Quem recebe pelas músicas tocadas nas Olimpíadas?
Estrelas como Beyoncé estiveram "presentes" em Paris 2023


Quando a superestrela da ginástica dos EUA, Simone Biles, realizou seu duplo mortal com três giros ao som de “…Ready For It?”, da Taylor Swift nas Olimpíadas de Paris, é quase certo que a NBC, rede de TV norte-americana que detém os direitos principais de transmissão dos jogos, não precisará de uma licença especial caríssima para transmitir a música ao vivo.
A NBC paga às organizações de direitos de execução musical por licenças públicas gerais, e elas distribuem os pagamentos de royalties para seus milhares de membros, como compositores, editores e compositores, desde Paul McCartney até Dua Lipa e a própria Taylor.
No Brasil, esse sistema de arrecadação funciona por meio do Ecad, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, uma entidade privada que cobra, arrecada e distribui os valores referentes a direitos autorais fonográficos. Esses pagamentos podem somar grandes quantias: as Olimpíadas de 2020 atraíram mais de 3 bilhões de espectadores, um fator-chave para determinar os pagamentos de royalties de desempenho.
“Quanto maior o público da transmissão, geralmente resulta em um royalty mais alto”, diz um porta-voz da ASCAP,
ou American Society of Composers, Authors and Publishers, o equivalente norte-americano do Ecad. Ou seja, quando o mundo para para ver Rebeca Andrade executar movimentos à perfeição ao som de “End of Time”, de Beyoncé, e “Baile de Favela”, do MC João, os dois artistas ganham equivalentes das quantias pagam pelas emissoras.
Para a transmissão ao vivo na TV ou streaming ao vivo online, as licenças gerais cobrem todos os direitos musicais necessários — organizações estrangeiras pagam pelos direitos de transmissão na TV estrangeira e organizações dos EUA pagam pelos direitos nos EUA.
Os produtores de TV tendem a não entrar em contato com os titulares de direitos e negociar novas (e talvez caras) licenças ao usar uma música ao fundo de um vídeo gravado. Esse sistema de pagamento de royalties pode ser complicado, mas locais públicos como a Arena Bercy, em Paris, e emissoras como a NBC estão acostumados com ele.