Mestre do “metal histórico”, o grupo inglês Saxon se apresenta no Brasil em maio
O quinteto é uma das lendas da chamada 'new wave of british heavy metal'


Um dos principais nomes da história do heavy metal, o Saxon chega ao Brasil em maio para três apresentações. O quinteto inglês será uma das atrações do festival Bangers Open Air, em São Paulo, e depois fará performances em Porto Alegre e Belo Horizonte (confira os locais e os preços dos ingressos abaixo). Na bagagem, além dos sucessos de sempre, eles interpretam na íntegra Wheels of Steel, disco de 1980, e que os levou para o topo dos grandes do rock pesado.
“Creio que fomos a primeira banda daquela cena [Reino Unido, na segunda metade dos anos 1970] a falar de carros e motocicletas”, diz Biff Byford, vocalista e líder do grupo, que em 2025 completa 50 anos de atividade. Biff se refere a letras como Motorcycle Man e Freeway Mad (além da faixa-título, claro) que garantiram ao álbum a quinta posição na parada de discos do Reino Unido. “Falar de carros era algo que as bandas americanas faziam muito, mas não era comum entre os grupos da minha geração”, prossegue o vocalista.
O Saxon foi um dos destaques da new wave of british heavy metal (NWOBHM), movimento que combinou o peso do heavy metal com a energia e a sonoridade do punk. Outros grupos famosos desse período são Iron Maiden, Tygers of Pan Tang, Raven, Def Leppard e Angel Witch. Mas é um dos poucos que ainda mantém uma discografia consistente, ainda que tenha pisado na bola na segunda metade dos anos 1980. “A gente quis aproveitar novas sonoridades, mas não tivemos sucesso nisso”, diz o vocalista, referindo-se aos tempos em que flertaram com o rock pesado americano, que é um pouco mais meloso –no que o rock pesado por ser de meloso, diga-se– e radiofônico que o inglês. “Houve ainda muitas mudanças na música. O grunge surgiu, o Iron Maiden trocou de vocalista [Bruce Dickinson foi substituído pelo esforçado Blaze Bayley], muita coisa mudou.” O Saxon, contudo, voltou a lançar trabalhos significativos – Carpe Diem, de 2022, e Hell, Fire and Damnation, de 2024, estão entre os destaques de sua discografia, que está praticamente disponível na íntegra por aqui.
Uma das características do Saxon, além de falar sobre motocicletas, são as letras que falam de fatos históricos. É o caso de Crusader, faixa-título do álbum de 1984 que trata, obviamente, das Cruzadas. Ou Dallas 1 P.M., um relato sobre o assassinato do presidente americano John Kennedy, em 1963. “É fascinante cantar sobre fatos históricos, ainda que eu dê mais preferência a histórias de vikings e saxões. Sempre gostei do tema, meu seriado predileto hoje é The Last Kingdom, que fala da criação do Reino Unido”, diz Biff.
O vocalista é o único integrante da formação original, que trata com mão de ferro. E sem direito a perdão. O guitarrista Graham Oliver foi demitido em 1996 porque fez gambiarra com discos piratas da banda. Num documentário sobre o Saxon ele surgiu, em lágrimas, pedindo perdão e por uma única chance de tocar novamente no grupo. “Ele sempre pisa na bola e pede desculpa”, justifica Biff. “Hoje seria difícil contar com Graham de novo porque mudamos o estilo e duvido que ele teria velocidade suficiente para acompanhar as canções novas”. Quando o guitarrista Paul Quinn saiu do Saxon, em 2023 (ele irá se dedicar somente aos álbuns), Biff nem sequer pensou no antigo integrante. O substituto foi Brian Tatler, do Diamond Head, outro ícone da NWOBHM. “Banda é assim. Você tem de ser um pouco ditador, um pouco mágico e um pouco psiquiatra”, justifica o cantor. Ditador ou não, é sempre uma experiência e tanto assistir aos shows do Saxon
SAXON NO BRASIL
Dia 03 de maio no Memorial da América Latina em São Paulo (festival Bangers Open Air)
Dia 04 de maio no Mister Rock, em Belo Horizonte
Dia 06 de maio no Bar Opinião, em Porto Alegre