‘Olho de Peixe’: Lenine e Marcos Suzano recriam show histórico no Rio de Janeiro
Dupla reedita momento que se tornou 'lado B' da MPB no Queremos! Festival
No início dos anos 1990, Lenine rompia o bairro de Santa Teresa para bater à porta do percussionista Marcos Suzano. A visita resultaria num disco e um show emblemáticos, “Olho de Peixe”, lançados em 1993. Agora, a dupla se reencontra nos palcos cariocas para, no Queremos! Festival, fazer soar um clássico não muito conhecido da MPB.
“Esse disco tem um significado profundo na nossa trajetória, tanto para o Brasil quanto para o mundo. Mais de 30 anos depois, segue sendo prazeroso reencontrar esses músicos no palco!”, diz Lenine. “A gente teve essa empatia desde a primeira vez que nos encontramos, e o desejo foi mútuo. Sempre um diálogo muito aberto e profícuo. E o disco tem um peso sonoro que reflete muito o gosto pessoal meu e do Suzano. Na época, estava acontecendo o hip hop, e nós somos crias do Led Zepellin. Havia expoentes que nos uniam. A maneira como a gente dialoga é como uma capoeira, um jogo. Quem está junto com você antecede o que você vai fazer”, frisou em entrevista ao O Globo, em 2023.
Recentemente, o álbum ganhou edição em vinil e em songbook, reforçando o peso de uma obra que, lançada em uma época prolífica da MPB, acabou ficando com ares de “lado B”.
Na nova versão ao vivo, a dupla será acompanhada por uma banda da qual fazem parte dois dos músicos que participaram do primeiro show: o multiinstrumentista Carlos Malta e o percussionista Jovi Joviniano. Denilson Campos, que produziu “Olho de Peixe” com Lenine e Suzano, estará no comando do som. Raquel Coutinho, Negadeza e Gabriel Policarpo, os três na percussão, completam o time.
As 11 canções do disco estão no repertório, além de outras quatro, que também foram tocadas na primeira apresentação ao vivo da dupla: “O Dia em que Faremos Contato”, “Candeeiro Encantado”, “Hoje Eu Quero Sair Só” e “Pernambuco Falando Para o Mundo”
Marcos Suzano lembra que, na estreia, a banda que os acompanhava era a Baticun e a ideia para o reencontro foi recriar esse naipe de percussão:
“Queremos um som pesado, para encher o espaço e mostrar para o público como era o Olho de Peixe. Acho que vai ser demais e a plateia vai pirar. Afinal, faz 30 anos que esse show não rola. E, por causa desse convite do Queremos, vai acontecer no mesmo dia de outros shows e artistas incríveis. Uma maratona musical da melhor qualidade!”, destaca.