Mon Laferte entrega show poético e provocativo em sua estreia no Brasil
A cantora se apresentou na capital paulista na última terça-feira (18)
Muitas vezes, os cantores usam e abusam de cenários, um farto corpo de balé e efeitos pirotécnicos para prender a atenção do público. A chilena Mon Laferte precisou apenas da sua voz potente e presença de palco para hipnotizar a plateia da Tokio Marine Hall, em São Paulo.
A cantora fez a sua estreia em terras brasileiras na última terça-feira (18). Em um cenário totalmente preto, que brincava com o charme e a elegância da luz e sombra, acompanhada de sua banda e a dupla de bailarinos backing vocals, a diva latina entregou um espetáculo dramático, poético e provocativo.
A cantora entrou em cena às 21h15 e, desde que começou a cantar os primeiros versos, foi ovacionada pela plateia— dos fãs que gritavam incessantemente até mesmo por aqueles que não eram tão familiarizados com suas canções, como a jornalista que vos escreve.
Mon ficou surpresa com a energia do público e segurou a emoção desde o início da apresentação, evitando falar muito em um primeiro momento. Isso aconteceu porque ela, assim como grande parte dos artistas latinos não brasileiros, ao virem pela primeira vez ao Brasil, se impressionam com o carinho dos fãs por aqui.
“Tinha vindo [ao Brasil] apenas uma vez, há muitos anos. Mas a música sempre foi uma inspiração, escuto música brasileira desde pequena”, contou Mon Laferte em entrevista à Billboard Brasil antes do show.
“Vir aqui e ver que há pessoas que escutam minha música, me surpreende de verdade! Isso é algo que nunca esperei”, disse, surpresa.
Antes de se apresentar no Lollapalooza Chile e Argentina, a cantora fez questão de incluir o Brasil em sua agenda, mas confessou que ficou com medo do que poderia acontecer.
“Não pude tocar no Lollapalooza porque sou uma artista muito pequena aqui, mas não podia deixar essa oportunidade passar. Quando fiz o planejamento com a minha equipe, dissemos: ‘Bom, vai ser como cara ou coroa. Mas quero arriscar’. Tocar aqui é muito importante para mim”, ressaltou. “Não sabia o que iria acontecer, se ia ter público ou não.”
Pois havia público, que inicialmente estava sentado, visto que o show era no formato mesa e cadeira, mas que logo se espalhou para a frente do palco e fez o possível para estar mais perto da “rainha do drama”, como ela mesma se define.
“Vocês sabem que eu amo um drama. Para que vocês vieram? Pra sofrer!”, disse Mon Laferte ao público.
Além de uma grande intérprete, Mon é uma multi-instrumentista; tocou guitarra, gaita e violão na apresentação. Mas, entre seus dotes, está também a atual sensualidade, que surpreendeu durante a performance de “La Vie En Rose”. Seu setlist contou com grandes sucessos de sua discografia, incluindo os hits como “Metamorfosis”, “La Mujer” e “Pornocracia”.
A chilena também recebeu no palco da Tokio Marine Hall seu amigo Tiago Iorc. Juntos, protagonizaram um dueto, voz e violão, em espanhol e português.
“Eu o conheci no Grammy Latino alguns anos atrás. Estávamos sentados na mesma mesa e eu adoro a música dele. Eu o amo, e ele é uma pessoa muito legal.”
