Os 17 melhores momentos da estreia da ‘Celebration Tour’ de Madonna
A Rainha do Pop iniciou sua jornada na O2 Arena, em Londres, na Inglaterra
Depois de um susto em sua saúde que forçou Madonna a adiar o início de sua tão aguardada “The Celebration Tour” por três meses, a Rainha do Pop finalmente deu início à sua aguardada jornada global na O2 Arena, em Londres, no sábado, 14 de outubro.
E valeu a pena a espera. Enquanto Madonna, que nunca teve medo de se expressar de forma franca, ficou séria por um momento para discutir o conflito em escalada entre Israel e a Palestina controlada pelo Hamas (“Isso parte meu coração ver crianças sofrendo, adolescentes sofrendo, idosos sofrendo – é de cortar o coração, certo?”), o tom geral da Celebration Tour foi – acredite ou não – de celebração.
Isso não foi apenas uma festa – foi uma volta triunfante para uma mulher que chegou a Nova York com apenas US$ 35 e se transformou na maior diva pop que o mundo já viu. E ela não é apenas uma estrela – é um talento musical que, ao longo de uma carreira que abrange quatro décadas, produziu algumas das maiores canções pop de todos os tempos.
O show começou pontualmente (um feito raro para Madonna, às 20h44 no horário local), com Bob the Drag Queen, a mestre de cerimônias desta turnê, fazendo uma grande entrada vestido como Madonna-Marie Antoinette de sua icônica performance “Vogue” no VMA de 1990. Foi um visual deslumbrante para o vencedor do RuPaul’s Drag Race, especialmente considerando que mais tarde no show ele teve que se vestir de palhaço de rodeio, com nariz vermelho e chapéu de cowboy.
Mas, é claro, o destaque foi Madonna, como sempre. Desde os momentos em família no palco até escolhas inesperadas de músicas e até mesmo algumas piadas, eis os melhores momentos da noite de abertura da Celebration Tour de Madonna.
Som queimado
Na noite de abertura, você certamente vai encontrar uma ou duas falhas. Quando Madonna pegou sua guitarra para tocar “Burning Up” – a primeira música que ela já cantou no palco em Nova York, no CBGB, para ser exato – o microfone decidiu parar de funcionar. Apesar do contratempo, Madge tocou a música até o fim como uma profissional. “Desculpem por isso – essas coisas acontecem”, disse ela. Pode não parecer um destaque, mas, de certa forma, foi – afinal, que melhor maneira de evocar um bar punk do que superar problemas de som com um bom rock?
Histórias pessoais. Muito pessoais
Enquanto a equipe técnica corrigia os problemas, Madonna trouxe Bob the Drag Queen para ajudar no entretenimento. Ela começou a contar a ele sobre seus primeiros dias de falência em Nova York, lembrando que ela costumava “namorar homens que tomavam banho” quando morava no espaço de ensaio de sua banda. Depois da história, ela resumiu sucintamente: “Então, sim, boquetes no banho”. Uma pausa. “Já posso ver essa manchete. Bem, todos nós temos um passado.”
Um tributo comovente para as vítimas de HIV/AIDS
Depois de uma alegre performance de “Holiday” em um palco que evocava o Paradise Garage, um dos dançarinos de Madonna caiu no chão, como se estivesse sem vida. Ela colocou um lençol sobre ele, como se ele tivesse morrido – uma conexão apropriada, uma vez que “Holiday” serviu como um hino de fuga e refúgio para a comunidade LGBTQ nos anos 80, enquanto era assolada pelo HIV/AIDS. E, como previsto, sua próxima música foi uma homenagem às vidas perdidas durante essa crise.
Em um retângulo que flutuava pelo ar, Madonna cantou “Live to Tell” enquanto os rostos daqueles que se foram durante a crise da AIDS (incluindo Keith Haring, Herb Ritts, Sylvester e Freddie Mercury) apareciam nas telas ao seu redor. Não pôde deixar de se perguntar se, nesse contexto, o homem que mentia nas letras da música não era Reagan – mentindo por omissão quando se tratava da crise da AIDS, que ele simplesmente se recusava a reconhecer.
Como Prince
Enquanto dançarinos sem camisa usando máscaras de couro se contorciam em torno de um zootrópio giratório, Madonna cantou uma das músicas que mais agradou ao público na noite, “Like a Prayer.” Ela também deu um toque especial à apresentação, incluindo trechos de “Unholy” de Sam Smith e Kim Petras no início e no fim da performance, juntamente com partes de sua própria música “Act of Contrition.” Um empolgante solo de guitarra do saudoso Prince serviu como ponto de exclamação para esse magnífico medley.
Re: ‘Living for Love’
Lembram daquela vez em 2015 no Brit Awards em que Madonna teve um problema com sua capa durante “Living for Love” e acabou caindo no palco? Desta vez, na O2 Arena, quando um trecho de “Living for Love” começou a tocar nos alto-falantes, nem sinal de capa à vista. Pode-se dizer que a música – e o palco da O2 – foram oficialmente resgatados.
Entrando no ring
Para uma turnê triunfante e imponente como esta, era natural que um dos números envolvesse coreografia de boxe. Em “Erotica”, Madonna subiu ao ringue cercada por dançarinos vestidos com luvas brilhantes, dançando como borboletas e picando como abelhas enquanto entregava a clássica e libidinosa canção de tom sombrio. Foi um verdadeiro nocaute!
Bate e troca
A Celebration Tour é, em muitos aspectos, uma carta de amor para Madonna, e Madonna atrevidamente levou esse amor próprio à sua conclusão natural durante um brilhante retrocesso à sua Blond Ambition Tour. Pulando em uma cama de veludo (onde ela simulou a masturbação durante “Like a Virgin” naquela turnê – a certa altura sob a ameaça de prisão pela polícia canadense), Madonna aninhou-se em uma dançarina vestida como ela mesma por volta de Blond Ambition, rabo de cavalo e tudo mais.
Guiando a mão da dança até sua virilha, ela simulou sentir prazer com seu passado enquanto as cordas cortantes de “Papa Don’t Preach” penetravam no sistema de som. Ei, se você não consegue amar a si mesmo, como diabos você vai amar outra pessoa?
Justificadamente surpreso
Pela primeira vez desde 1993, Madonna apresentou “Justify My Love” (uma de suas 12 músicas que chegaram ao primeiro lugar na parada Billboard Hot 100), acompanhada de uma coreografia que lembrava o estilo de Busby Berkeley. Em seguida, ela surpreendeu a plateia com um trecho de sua versão do clássico de jazz “Fever,” do álbum Erotica. Logo depois, um vídeo intersticial foi ambientado com mais uma raridade: “The Beast Within,” o remix de Madonna de “Justify My Love” com letras faladas tiradas do Livro do Apocalipse da Bíblia. Um grande destaque para o fã da primeira fila que conhecia cada palavra dessa pérola bíblica. Agora isso é uma revelação.
‘Bad Girl’ conseguiu uma ótima pianista
Claro, os filhos de Madonna têm música no sangue, mas, mesmo assim, assistir sua filha Mercy James sentar-se ao piano de cauda e tocar as teclas com facilidade durante “Bad Girl” (uma música que Madonna não cantava ao vivo há 30 anos) foi realmente impressionante. Bravo.
Mantendo a família no ‘vogue’
“Vogue” Foi uma homenagem multifacetada ao passado, à família e às inspirações LGBTQ+ de Madonna.
Em um palco de três níveis (lembrando o bolo do momento “Like a Virgin” de Madonna no VMA de 1984), Bob the Drag Queen liderou uma parada de dançarinos enquanto entregava algumas das linhas de Beyoncé de “Break My Soul (The Queens Remix).” Fotos e imagens de arquivo passavam ao fundo, mostrando os motins de Stonewall; pioneiros LGBTQ+ que ajudaram a promover uma maior aceitação da comunidade, como Marsha P. Johnson; e “Paris Is Burning,” o icônico documentário sobre a cultura dos bailes em Harlem.
A performance ao vivo de “Vogue” veio até com um gostinho da cena dos bailes. Bob atuou como um animado mestre de cerimônias enquanto os dançarinos da Celebration Tour desfilavam na passarela, com Madonna presidindo como a juíza (naturalmente), distribuindo notas 10 ou “corte” conforme necessário.
Na noite de abertura, Madonna não estava sozinha como juíza – sua filha Lourdes sentou ao seu lado, dando notas 10 para os dançarinos e até recebendo uma lap dance de um deles. E a participação da família não parou por aí – a última pessoa a desfilar para os juízes era outra das filhas de Madonna, Estere, que arrasou no voguing. Nenhuma surpresa – afinal, a mãe delas sabe de uma coisa ou duas.
Dança de mãe e filha
Depois do momento de “Vogue” de Estere, sua irmã gêmea Stella se juntou à mãe Madonna no palco, dançando ao lado dela durante “Don’t Tell Me” vestida de cowgirl. A música terminou com Madonna e Bob (vestido como um palhaço de rodeio) em uma falsa troca de tiros – mas Madonna deixou claro que tudo não passava de uma brincadeira. “Não desperdicem seu tempo com armas, não senhor”, ela disse com um sotaque do velho oeste, como em um desenho animado.
Momento de mãe e filho
Madonna não cantava “Mother and Father” desde 2004, e considerando a reputação mista de “American Life”, ninguém esperava ouvir essa música na Celebration Tour. Mas, caramba, a performance foi emocionante, com Madonna entregando aquele rap estranho e marcante (rimando “work” com “jerk”, consegue superar?). No final, quando canta sobre deixar sua dor para trás, ela atinge uma nota emocional e expressiva. O que tornou isso ainda mais marcante foi o fato de seu filho, David Banda, a acompanhar no violão durante toda a música, até compartilhando coreografia com ela.
Aniversário da ‘estrela’
O envolvimento da família continuou ao longo da noite, com Madonna surpreendendo a todos com uma versão curta de uma raridade de “Ray of Light” – presumivelmente apenas para a noite de abertura. Ela anunciou: “Hoje é o aniversário da minha filha Lola. Eu prometi que não cantaria ‘parabéns a você’.” Isso funcionou a nosso favor – em vez disso, Madonna cantou parte de “Little Star”, uma música que ela escreveu para Lourdes quando era apenas um bebê, e a cantou acapella. Mesmo sendo uma faixa não muito conhecida, o público da noite de abertura sabia as palavras, e quando Madonna pediu para a plateia cantar junto, não houve problema algum.
Tributo para Sinead
Apesar de sua relação pública complicada, Madonna prestou um breve tributo à falecida Sinead O’Connor, exibindo sua foto durante “Don’t Cry for Me Argentina”, que terminou com um coro de “sem medo”. As duas não tinham uma briga séria, mas nos anos 90, Madonna não ficou muito satisfeita quando O’Connor rasgou uma foto do Papa João Paulo II no Saturday Night Live, e O’Connor acusou Madonna de fazer comentários “abusivos”. Mesmo assim, em um segmento sobre viver sem medo, Madonna claramente achou que Sinead merecia ser lembrada – e quem pode discordar?
Momento do Billboard Women in Music
Uma montagem de memórias da mídia cobrindo Madonna – o bom, o ruim e o feio – terminou com um trecho de áudio do discurso de Madonna no Billboard Women in Music de 2016, onde ela foi homenageada como a Mulher do Ano: “Envelhecer é um pecado… Acho que a coisa mais controversa que já fiz foi continuar existindo.” É uma honra fazer parte da história dela.
Hora da ‘história’
Vestida com um traje de bola de espelhos, Madonna apresentou mais uma favorita dos fãs que não fazia há muito tempo: “Bedtime Story”, sua música minimalista de trance co-escrita por Björk. Ela soou incrível enquanto a cantava em um palco que se erguia no ar, permitindo que ela subisse em um retângulo flutuante e apresentasse um clássico do pop emocionante.
Uma ‘luz’ vinda de cima
Apresentando-se no mesmo retângulo suspenso que usou para “Live to Tell”, Madonna nos brindou com “Ray of Light” na maravilhosa versão “Sasha Ultra Violet Mix”. É uma música desafiadora de cantar, mas ela não economizou na versão – tivemos a experiência completa de “Ray of Light” em todo o seu esplendor. Mesmo que ela não tenha alcançado a nota estratosférica que ouvimos na versão de estúdio, sua performance ao vivo soou bastante próxima ao original – o que é impressionante, considerando o susto que ela teve com a saúde no início do verão.
O veredito é: Madonna está de volta.