Ebony leva ‘KM2’ ao Viaduto de Madureira no Une Verso Sounds
Em entrevista, cantora fala sobre evolução, parcerias e a luta das minas no rap
A cidade de Queimados (RJ) é mais do que um cenário em “KM2”, álbum de Ebony. O município de 140 mil habitantes é um dos personagens principais do álbum lançado pela artista em maio deste ano. Do nome (meio abreviação, meio gíria para chamar o local), passando pelas participações especiais até as texturas sonoras, todos os caminhos levam à cidade de da Baixada Fluminense, conhecida por ter revelado nomes como Kevin O Chris, Ludmilla e Pocah.
Ebony no Viaduto de Madureira
Nesta sexta-feira (12), Ebony traz toda potência queimadense “KM2, A TOUR” para o lendário Viaduto de Madureira, na capital Rio de Janeiro. Ela é a principal atração da primeira edição do Billboard Apresenta Une Verso Sounds (ingressos disponíveis aqui). Na entrevista a seguir, a cantora reflete sobre o passar do tempo, a luta das mulheres no rap e, claro, a importância da cidade natal na sua arte.
Queimados está bastante presente em “KM2”. De que forma suas raízes na Baixada Fluminense influenciam a sua música e a mensagem que você quer passar?
Ebony: Acho que a Baixada do Fluminense é muito mista: você ouve na mesma rua um bar tocando forró, outro tocando funk, o louvor da igreja torando e as crianças jogando fliperama. É um lugar onde todo mundo está expressando o seu próprio ponto de vista, em algum grau. E é impossível você não ser captado por todos esses universos. Eu, pelo menos, fui. E a minha ideia com o KM2 era criar essa atmosfera.
Em “KM2” você colaborou com artistas veteranos, como Black Alien, e também novas vozes, como Kesia e Larinhx. Como essas parcerias acrescentaram ao projeto e o que você busca quando escolhe um parceiro?
Ebony: Sempre busco pessoas que vão agregar com verdade. Vejo como que as nossas histórias se conectam: a KM2 é muito sobre histórias. A Larinhx, por exemplo, é de Queimados, então teve muito a ver. A Kesia também é uma mulher preta retinta da Baixada, que faz música há muito tempo e começou na igreja assim como eu. Black Alien é uma referência de amor, de superação, um dos melhores para sempre. Quando eu conheci a música do Black Alien foi transformador. Trampar com ele nesse álbum fez todo sentido e eu fiquei muito feliz que aconteceu. Todo mundo teve lugar e intenção. Eu coloquei todo mundo intencionalmente, sabe?
Como você descreve esse momento atual da sua trajetória em comparação com quando lançou “Terapia”? O que mudou na Ebony artista até aqui?
Ebony: Tenho muito orgulho de olhar para trás e perceber que sou uma artista que amadurece junto com a arte que eu faço, sabe? Sempre me perguntei muito sobre isso. O que que eu quero cantar quando eu tiver 50 anos, em quais lugares eu quero que a minha arte esteja . Sinto que naturalmente foi indo por esse caminho, sabe? Eu comecei a rimar muito cedo: tinha 17 anos. Então, aos 25, tem que estar diferente, tem que estar melhor.
Você costuma criticar a falta de espaço para mulheres no rap e até lançou versos alfinetando colegas homens na faixa “Espero Que Entendam”. Como você enxerga hoje o espaço das minas na cena hip hop/trap?
Ebony: Tudo que a gente está conquistando é exclusivamente de mérito nosso, de quem nos apoia, das nossas fãs, de quem pesquisa e ouve a gente. Mas eu não acho que a visão dos homens tenha mudado, acho que a forma que a gente se porta, a nossa percepção mudou sim, mas muito por mérito nosso.
O Viaduto de Madureira é um dos berços da cultura black carioca. O que significa para você tocar lá?
Ebony: É um sonho pra mim. Já apresentei em Madureira algumas vezes no início da minha carreira e voltar lá é sempre muito impactante assim. Eu cresci em Madureira sabe? Tipo, eu era trancista, tinha que ir pra Madureira tantas vezes na semana.. E agora eu tô voltando lá para fazer meu show da minha turnê no Viaduto de Madureira. Isso é muito absurdo!
Serviço – “KM2, A TOUR – Ebony no Viaduto Madureira
Abertura e Encerramento:
Baile da Afrolai
LINE UP:
DJ Afrolai
DJ Crazy Jeff
DJ Tago
DJ Michel (Baile Charme Viaduto)
SERVIÇO:
Data: 12 de dezembro de 2025 (sexta-feira)
Local: Rio de Janeiro (RJ) – Viaduto de Madureira
Horário: 21h








