Precisava focar só na música. Há dois anos estava fazendo de tudo, mas o que me dá mais amor e alegria é a música. Parei com tudo para me dedicar”, disse.
Vale lembrar que não é como se Mumuzinho tivesse largado tudo para ser jurado no “The Voice Kids” e fazer publicidades por aí.
Enquanto esteve “longe”, por exemplo, ele foi indicado ao Grammy Latino, em 2023, na categoria melhor álbum de samba/pagode com “Resenha do Mumu“.
Nessa volta, ele decidiu gravar 30 canções, sendo 25 inéditas e chamar convidados como Péricles, Ferrugem, MC IG, Turma do Pagode, Belo e outros.
“Não é demagogia. Esse é o meu trabalho mais maduro musicalmente. Eu estou muito animado”, afirma.
O lado empresário
Porém, essa coisa do foco na música contrasta com um novo desafio de Mumuzinho, que decidiu ser o “dono” da própria carreira, abrindo seu próprio selo em parceria com o empresário Pablo Linhares.
“Esse formato onde o artista fica dependente de uma gravadora não vai mais existir. O próprio artista quer fazer a gestão da carreira. Olha o Thiaguinho, Péricles, Anitta. É aquele ditado, o olho do dono engorda o gado”, resume.
E, já com um olhar de empresário, Mumuzinho faz uma análise crítica do mercado do pagode no Brasil.
Diferente do rock, que volta e meia é dado como morto, o pagode passa por um processo de renovação. Alguns diriam que agoniza, mas não morre
“Hoje em dia, alguns artistas se preocupam muito com números, como se isso fosse o principal holofote. E não é. Holofote é o povo, é a rua, é o botequim, a massa que canta sua música. Não é que o número não seja importante, longe disso, são os novos tempos. Mas não dá para imaginar que número é sinônimo de sucesso”.