Expectativa e realização: assim foi o primeiro show de Liniker com seu ‘Caju’
Cantora se apresentou, na noite de sexta-feira (8), em São Paulo
Quando Liniker lançou “Caju” (no dia do meu aniversário, diga-se de passagem), seu segundo álbum de estúdio, ela causou uma reação catártica. A cantora, natural de Araraquara, no interior de São Paulo, já era conhecida por suas letras profundas e melodias que envolvem a alma, que a levaram a se tornar a primeira pessoa trans a vencer um Grammy Latino. Com “Caju”, ela provou que continua sendo tudo isso aí mesmo.
Com as músicas tomando os fones de ouvido de todo o país —e garantindo seu lugar no Billboard Brasil Hot 100— a vontade suprema de seus fãs era, enfim, ouvi-las ao vivo. Prova disso foi que, em poucos minutos, ela esgotou o show de estreia da turnê, que aconteceu na noite de sexta-feira (8) no Espaço Unimed, em São Paulo. Estava abarrotado de gente, e os dois próximos, igualmente esgotados, também vão estar.
Cheguei lá faltando poucos minutos para o espetáculo começar, e mal imaginava o que me esperava. Tive o privilégio de vê-la no palco em outras ocasiões, sendo a maioria com a turnê de “Índigo Borboleta Anil”. Com “Caju”, toda a expectativa por esse show foi suprida por um grito explosivo da plateia já nas primeiras palavras cantadas por ela.
Liniker começou o setlist com a música que dá nome ao álbum, e mal podia ouvir sua voz no palco diante dos decibéis vindos da plateia. Apesar da chuva e do friozinho da capital paulista, ali dentro era só calor, emoção e vontade de chamar seu amor para dançar agarradinho (sorte minha que eu pude fazê-lo. um beijo, amor!).
Essa emoção de finalmente ouvir um dos álbuns mais gostosos do ano ao vivo não estava somente na plateia. Liniker não segurou as lágrimas quando, de forma poderosíssima cantou “Veludo Marrom”, música feita “para os corações que estão desesperados para serem amados”, como ela mesma descreveu na conversa que tivemos para a 10º edição da Billboard Brasil. Acompanhada de uma orquestra, que também estava visivelmente emocionada, o Espaço Unimed se transformou no Espaço Liniker, como se tudo ali tivesse sido criado para recebê-la numa bolha de amor. Todos estavam dispostos a correr atrás dela num aeroporto, lhe pedir para ficar, maneirar um pouco, pintar seu corpo, contar suas tatuagens.
Vida longa ao “Caju”.