A importância das novelas para a música brasileira
História é contada no livro 'Som Livre - Uma biografia do ouvido brasileiro'
As novelas brasileiras foram de extrema importância para que a música brasileira crescesse nos anos 1970 e 1980. A Som Livre, fundada pelo produtor musical João Araújo, foi a gravadora que transformou as trilhas sonoras das obras em grandes sucessos. A história é contada no livro “Som Livre – Uma biografia do ouvido brasileiro”, escrito pelo jornalista Hugo Sukman.
“As novelas eram um fenômeno nacional, elas nacionalizaram a música brasileira, de forma ainda mais potente que o rádio. O país todo passou a ouvir a mesma música”, analisa o escritor.
“A música de novela, e daquele tempo do disco, buscava essa intercessão, ser popular e criativa.”
Nelson Motta foi o responsável por produzir a primeira trilha sonora original da TV brasileira para “Véu de Noiva”, de 1969. As faixas foram criadas pelo elenco de compositores e cantores da gravadora Philips, como Roberto Menescal e Luiz Eça.
O sucesso da trilha de “Véu de Noiva” abriu uma nova forma de produzir músicas e novelas. “Verão Vermelho” (1969), “Irmãos Coragem” (1970), “Pigmalião” (1970), entre outras tramas, ganharam trilhas sonoras poderosas.
A Som Livre nasceu dentro da Globo, que queria que as trilhas fossem feitas dentro da própria empresa (e assim, o lucro também aumentaria).
“No tempo das novelas vivíamos o auge, ou ao menos da busca, da ‘qualidade’. Agora aceita-se, e até se busca, uma certa precariedade. O resultado é que a música criativa está ficando cada vez mais complexa e restrita, e a música pop cada vez mais simples e massificada”, avalia Hugo.