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Lucifer promove o encontro do rock pesado com o macabro

Lucifer promove o encontro do rock pesado com o macabro

Roqueiros têm como referência os vocais rascantes de Johanna Sadonis

Avatar de Sérgio Martins
Lucifer heavy metal

Uma das principais bandas no cenário do rock pesado, o Lucifer volta ao Brasil no início de outubro para apresentações em três capitais brasileiras – Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Surgido na cidade alemã de Berlim, o grupo tem como característica os vocais rascantes de Johanna Sadonis e a reverência a bandas tradicionais como Black Sabbath, Blue Oyster Cult e Heart. Em entrevista à Billboard Brasil, Nicke Andersson, baterista do Lucifer, fala um pouco sobre as apresentações e de “V”, seu mais recente lançamento.

 

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Qual é a sensação de retornar ao Brasil depois de dois anos?

A boa coisa de você voltar para o lugar em que você esteve apenas uma vez é que você tem certeza de que a apresentação será ainda melhor. A gente se apresentou para todos uma vez e agora a coisa vai ser destruidora.

 

Você gosta da experiência de fazer turnês?

Eu somente posso falar por mim, eu não gosto de fazer turnês. Mas amo tocar ao vivo. Então eu tenho que fazer turnês para tocar ao vivo. A viagem de ir de um ponto para o outro é algo que não curto fazer. Muitos amam viajar, eu não. Eu amo estar no Brasil, Chile, Argentina, mas não gosto de viajar até lá. É muito desgastante. Mas tudo é recompensado pela experiência de tocar ao vivo.

 

Como tem sido o retorno do público para as músicas do seu último lançamento o “V”?

Nós não apenas tocamos músicas do último álbum, o que torna a missão ainda mais difícil porque já temos muitos álbuns lançados e o repertório se torna mais extenso. Vamos tocar coisas mais antigas também. Mas as novas músicas que tocamos ao vivo funcionam muito bem ao vivo e o público parece curtir muito. Então o retorno positivo imediato do público tem sido muito bom!

 

Vocês estão sempre relacionados com filmes de terror e ou as festas de Halloween – você pensa em antecipar estas festas aqui no Brasil?

Infelizmente não estaremos no Brasil quando a temporada realmente começar. Seria muito legal ter Lucifer rondando as cidades do país durante os shows, mas vamos tocar por aí um pouco antes de poder fazer algumas traquinagens. Mas certamente faremos algo online – no momento não conte pra ninguém, estamos elaborando algo muito legal para os fãs.

 

Como foi a colaboração da banda com o vocalista/guitarrista Joakim Nilsson do Graveyard para a canção “I Would Follow You Babe”?

A nossa colaboração com o Graveyard para a faixa “I Would Follow You Babe” foi algo que aconteceu por causa do A&R da Nuclear Blast, o Jens. Ele disse que um festival (Mystic Festival) queria que a gente participasse da música tema deles – já que todo ano eles têm uma música nova. A ideia era que a gente fizesse um cover para uma música de uma banda polonesa chamada Breakout lá de 1971, que era muito popular na época, junto com o Joakim do Graveyard já que queriam ouvir a voz de Johanna junto á de Joakim para esta música. A música era em polonês, então nem entendemos sobre o que a banda estava cantando. A música era legal, mas para o lado esquisito na verdade, então pegamos a tradução e fizemos muito rápido. Não pensamos muito a respeito – mas acho que é uma faixa bem legal!

 

Vocês usam a tecnologia ao seu favor na produção de seus álbuns? As músicas no álbum “V” soam muito bem.

Não usamos nada de novo que a tecnologia tem a oferecer. Somos uma banda old school mesmo e não temos interesse em nos “atualizar” – é o nosso estilo ser uma banda que se influencia nos anos 70, 60, 50 e até 40! Meu cérebro não entende música de hoje como música boa. Há exceções, claro, mas pra mim a sonoridade não é boa. Digo que a maioria da música realmente boa foi toda lançada nos anos 70. Eu não vejo como retrô – eu vejo como algo que nós queremos ouvir e há outras bandas fazendo coisas modernas [a maioria delas] e é incomum ver bandas evitando o uso de triggers, ou marcadores de tempos – queria ser real. Queria que os elementos da banda soassem como elas são e não vindas de uma espaçonave. Pode ser legal, mas não é pra mim. A gente usa um computador ao invés de uma máquina de rolo, mas só por que os rolos são absurdamente caros. Num Mundo perfeito, pode apostar que utilizaria fitas de rolo para gravar tudo que fazemos. Tento me espelhar no estilo de gravação feita de 1973 a 1978 e isso não é eu querendo ser retrô – é eu querendo ser bom!

 

Vocês pensam do mesmo jeito quando o assunto é música ao vivo?

Ao vivo você não percebe isto. Mas quando você vê outras bandas em festivais, por exemplo, existe uma preocupação enorme sobre como tudo vai soar junto com a tecnologia que eles usam como “click tracks” e “in ears” – e a gente nunca tentou isso num show ao vivo. Já usei esta tecnologia num estúdio e achei difícil demais. Acho que ás vezes a música precisa acelerar um pouco, precisa desacelerar, precisa respirar e precisa ter vida e acho que com esta tecnologia, não temos este tipo de retorno. Acho que se Lucifer se utilizasse desta tecnologia, seríamos estéril, o que muitas bandas pra mim soam hoje em dia. Mas é minha opinião apenas.

 

Como você vê as outras bandas fazendo músicas mais produzidas comparadas à de vocês com a sonoridade mais antiga. Não existe o medo de ficar para trás no mercado da música?

Acho que você precisa fazer música que você curte. Se as bandas com a sonoridade mais moderna estão felizes com o que fazem, então elas que continuem com ela. Mas certamente não é pra todo mundo. Lucifer poderia estar num outro nível se utilizando da nova tecnologia, mas não é isso que nós somos. Não queremos comprometer a nossa música. Garanto que um álbum de 1976, por exemplo, vai continuar soando incrível mesmo 40 anos depois. Não tenho certeza se você pegar algo de 2021, por exemplo, se isto vai soar bom depois da mesma quantidade de tempo. Ao ouvir música de 1987, sei exatamente que isto é música daquele ano e isto não é algo bom. Eu quero parecer atemporal e este é meu objetivo.

 

Você passou mal com o calor extremo num dos shows que vocês tocaram aqui em São Paulo. Como você está se preparando psicologicamente para o calor?

Estou me preparando psicologicamente que será muito quente na América do Sul, especialmente no Brasil. Mas eu acho que o pior show, quando o quesito é calor, foi num festival na Eslováquia, onde as temperaturas superaram os 40 graus e o sol estavam exatamente em cima de nossas cabeças – a mesma coisa rolou no cruzeiro que fizemos com o KISS, onde também tocamos num palco que não era coberto – foi um absurdo! Então acho que depois desta experiência, nada pode ser mais quente que aquilo. 

 

LUCIFER NO BRASIL

5 de outubro Agyto (Rio de Janeiro)

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6 de outubro Fabrique Club (São Paulo)

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08 de outubro Caverna Rock Pub (Belo Horizonte)

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