Netinho de Paula cria projeto com os filhos para resgatar essência do pagode
Projeto 'Segunda Absoluta' foi sucesso nos anos 2000
Netinho de Paula está concretizando um sonho de muitos pais: subir ao palco com os filhos. Mas, no caso do sambista, essa realização tem um sabor especial, com um gostinho de memória boa.
O célebre vocalista do grupo Negritude Jr. retomou o projeto “Segunda Absoluta”, roda de samba que marcou época no início dos anos 2000. Era um projeto que reuniu grandes nomes do gênero numa espécie de festa laboratório do que estaria na boca do povo.
Agora, Netinho teve a ideia de reunir os filhos para ter um momento de família semanal.
“A agenda dos meninos é muito corrida, é difícil termos um momento nosso. Está todo mundo na estrada, tocando seus projetos. Então surgiu essa oportunidade, essa ideia de nos unirmos e relembrar um projeto que tem tanta história”, explica Netinho, em entrevista para Billboard Brasil.
Os “meninos” citados pelo cantor são seus três filhos: Levi, Eduardo, Edson e Vinicius.
A família De Paula é grande — ao todo, o cantor tem sete filhos — e tem o projeto “Os De Paula“, onde eles meio que se revezam em projetos de samba, pagode, rap, funk e outros gêneros.
Ancestralidade
Na verdade, boa parte da família rumou para a música em projetos paralelos. Levi, por exemplo, é um músico que tem trabalhos com Luísa Sonza e NX Zero, por exemplo.
No entanto, subir aos palcos com o pai é diferente.
“É algo sempre especial, mas também acho que não tem mais aquele nervosismo do começo”, explica Eduardo, que subiu no palco com o pai pela primeira vez em 2005. “Todos nós temos nossas carreira, nossos projetos e esse virou um negócio de momento em família, que podemos nos divertir com nosso pai”, finaliza.
Pai e filhos tentam emular o que era o Segunda Absoluta do começo dos anos 2000, abrindo espaço para um novo público.
A rotina deles no começo da semana é: chegar cedo, interagir com o público e fazer com que o pagode seja não só um momento de entretenimento, mas também um fundamento de ancestralidade.
“Acho que tem uma coisa ancestral de música mesmo, não só na nossa família, no samba como um todo. Eu mesmo tive um projeto com o filho do Arlindo Cruz, do Péricles, o próprio Gaab [filho do Rodriguinho], enfim. Acho que o samba tem essa coisa de geração mesmo”, conta Levi.