Mark Hoppus fala sobre rivalidade entre Blink-182 e Green Day
Treta rolou na era 'Pop Disaster'
Em entrevista à NME, Mark Hoppus abriu o jogo sobre a tensão que rolava entre o Blink-182 e o Green Day durante a turnê conjunta “Pop Disaster Tour”, em 2002 — um momento que uniu dois gigantes do pop-punk em fases opostas de carreira.
O baixista e vocalista, que acaba de lançar a autobiografia “Fahrenheit-182” pela Dey Street Books, revisita no livro seus impactos na cultura pop, suas batalhas pessoais — incluindo o câncer — e também seus encontros e embates com outros nomes da cena.
Ao falar sobre a rivalidade velada com o Green Day na época, Hoppus reconhece que a situação era estranha, especialmente por ter sido fã da banda. “Cresci ouvindo Green Day. Esperei ansiosamente o dia em que Dookie saiu, fiquei na fila pra comprar”, relembrou.
Apesar da admiração, o Blink estava em ascensão meteórica — com Enema of the State (1999) e Take Off Your Pants And Jacket (2001) no topo das paradas — enquanto o Green Day vivia um momento de baixa, após o lançamento de Warning (2000), até então seu álbum menos bem-sucedido em gravadora.
“Fomos anunciados como co-headliners, mas o Blink fechava todas as noites. Foi esquisito encerrar um show depois dos nossos ídolos. A sensação era esquisita”, disse Hoppus. “A gente chegou achando que era o máximo. Tínhamos um disco número 1, o primeiro de uma banda punk. O Green Day estava numa fase mais quieta. A gente se achava, e eles chegaram prontos pra mostrar serviço — musicalmente falando. Sempre foram legais com a gente, mas sabiam o que estavam fazendo no palco.”
E o clima de camaradagem nos bastidores contrastava com a energia competitiva do palco. “Minha esposa e a esposa do Billie [Joe Armstrong] eram grandes amigas. O Billie era super legal com a gente. Mas, na hora de subir no palco… é como no esporte: podemos ser amigos fora, mas quando entramos em campo, queremos destruir o outro time.”
“Não chegamos com essa mentalidade, mas eles sim. Nas primeiras noites, eles simplesmente destruíram a gente no palco. E a gente pensou: ‘Ferrou, precisamos melhorar’. A partir daí virou uma batalha — quem fazia o melhor show, quem conquistava mais o público. Isso definitivamente nos fez uma banda melhor. E acho que inspirei tanto eles que pensaram: ‘Precisamos acabar com o Blink-182 com um álbum incrível chamado American Idiot’.”
Na mesma entrevista, Hoppus ainda falou sobre momentos inusitados, como seu “papel em salvar o mundo do Saddam Hussein” e uma chance que teve de “ficar com o Robert Smith, do The Cure”.
O Blink-182 volta à estrada em uma extensa turnê pelos Estados Unidos neste outono, ao lado do Alkaline Trio, com início marcado para 28 de agosto em Hollywood, na Flórida.