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Novelas, Rita Lee e Marília Mendonça? A história da Som Livre contada em livro

Novelas, Rita Lee e Marília Mendonça? A história da Som Livre contada em livro

Jornalista Hugo Sukman conta história da maior gravadora 100% brasileira

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Marília Mendonça

Fundada pelo produtor musical João Araújo, em 1969, a Som Livre transformou a trajetória de importantes artistas da música nacional. A história da maior gravadora 100% brasileira foi eternizada no livro “Som Livre – Uma biografia do ouvido brasileiro”, escrito por Hugo Sukman.

Em mais de 200 páginas, o jornalista trouxe os bastidores do nascimento e crescimento da empresa, embasada com entrevistas com empresários e artistas, além de uma densa pesquisa. Hugo também é autor da biografia de Martinho da Vila, lançada em 2014, e “Nara 1964”, sobre a cantora Nara Leão (1942-1989). Ele define a obra mais recente como a mais desafiador.

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“Abrange 50 anos de história em que muitas mudanças aconteceram, falo de discos, sim, mas discos aparentemente e na essência muito diferentes”, começa Hugo em entrevista para a Billboard Brasil.

“Como comparar e colocar no mesmo balaio uma trilha sonora variada de novela, com um disco autoral de uma Rita Lee e um Djavan, com os singles ao vivo de fenômenos como Luan Santana, Marília Mendonça?”, questiona.

A resposta é simples: a gravadora nasceu para produzir músicas brasileiras para histórias brasileiras e para o público brasileiro –e teve sucesso em meio à indústria tomada pelas multinacionais.

“Era esse objetivo das trilhas de novelas, era esse o objetivo de Marília Mendonça. Juntar essas pontas, e a história de cada artista, cada disco da Som Livre, foi o desafio do livro.”

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Luan Santana (Clayton Felizardo/Brazil News)

Transformação na música

Hugo começou a escrever sobre música na virada dos anos 1980 para 1990. Na época, como ele relembra no livro, a indústria musical brasileira era ditada pelos jabás (pagar para tocar) e ganhou um novo horizonte com o nascimento dos CDs. Anos depois, foi a digitalização da música que trouxe mais mudanças para o mercado.

“A Som Livre foi a primeira gravadora no Brasil a entender esse novo ambiente, a gravadora não mais como vendedora de música, mas como ‘sócia’ do artista em sua carreira”, diz.

“Do ponto de vista musical, penso, ainda estamos em transição. Os artistas muito populares cresceram ainda mais com as novas tecnologias e os muito pequenos, esquecidos pela indústria do disco, passaram a ter espaço, ainda que muitas vezes ilusório”, avalia o jornalista

“A multidão de artistas médios em termos de público continua perdida. Não tem a remuneração do passado, mas tem a rede aberta diante de si. Vivemos um paradoxo: uma intensa massificação ao lado de uma enorme diversidade. Estamos em plena transformação da música.”

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