O Chilli MOB Cruise, cruzeiro preparado para anunciar as coleções de 2024 da Chilli Beans, reuniu cerca de 2,5 mil pessoas neste fim de semana. Um público que misturava estilos, gêneros e gostos foi de Santos (São Paulo) até Balneário Camboriú (Santa Catarina) dos dias 12 a 15 de abril. Tudo no evento transpirava novidade – mas o estilo e roupas definem a cena.
O público do navio é um misto de convidados, influenciadores digitais, donos de franquia e públicos em geral. Veem-se famílias e amigos, casais e senhores. Mas, acima de tudo, encontramos pessoas completamente ligadas ao que acontece no mundo, entendem tendências e as transparecem em visual. Qualquer passeio pelo corredor vira um desfile de moda de pessoas que pertencem a um grupo diferente, mas são igualmente fascinantes.
Nota-se como a música norteia muito os grupos e estilos do público. Existe o clube frito dos amantes de eletrônico, com roupas futuristas e tatuagens geométricas que parecem combinadas entre todos. Também há os influenciadores de moda e beleza, que conseguem deixar o cabelo impecável mesmo na ventania da navegação. Ainda há clubbers, rockers, emos dos anos 2000, rappers com camisetões cobrindo os joelhos e aqueles que não perdem um baile funk.
As estruturas do navio são quase ignoradas pela atenção dada aos convidados musicais. Existem piscinas, jacuzzi, uma dezena de bares e esteiras, além de restaurantes maravilhosos. Mas nada disso é o foco.
O MOB Cruise é quase um festival: há atrações musicais simultâneas, dois palcos diferentes, um line-up de diversos estilos e shows diários (no plural, mesmo!). Os músicos ditam os ritmos e seguram as batutas dos destaques. As praias, piscinas e clima de cruzeiro ficam em segundo plano.
É curioso ver como um evento de uma marca de óculos, pensado para anunciar lançamento de coleção, acaba sendo sobre música, artistas e toda a história entre eles e seus fãs. Mas não é por acaso: essa é realmente a ideia e aposta de Caito Maia, fundador da Chilli Beans. Ao apresentar a marca, constantemente começa citando os pilares para criação da marca: música, moda, arte, mundo geek, esporte. A “música” sempre vem no topo da lista.
“É uma via natural. A música deixou de ser música. Hoje, por exemplo: você quer falar de moda, você olha para música. Você quer falar de arte, vê a música. Ela cresceu demais, e quando a gente lança uma coleção pensando no pilar de moda, escolhemos um músico. A música tomou proporção, ela tem esfera em todos os mundos,” explicou o empresário.
Nisso também entra a diversidade que vimos no navio. As coleções anunciadas para o próximo ano, por exemplo: tem MC Daniel, com funk. Alok, com eletrônico. Michael Jackson, o Rei do Pop. E Mamonas Assassinas com rock brasileiro.
Como juntar tanta gente de gostos diferentes no mesmo navio, agradar com atrações e desenvolver produtos que conversem com todos ao mesmo tempo? Caito aposta no potencial das pessoas de conhecerem o novo a partir do que gostam.
Para ele, a pessoa que chega no cruzeiro pensando em ouvir o Dennis DJ ou MC Daniel e acaba ouvindo Michael Jackson – e talvez descubra um novo gosto. Ajuda, também, o fato de todos saberem que estão em uma viagem isolada com 2,5 mil estranhos. Isso gera uma sensação de parceria e reconhecimento.
É notável como pessoas diferentes se reúnem para ver os shows, curtir até o máximo, e saem de lá com uma experiência ampla. Se no começo do navio via-se o pessoal do funk de um lado e os roqueiros do outro, no final eles estarão juntos curtindo um rap. A convivência e aproveitamento muda completamente a relação com a música.
Caito tem formação acadêmica em Música, teve banda, e entende como trabalhar essa sensação de unidade a partir da persona do músico. “É com minha empresa que me inteiro da música, interajo com os artistas e me conecto. Música é música, né? É uma relação, um sentimento muito forte, e será por toda a vida. E essas parcerias são essenciais para minha conexão.”