Fazendo rap que dialoga com a geração Z, Xamuel tem uma missão: provocar
Jovem de 18 anos ficou conhecido nas batalhas de freestyle
Xamuel completa 18 anos nesta segunda-feira (18). E sua idade não é um mero detalhe na sua trajetória.
Cria das batalhas de freestyle no Rio Grande do Sul, Rick Samuel Mendes Duarte vem de uma família de fãs da cultura hip hop e participa das batalhas desde quando tinha 8 anos. No início do mês, ele assinou contrato com a Universal Music.
“Vem tudo acontecendo muito rápido, uma coisa atrás da outras. Mas entendo também que é um lugar muito grande de chegar. É uma sensação de sonho realizado. Falo por mim e pela minha família, que me acompanha de perto sempre. Eles são meus maiores fãs”, disse, em entrevista para Billboard Brasil.
O rapper ganhou projeção quando seus cortes batalhando pelo Brasil começaram a viralizar na internet. Usando cropped, unhas pintadas e um estilo que dialoga com a geração Z, ele foi ganhando cada vez mais fãs e haters.
Rapper “de verdade”
Em outubro deste ano, ele apareceu maquiado cantando para um comercial da marca de cosméticos Luna Beauty. Uma das rimas é uma espécie de diálogo, onde Xamuel diz que maquiagem é pra quem quiser e uma voz de fundo questiona: Ué, mas isso não é coisa de mulher.
No último dia 8 de dezembro, o rapper Jhony divulgou a cypher “Jhony convida 9”. O rapper, que já duelou com Xamuel em outras batalhas, fez referência ao “colega de rap”:
“Realmente, maquiagem é pra quem quiser, mas o rap não é pra você”.
Como a entrevista com Samuel foi feita antes dessa diss, não conseguimos abordar o tema. No entanto, de maneira mais abrangente, ele falou sobre as críticas que recebe pelo seu estilo que foge de um imaginário de “rapper padrão”.
“Tem gente que diz que até aqui é rapper, se passar de algum ponto não é mais. Acredito que a cultura não seja sobre segregação, é sobre aprender cada vez mais, é sobre liberdade e respeito. Não tem como ser mais ou ser menos, você tem que ter a mente a berta”.
Os apontamentos do jovem de 18 anos sobre esse braço da cultura hip hop é um reflexão geracional muito interessante. O rap é uma cultura de rua, marginal e, essencialmente, negra.
Mas não há registro de que ela seja excludente, muito menos quando falamos de orientação sexual, gênero ou comportamento.