O trap de Filipe Ret, Matuê e Post Malone deve muito a Cher, sabia?
Cantora de 77 anos foi pioneira ao usar um dos elementos que é base do estilo
O trap é a sensação do momento. O gênero derivado do rap conquistou o coração de muitos como Felipe Ret, Matuê, Veigh, Kayblack e WIU, alguns dos representantes do gênero que invadiu o Billboard Brasil Hot 100. Mas o que você talvez não saiba é que todos eles têm uma dívida imensa com um dos maiores ícones do pop. Sim. Se não fosse por Cher, o trap não seria nada.
O que a cantora norte-americana tem a ver isso? Tudo! Pera aí que vamos te explicar direitinho.
O trap deve a Cher pelo autotune
Em 1998, chegava às pistas “Believe”, single de Cher que revolucionou a indústria musical. Número 1 em mais de 23 países, o sucesso conta com uma melodia dançante, letra pegajosa, mas, além isso, tinha um toque especial. O auto-tune. A ferramenta criada para corrigir e modular a voz em estúdio fazia a voz da cantora soar mais robótica ou até mesmo lembrar um alienígena.
E, bem, o auto-tune é a base do trap.
Capaz de modificar a voz, a ferramenta se tornou um item importante na indústria fonográfica, mas seu uso sempre foi alvo discussões. Tanto que o tema rendeu um episódio inteiro de “This Is Pop“, série documental da Netflix que conta histórias dos bastidores do mundo pop.
Como surgiu o auto-tune?
A ferramenta foi criada por um engenheiro elétrico e matemático por acaso. Na brincadeira de ajudar um amigo a cantar melhor, Andy Hildebrand criou o auto-tune em 1996.
Inicialmente, a ideia do software era ajudar cantores com questões de afinação, assim eles não precisaram passar horas ajustando os vocais. Outros beneficiados pela criação foram os produtores musicais, pois com isso o tempo de estúdio dos artistas foi reduzido.
Com medo de perder credibilidade, os produtores mantiveram o uso do auto-tune em segredo. Afinal, o efeito sempre fora muito criticado por ser uma arma usada por cantores medíocres.
Mas tudo mudou com o lançamento de “Believe”, que apresentou o software para o mundo. Com o sucesso na voz de Cher, o auto-tune se popularizou pelos estúdios norte-americanos e virou ítem essencial na produção musical.
Além de Cher, o rapper o T-Pain também é um dos nomes lembrados na história da ferramenta. Na tentativa de se diferenciar dos demais, inspirado na música “If You had My Love”, de J-Lo, o artista fez do efeito robótico sua marca registrada.
Em 2005, ele lançou o álbum “Rappa Ternt Sanga”. Mesmo com o grande sucesso, T-pain recebeu diversas críticas da indústria. A reabilitação só veio quando o rapper participou do Tiny Desk e cantou ao vivo, sem o efeito na voz.