Orquestra Ouro Preto celebra 25 anos com ópera inspirada em ‘Feliz Ano Velho’
Grupo mineiro também acaba de lançar um álbum comemorativo


Em 2025, a Orquestra de Ouro Preto vai lançar uma ópera inspirada no livro “Feliz Ano Velho”, de Marcelo Rubens Paiva —mesmo autor do livro que inspirou o filme “Ainda Estou Aqui”. Nesta semana, o grupo também lançou “Orquestra Ouro Preto: Villa-Lobos, Piazzolla e Mehmari”, seu 22º disco.
A novidade faz parte das comemorações de 25 anos do grupo, que nasceu na cidade histórica localizada a pouco mais de cem quilômetros de Belo Horizonte. “Nós somos um grupo de olhar para frente, para o futuro, mas quando a gente revisita tudo o que fizemos, a gente vê que conseguimos deixar um legado e deixar também uma referência. Muitos tem na Orquestra Ouro Preto tem uma referência de várias atividades, não só da música brasileira e ou da forma como a gente se comunica, a gente acaba chamando a atenção de outros grupos ao passo em que descobrem que não existe uma maneira única de se fazer uma orquestra”, celebra Rodrigo Toffolo. “Nos próximos anos, queremos ser ainda mais fortes e presentes. A orquestra pode ter um papel muito maior do que ela tem hoje”.
A adaptação do livro segue um movimento que a Orquestra tem feito nos últimos anos: de adaptar produções literárias em óperas inéditas. As mais recentes, que fazem parte do acervo brasileiro, são: “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna e “Hilda Furacão”, de Roberto Drummond. Durante a pandemia, eles também exploraram livros infantil, como “Fernão Capelo Gaivota”, uma fábula de Richard Bach e o famoso “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, que também ganhou um disco feito pelos mineiros.
O maestro se descreve como um apaixonado pela literatura. Chegou a fazer parte de um grêmio literário de Ouro Preto –um dos últimos a existir por lá, inclusive. Para ele, os livros conseguem unir gerações, como aconteceu com ele e seu pai, Ronaldo Toffolo, que acompanhavam as leituras na sede do grêmio. “A literatura é fundamental, e trazer para as óperas a literatura contemporânea é muito importante. Foi importante com Suassuna e Drummond, e está sendo com o Marcelo agora”.
Rodrigo já antecipou que alguns momentos chaves de ‘Feliz Ano Velho’ vão estar na ópera, como o acidente que deixou Marcelo Rubens Paiva, o autor, tetraplégico. O cantor e compositor Arrigo Barnabé, que é mencionado no livro, também vai fazer uma participação especial na adaptação.
Assim como fizeram com a estreia de “Auto da Compadecida”, a Orquestra de Ouro Preto se prepara para estrear “Feliz Ano Velho” nas praias de Copacabana, no Rio de Janeiro. A apresentação acontece no próximo dia 14 de junho, totalmente aberta ao público e também vai contar com uma passagem em Belo Horizonte, em agosto.
