OPINIÃO: Estamos voltando à época de ouro
Executiva do Spotify aponta o crescimento do mercado na era do streaming


Esta foi a 4a edição do Grammy Latino em que estive presente e, desta vez, o que mais me chamou a atenção foi o fato de estar cada vez mais claro que voltamos aos tempos áureos da indústria fonográfica, graças ao advento do streaming.
Quando comecei na indústria há 20 anos, num momento de grave crise gerada pela pirataria, eu escutava muitos comentários saudosistas descrevendo as festas de lançamento de álbuns dos “tempos de vacas gordas”, como se fosse algo que nunca aconteceria novamente.
Ver hoje com meus próprios olhos uma gravadora fechando por uma semana a Plaza de España, principal ponto turístico de Sevilha, e outras promovendo suntuosos eventos às margens do Rio Guadalquivir me faz pensar em como o Spotify revolucionou o consumo de música e proporcionou essa retomada para que muito mais artistas, independentes ou não, possam viver de sua arte.
Outro ponto que me chamou a atenção foi que, apesar de o Brasil ser considerado uma ilha na América Latina, é crescente a participação de artistas brasileiros nas diferentes cerimônias da Academia, como Anitta, Giulia B, Tiago Iorc, Gilberto Gil e Ivete Sangalo (sendo os dois últimos por vídeo) e na plateia também.
Há alguns anos a gente vem observando um crescimento exponencial no consumo de música e no faturamento dos artistas e do mercado, então isto não é novidade. Mas os grandiosos eventos e investimentos feitos pelas gravadoras “major” e distribuidoras independentes, tornaram ainda mais perceptível o aquecimento da indústria, além da acirrada competição entre os “players”, incluindo os independentes que chegam a competir de igual para igual em alguns aspectos.
*Carolina Alzuguir é Head de Parcerias com Artistas, Gravadoras e Distribuidoras no Spotify Brasil