O que aconteceu com Leci Brandão?
Cantora passou mal durante um show no fim de semana, mas já está bem


Leci Brandão deu um susto nos fãs durante o último fim de semana. A cantora, de 80 anos, precisou ser hospitalizada depois de passar no palco do festival Isso é Samba, que aconteceu no Parque Villa Lobos, em São Paulo.
Ela sofreu um mal-estar e foi retirada do palco. Leci foi socorrida pela equipe de ambulância que estava no local. Segundo informações da equipe da cantora, ela teve um pico de pressão e foi prontamente atanteida pela equipe médica que trabalhava nos bastidores.
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O pico de pressão acabou deixando Leci tonta, e por isso ela passou mal no palco. O caso aconteceu por volta das 14h20 de sábado (12), e ela foi liberada do hospital seis horas depois. A equipe informou, via comunicado enviado a imprensa, que ela já esta em sua casa, no Rio de Janeiro. “Em repouso e recuperação tranquila”.
Ainda de acordo com sua equipe, ela vai seguir sua agenda de trabalhos normalmente sob autorização médica. “Seguimos emanando amor e gratidão por sua saúde, por sua história e por tudo o que representa”.
Sobre Leci Brandão
Em 1985, a voz de Leci Brandão ecoou pelo Brasil com a canção “Zé do Caroço”, sobre o líder comunitário que se opunha às novelas e ao descaso público. Essa voz do morro do Pau da Bandeira se tornou hino no samba, juntando-se a outros que a compositora representou em 50 anos de carreira e 80 anos de vida.
Logo após a estreia fonográfica, já cantava pela liberdade do amor homossexual (“Ombro Amigo”), por um Carnaval menos predatório para as comunidades (“G.R.E. de Samba”, “Apenas um Bloco de Sujo”), pelo levante de um povo anestesiado (“Coisas do Meu Pessoal”) e pela demarcação de terras indígenas (“Nas Águas do Rio Negro”).
Filha de dona Lecy e de seu Antônio (e também de Ogum e Iansã), Leci foi vítima de racismo pela primeira vez aos 11 anos, quando lhe negaram um prêmio de escrita por ser a filha da servente da escola. Quase 70 anos depois, cumpre o quarto mandato como deputada estadual em São Paulo (recebeu 90.496 votos em 2022) e é ídolo de outros “zés do caroço”, como Mano Brown, e de mulheres negras que cantam a necessidade de amores sinceros, como Luedji Luna e Liniker.