Felipe Araújo analisa tendências no sertanejo: ‘Só virais não sustentam’
Cantor sertanejo de 28 anos conversou com a Billboard Brasil
Felipe Araújo, de 28 anos, lançou o projeto “Última Noite Ao Vivo”. O cantor explorou sua essência sertaneja e alcançou os charts da Billboard Brasil com a parceria com Luan Santana. A música ficou entre as 100 mais ouvidas do Brasil.
“[Os números] são consequência do trabalho. Lógico que a gente faz todos os projetos para que eles alcancem o máximo de resultado. Sempre faço tudo acreditando que vai dar muito certo. Mas, para mim, o que mais vale é chegar em uma cidade e a galera canta a música no show. Isso é mais real”, diz o cantor.
Questionado sobre o momento “agronejo” que o sertanejo vive, o cantor aposta que as músicas românticas ganharão mais espaço nos próximos meses.
“Nunca sai da moda. Acredito que alguma canção mais romântica vai acontecer de forma arrebatadora. Estou sentindo isso, e tomara que seja uma minha [risos]. Estão faltando músicas assim, como ‘Caso Indefinido’, do Cristiano [Araújo, seu irmão, que morreu em 2015], ou ‘Recaídas’, do Henrique e Juliano… Que falem de amor de maneira singela e bonita.”
“[Um artista] tem que ter música para todas as esferas da vida de uma pessoa. É uma forma de expressar tudo o que vivemos. É válido fazer música para viralizar e para o TikTok, mas precisa ter as canções que falem com o coração para dar uma equilibrada. Para dar longevidade para a carreira, né? Porque só virais não sustentam [a longo prazo].”
Assista à entrevista:
No meio sertanejo, ele se destaca pela capacidade de composição –algo que novos artistas não exploram, normalmente apelando para faixas saídas de acampamentos de composição. “Acho que isso é relativo. Conheço cantores que não compõem e fazer sucesso há muitos anos. Eu gosto de compor porque me completa. Não conseguiria ficar sem fazer.”
Para ele, a composição serve como terapia. “Eu preciso fazer pelo meu lado pessoal. É uma missão e me sinto bem em transmitir as coisas. Graças a Deus eu tenho esse dom e me ajuda muito a montar os repertórios.”
Leia também
Questionado como cuida da saúde mental em meio a agenda cheia de shows e eventos, Felipe faz sessões de análise com frequência e encontra apoio na fé. “Me preocupo demais com esse lado, principalmente dentro da minha casa e com minha família. Eu sou uma pessoa muito religiosa e isso me ajuda mais que tudo.”
O sertanejo também entende o impacto que sua música tem na vida dos fãs. “Uma vez, uma pessoa foi no meu camarim. Ela estava no final do tratamento contra o câncer. Ela disse que não queria nenhuma foto, só agradecer, porque usava minhas canções para ganhar forças na quimioterapia.”