Em tempos de headliners cada vez mais raros, Post Malone prova estar no lugar certo
Um ano depois de tocar no Rock in Rio, rapper voltou para show no The Town
A figura do headliner, aquela banda ou artista enorme que lota estádios pelo mundo e tem cacife suficiente para fechar um festival de grande porte, está caindo em desuso.
Não por nada, mas com a pulverização provocada pela internet, que permite que muito mais gente ouça muito mais músicas do jeito e na hora que quer, essas unanimidades tendem a rarear.
Pois Post Malone é a exceção que confirma a (nova) regra. Um ano depois de arrebatar corações no Rock in Rio, o carismático rapper com alma de roqueiro volta ao Brasil, com um público entregue no The Town.
De camisa da seleção (condizente com a ambiguidade política que ele sempre demonstrou), Post enfileirou hits agradando desde adolescentes até a Dona Odete, de 83 anos, que se despencou até Interlagos só para vê-lo.
Não surpreende que as músicas recém-lançadas no álbum “Austin”, em que o rapper gravou todas as guitarras, estivessem na ponta da língua do público. O show talvez tenha pecado pelo excesso – debaixo de chuva, tudo fica mais cansativo.
E deu pena de ver boa parte do público indo embora no meio do hit “Rockstar”, temendo perrengues na saída tão grandiosos quanto na entrada. Mesmo assim, ao correr pelo que restava do público durante a gigante “Sunflower”, Austin Richard Post provou estar ocupando um merecido lugar.