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Fora de casa, Fundo de Quintal domina ‘lado b’ no Rock In Rio

Fora de casa, Fundo de Quintal domina ‘lado b’ no Rock In Rio

Grupo de samba fez um dos grandes momentos da edição 2024 do festival

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Enquanto o Flamengo levava gol do Peñarol pela Libertadores, o Fundo de Quintal fazia sua estreia nos 40 anos de história do Rock In Rio na noite desta quinta-feira (19). Com quase 50 anos de carreira, 48 para ser mais preciso, o grupo liderado por Bira Presidente, Sereno e Ademir Batera vivia uma novidade no festival —pode parecer piada, mas eles estavam um pouco nervosos com a possibilidade de encontrarem pessoas pouco interessadas no partido alto.

Alocados no Palco Favela e com Bira, um dos fundadores do grupo, sendo homenageado na frente do palco, o grupo liderado pelo “novato” Tiago Testa, Sereno acabou fazendo grande festa para fãs de Filipe Ret, que haviam acabado de sair do show do rapper no Palco Sunset. A ligação não é à toa: tal como o hip hop (e o funk), o samba também sempre precisou ser intruso nos palácios da fidalguia.

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“Eta, vida! Eta, vida de cão”, exclama um dos refrãos mais populares do grupo e que seria cantado em uníssono por outros pouco interessado no show de Joss Stone, atração do Palco Mundo, e mais felizes em compartilhar mais um ano dos quase 90 anos de Bira.

Quem era mais novo, como Nathalia Basílio, de 21 anos, trabalhava em prol dos “velhos”. “Estou filmando para o meu pai, né!”, gritou carinhosa a filha do seu Lemar, que ficou em casa. Assim como ela, fãs de trap e também boa parte da audiência grisalha do festival correu para ver o grupo enfileirar sucessos como “A Amizade” e “O Show Tem Que Continuar”.

“Esse instrumento aqui [banjo], nesse formato, chegou no Fundo de Quintal e fez uma estrela”, disse Júnior Itaguay referindo-se a Almir Guineto (1946-2017) —o instrumento seria empunhado, depois, pelo aprendiz Arlindo Cruz.

O Flamengo ainda perdia de um a zero, mas o refrão “o meu conselho é para te ver feliz” ecoou como consolo para uma plateia que se sentiu mais brasileira, mais favela e mais carioca em meio a um pop que, quase sempre, domina festivais e tendem a seguir essa “vida de cão” que é o viralatismo.

Para quem já assistiu a um show do Fundo de Quintal, a apresentação no Rock in Rio foi fora do comum, passeando apenas pelos clássicos do grupo e sucessos de outros artistas, caso de “Não Quero Dinheiro“, de Tim Maia.

Se deu atenção a gêneros como o trap, o samba não teve seu lugar nos 40 anos de Rock In Rio. Terminar com “chora, não vou ligar”, do sucesso “Vou Festejar”, e com a chegada de Bira Presidente ao palco talvez tenha sido um dos maiores momentos da relação entre o gênero e o festival.

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